Mais de 27 milhões de eleitores vão às urnas no próximo domingo, amanhã, dia 26 de outubro, em 30 cidades brasileiras, para escolher os prefeitos que administrarão suas cidades pelos próximos quatro anos.
Entre as capitais, haverá segundo turno no Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), São Paulo, Manaus (AM), Macapá (AP), São Luís (MA), Cuiabá (MT), Belém (PA), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).
A votação começa às 8h e vai até as 17h. Para votar, é preciso ter título eleitoral em mãos ou documento com foto - neste caso, desde que saiba qual a sua seção de votação.
A expectativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que sejam conhecidos os resultados das eleições até às 20h, três horas após o fim da votação.
Alguns cuidados devem ser considerados no dia do pleito. Um dos pontos principais é a proibição do uso, na cabine de votação, de celular, equipamento de radiocomunicação ou qualquer outro equipamento que possa comprometer o sigilo do voto.
É possível votar usando short, bermuda ou sandália. Porém, trajes de banho não serão tolerados.
É bom lembrar que qualquer espécie de propaganda política - a boca-de-urna - é proibida. Mas o uso de boné, camiseta ou outro adereço de seu candidato ou partido está autorizado, assim como adesivos em veículos particulares - desde que como manifestação individual, sem aglomeração.
O eleitor que não estiver em seu domicílio eleitoral, ou seja, fora do município onde é cadastrado, pode justificar seu voto no mesmo dia da eleição, em qualquer local de votação, desde que esteja portando o título, ou que saiba o número dele.
De acordo com a Constituição brasileira, o voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70, e facultativo para o eleitorado entre 16 e 18 anos, para os maiores de 70 anos e para os analfabetos.
Têm preferência na hora de votar os candidatos, os juízes, seus auxiliares e servidores da Justiça Eleitoral, os promotores eleitorais, os policiais militares em serviço, os eleitores maiores de 60 anos, os enfermos, as gestantes e as lactantes.
sábado, 25 de outubro de 2008
Sensação Errônea
Vírus escondidos em estado latente em uma única célula do organismo são suficientes para reativar uma infecção controlada de Aids, quando o tratamento é suspenso, como revela um novo estudo divulgado nesta semana.
Especialistas alertam que o controle da doença, com os medicamentos do coquetel, pode passar a sensação errônea de cura, mas a infecção tende a se tornar ativa logo que as drogas são abandonadas.
O novo estudo revela que, acossado pelos remédios, o HIV sobrevive se escondendo em algumas células do tecido linfático, do cérebro, da medula óssea ou do sangue, onde persiste, ainda que em estado inativo.
Sob algumas circunstâncias - a principal delas, o abandono da medicação -, o vírus latente "desperta" e, em poucos dias ou semanas, é capaz de originar uma nova infecção muito ativa, fazendo o paciente recuperar a mesma carga de HIV que apresentava antes de iniciar o tratamento.
Saber exatamente o que acontece nessas células de "refúgio" e encontrar uma forma de identificá-las para poder, algum dia, destruí-las são questões fundamentais para as quais os estudos tentam hoje achar respostas, explica Günthard Huldrych, do Hospital Universitário de Zurique, Coordenador do estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).
Em todo caso, o estudo deixou claro que as terapias anti-retrovirais são "realmente muito potentes", e a interrupção do tratamento é extremamente problemática para os pacientes - ao contrário do que alguns estudos menores chegaram a sugerir.
Sobre este assunto, veja mais no jornal O Globo, edição de 21/10/2008.
Especialistas alertam que o controle da doença, com os medicamentos do coquetel, pode passar a sensação errônea de cura, mas a infecção tende a se tornar ativa logo que as drogas são abandonadas.
O novo estudo revela que, acossado pelos remédios, o HIV sobrevive se escondendo em algumas células do tecido linfático, do cérebro, da medula óssea ou do sangue, onde persiste, ainda que em estado inativo.
Sob algumas circunstâncias - a principal delas, o abandono da medicação -, o vírus latente "desperta" e, em poucos dias ou semanas, é capaz de originar uma nova infecção muito ativa, fazendo o paciente recuperar a mesma carga de HIV que apresentava antes de iniciar o tratamento.
Saber exatamente o que acontece nessas células de "refúgio" e encontrar uma forma de identificá-las para poder, algum dia, destruí-las são questões fundamentais para as quais os estudos tentam hoje achar respostas, explica Günthard Huldrych, do Hospital Universitário de Zurique, Coordenador do estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).
