quarta-feira, 28 de maio de 2008

Guerra ao tabagismo

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, apresentou ontem, 27, as novas imagens que serão impressas nos maços de cigarros, dentro da campanha do Governo para combater o fumo, especialmente entre jovens.

Temporão disse que 200 mil pessoas morrem, por ano, no Brasil, em decorrência de doenças associadas ao tabaco, gerando despesas de R$ 400 milhões por ano só em atendimento médico. Segundo ele, o Brasil tem 23 milhões de fumantes.
O Ministro defendeu a taxação extra dos cigarros, ressalvando, porém, que há divergências no Governo sobre a medida.

Temporão disse que o Governo enviará ao Congresso Nacional, ainda sem data definida, o projeto de lei que proíbe o fumo em ambientes fechados. Para o Ministro, os não fumantes são expostos a fumaça em ambientes onde há somente a separação física. Daí a necessidade de banir o fumo.

Pela primeira vez, as fotos e mensagens foram produzidas e selecionadas com base em um estudo feito por universidades sobre o grau de aversão que as ilustrações alcançam.

O Diretor-Geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antônio Santini, explicou que o objetivo é que as imagens realmente causem impacto, o que não vêm ocorrendo com as fotos atuais.

As novas imagens só deverão chegar ao mercado daqui a nove meses, em fevereiro de 2009.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 1989 e 2004, o consumo per capita de cigarros no País caiu 32%. A prevalência de fumantes entre os brasileiros com mais de 15 anos de idade, também diminuiu no período, passando de 32% para 17%.

Esse índice, segundo o Ministério, coloca o Brasil em situação favorável em relação a países desenvolvidos e em desenvolvimento, que apresentam taxas médias de 27,4% e de 28,9%, respectivamente.

O percentual brasileiro de fumantes está mais próximo do registrado em países como Estados Unidos (20,8%) e Canadá (20%), do que o verificado em nações como México (34,8%) e Argentina (40,4%).

O Brasil foi o segundo País, após o Canadá, a adotar imagens de advertência como estratégia para diminuir a prevalência e evitar a experimentação do cigarro por jovens e adolescentes.

Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias ilustradas com fotos.

Quase 90% dos fumantes regulares começam a fumar antes dos 18 anos, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considere o tabagismo uma doença pediátrica.

O estudo que auxiliou a escolha das imagens da nova campanha foi desenvolvido, de 2006 a 2008, pelo Inca em parceria com universidades do Rio de Janeiro e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pesquisa mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres.

As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.

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