Em todo caso, o estudo deixou claro que as terapias anti-retrovirais são "realmente muito potentes", e a interrupção do tratamento é extremamente problemática para os pacientes - ao contrário do que alguns estudos menores chegaram a sugerir.
Sobre este assunto, veja mais no jornal O Globo, edição de 21/10/2008.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Profissionalizante
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados (CD), aprovou, nesta semana, o Projeto de Lei (PL) 3307/08, que modifica a Lei do Serviço Militar (4.375/64) para assegurar aos recrutas o direito ao ensino profissionalizante. Os soldados terão acesso ao curso durante o período de sua incorporação às Forças Armadas, de acordo com seus diferentes graus de escolaridade.
A Lei do Serviço Militar não prevê a exigência de cursos para os soldados. Mas, desde 2004, as Forças Armadas desenvolvem o Projeto Soldado Cidadão, com a finalidade de qualificar os jovens que prestam serviço militar para ingresso no mercado de trabalho.
Até o final de 2007, o Projeto beneficiou 100.100 jovens, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica. Foram oferecidos cursos com carga horária mínima de 160 horas, em áreas como telecomunicações, automobilística, construção civil, eletricidade, comunicação, informática e saúde.
Com a aprovação do PL 3307/08, esse tipo de instrução se tornará um direito do recruta, e deverá ser oferecido a todos que desejarem.
Esta matéria ainda será examinada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
A Lei do Serviço Militar não prevê a exigência de cursos para os soldados. Mas, desde 2004, as Forças Armadas desenvolvem o Projeto Soldado Cidadão, com a finalidade de qualificar os jovens que prestam serviço militar para ingresso no mercado de trabalho.
Até o final de 2007, o Projeto beneficiou 100.100 jovens, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica. Foram oferecidos cursos com carga horária mínima de 160 horas, em áreas como telecomunicações, automobilística, construção civil, eletricidade, comunicação, informática e saúde.
Com a aprovação do PL 3307/08, esse tipo de instrução se tornará um direito do recruta, e deverá ser oferecido a todos que desejarem.
Esta matéria ainda será examinada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Rede Legislativa
A parceria com a Assembléia Legislativa de São Paulo é a primeira de uma série que a Câmara dos Deputados (CD) vai firmar para consolidar uma rede Legislativa de TV digital.
O sistema de multiprogramação permitirá a transmissão de até quatro programações simultâneas por um mesmo canal. O modelo de operação testado em São Paulo servirá de referência para a expansão da rede em todo o País.
O acordo de cooperação entre a TV Câmara e TV Assembléia de São Paulo prevê o rateio dos investimentos e do custeio do canal digital, o que tornará a rede atrativa para todos os parceiros.
Na fase experimental, não haverá custos, pois serão usados equipamentos digitais cedidos por empresas e as instalações da TV Cultura, que já presta serviços à TV Assembléia.
Para o primeiro mês de funcionamento, que começa esta semana, a TV Câmara preparou uma programação especial. De segunda a sexta-feira, entre as 20 e as 21 horas, será exibida uma seleção de 20 documentários políticos. Entre eles estão os episódios da série "Memória Política", sobre Tancredo Neves, Hélio Bicudo, Delfim Netto e Hélio Jaguaribe.
A partir da próxima semana, todas as terças-feiras, entre as 21 horas e as 22h30, serão exibidas notícias e debates ao vivo.
Nas sextas-feiras, às 23h30, a faixa "Tal e Qual" vai exibir programas, séries e documentários sobre a América Latina, produzidos pela Televisão América Latina, pelo Canal Encuentro (Argentina) e pelo Canal 22 (México).
O sistema de multiprogramação permitirá a transmissão de até quatro programações simultâneas por um mesmo canal. O modelo de operação testado em São Paulo servirá de referência para a expansão da rede em todo o País.
O acordo de cooperação entre a TV Câmara e TV Assembléia de São Paulo prevê o rateio dos investimentos e do custeio do canal digital, o que tornará a rede atrativa para todos os parceiros.
Na fase experimental, não haverá custos, pois serão usados equipamentos digitais cedidos por empresas e as instalações da TV Cultura, que já presta serviços à TV Assembléia.
Para o primeiro mês de funcionamento, que começa esta semana, a TV Câmara preparou uma programação especial. De segunda a sexta-feira, entre as 20 e as 21 horas, será exibida uma seleção de 20 documentários políticos. Entre eles estão os episódios da série "Memória Política", sobre Tancredo Neves, Hélio Bicudo, Delfim Netto e Hélio Jaguaribe.
A partir da próxima semana, todas as terças-feiras, entre as 21 horas e as 22h30, serão exibidas notícias e debates ao vivo.
Nas sextas-feiras, às 23h30, a faixa "Tal e Qual" vai exibir programas, séries e documentários sobre a América Latina, produzidos pela Televisão América Latina, pelo Canal Encuentro (Argentina) e pelo Canal 22 (México).
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Jordânia
Em visita ao Congresso Nacional (CN) nesta quinta-feira, 23, o Rei Abdullah 2º, da Jordânia, disse que acredita no início de um novo capítulo nas relações políticas e econômicas entre o Brasil e o seu País.
Ele destacou que as nações do Oriente Médio gostariam de ver o Brasil desempenhar um papel mais importante no cenário mundial, principalmente no processo de paz entre Israel e Palestina.
Ao comentar os efeitos da crise financeira no mundo, o Rei observou que no Oriente Médio alguns países têm mais dificuldades, porque não contam com riquezas naturais. Ele também lembrou a importância do apoio à classe média: A crise surge em um momento de fortalecimento da classe média em meu País. Nosso desafio é duplo: devemos proteger os mais pobres e apoiar a classe média, pois ela precisa estar forte para haver desenvolvimento, disse Abdullah.
O Rei veio ao Brasil junto com uma comitiva de empresários que buscam negócios com o País. De acordo com o Governo da Jordânia, o comércio bilateral pode ser ampliado em setores como os de fertilizantes, farmacêuticos, têxteis e de tecnologia.
Ele destacou que as nações do Oriente Médio gostariam de ver o Brasil desempenhar um papel mais importante no cenário mundial, principalmente no processo de paz entre Israel e Palestina.
Ao comentar os efeitos da crise financeira no mundo, o Rei observou que no Oriente Médio alguns países têm mais dificuldades, porque não contam com riquezas naturais. Ele também lembrou a importância do apoio à classe média: A crise surge em um momento de fortalecimento da classe média em meu País. Nosso desafio é duplo: devemos proteger os mais pobres e apoiar a classe média, pois ela precisa estar forte para haver desenvolvimento, disse Abdullah.
O Rei veio ao Brasil junto com uma comitiva de empresários que buscam negócios com o País. De acordo com o Governo da Jordânia, o comércio bilateral pode ser ampliado em setores como os de fertilizantes, farmacêuticos, têxteis e de tecnologia.
Câmara Mirim
Quase 400 crianças lotaram o Plenário Ulysses Guimarães na manhã desta quinta-feira, 23, durante a terceira edição do programa educativo Câmara Mirim.
Três projetos elaborados por alunos do ensino fundamental foram aprovados pelas crianças, que fizeram o papel de deputados.
Um dos projetos, obriga a Casa da Moeda a incluir nas notas de Real a inscrição em braile, do valor correspondente. O projeto foi elaborado por Stephanie Ferreira, de São José dos Campos (SP).
Gabriela Uchoa Barcellos, estudante de 12 anos, de Manaus, foi sorteada para presidir a sessão do Câmara Mirim.
A erradicação de verminoses em escolas e a obrigatoriedade de primeiros socorros nas empresas foram os temas dos outros projetos aprovados.
Este Programa é realizado anualmente pelo site Plenarinho, sendo aberto a todos os alunos da quarta à oitava série do ensino fundamental.
O Programa Câmara Mirim é uma oportunidade para educar crianças e jovens para o exercício democrático.
Três projetos elaborados por alunos do ensino fundamental foram aprovados pelas crianças, que fizeram o papel de deputados.
Um dos projetos, obriga a Casa da Moeda a incluir nas notas de Real a inscrição em braile, do valor correspondente. O projeto foi elaborado por Stephanie Ferreira, de São José dos Campos (SP).
Gabriela Uchoa Barcellos, estudante de 12 anos, de Manaus, foi sorteada para presidir a sessão do Câmara Mirim.
A erradicação de verminoses em escolas e a obrigatoriedade de primeiros socorros nas empresas foram os temas dos outros projetos aprovados.
Este Programa é realizado anualmente pelo site Plenarinho, sendo aberto a todos os alunos da quarta à oitava série do ensino fundamental.
O Programa Câmara Mirim é uma oportunidade para educar crianças e jovens para o exercício democrático.
Seminário republicano no Ceará
Prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos pelo PR participam, nesta segunda-feira (27), do Seminário de Articulação e Integração Republicana. Trata-se de um momento importante para definir as diretrizes do partido e prepará-lo para as próximas eleições, em 2010. Nestas eleições, nosso partido elegeu 9 prefeitos. Nas últimas eleições municipais, quando ainda era PL, tínhamos cinco administradores municipais.
A abertura do seminário, às 8 horas, será feita pelo presidente da Executiva Estadual, Lúcio Alcântara. Haverá palestras sobre os processos de transição das gestões municipais e sobre o papel institucional do vereador.
Roberto Pessoa, prefeito reeleito em Maracanaú pelo PR, abordará sua experiência em uma gestão bem sucedida. O evento acontecerá durante toda a manhã, no Hotel Plaza Praia Suítes (Rua Barão de Aracati, 94 – Praia de Iracema).
A abertura do seminário, às 8 horas, será feita pelo presidente da Executiva Estadual, Lúcio Alcântara. Haverá palestras sobre os processos de transição das gestões municipais e sobre o papel institucional do vereador.
Roberto Pessoa, prefeito reeleito em Maracanaú pelo PR, abordará sua experiência em uma gestão bem sucedida. O evento acontecerá durante toda a manhã, no Hotel Plaza Praia Suítes (Rua Barão de Aracati, 94 – Praia de Iracema).
Carteiro
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados (CD), aprovou, no último dia 15, o Projeto de Lei (PL) 7552/06, que obriga a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) a pagar o transporte público necessário para os deslocamentos dos carteiros. O Projeto, que tramita em caráter conclusivo, será encaminhado agora ao Senado Federal (SF).
A proposta foi aprovada com uma emenda que suprime o artigo que previa que o transporte público gratuito dos maiores de 65 anos, garantido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), seria custeado pelo Fundo Nacional de Assistência Social.
O Projeto de Lei (PL) 7465/06, que tramitava apensado, foi rejeitado porque concede passe livre aos carteiros, mas não define a fonte de financiamento para custear o benefício.
Consulte aqui a íntegra do PL-7552/2006.
A proposta foi aprovada com uma emenda que suprime o artigo que previa que o transporte público gratuito dos maiores de 65 anos, garantido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), seria custeado pelo Fundo Nacional de Assistência Social.
O Projeto de Lei (PL) 7465/06, que tramitava apensado, foi rejeitado porque concede passe livre aos carteiros, mas não define a fonte de financiamento para custear o benefício.
Consulte aqui a íntegra do PL-7552/2006.
Nova Regulamentação
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados (CD), aprovou, em caráter conclusivo, o Projeto de Lei (PL) 6345/05, do Senado Federal (SF), que regulamenta a inclusão de nomes no Livro dos Heróis da Pátria (foto). A proposta será enviada agora à sanção presidencial.
O livro fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Pelo Projeto, serão inscritos nele apenas nomes dos brasileiros ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo.
A homenagem só poderá ser concedida mediante lei e após 50 anos da morte do laureado.
O Livro dos Heróis da Pátria já tem um nome inscrito que não segue as regras aprovadas pela Câmara. O líder seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, que morreu assassinado em dezembro de 1988. Como o nome foi inscrito antes da aprovação das mudanças, o livro permanecerá com a menção a Chico Mendes.
Além de Chico Mendes, o Livro dos Heróis da Pátria faz menção a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder e mártir do movimento da Inconfidência Mineira; Marechal Deodoro da Fonseca, responsável pela Proclamação da República; Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares; D. Pedro I, que proclamou a nossa Independência; Duque de Caxias, patrono do Exército brasileiro; José Plácido de Castro, que lutou pela anexação do território do Acre ao território brasileiro; Almirante Tamandaré, patrono da Marinha brasileira; Almirante Barroso, que comandou a força naval brasileira na Batalha do Riachuelo; Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação e patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira; e José Bonifácio de Andrada e Silva, proclamado o Patriarca da Independência, pelo seu trabalho no processo de nossa independência, do qual foi o grande arquiteto.
O livro fica no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Pelo Projeto, serão inscritos nele apenas nomes dos brasileiros ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo.
A homenagem só poderá ser concedida mediante lei e após 50 anos da morte do laureado.
O Livro dos Heróis da Pátria já tem um nome inscrito que não segue as regras aprovadas pela Câmara. O líder seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, que morreu assassinado em dezembro de 1988. Como o nome foi inscrito antes da aprovação das mudanças, o livro permanecerá com a menção a Chico Mendes.
Além de Chico Mendes, o Livro dos Heróis da Pátria faz menção a Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder e mártir do movimento da Inconfidência Mineira; Marechal Deodoro da Fonseca, responsável pela Proclamação da República; Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares; D. Pedro I, que proclamou a nossa Independência; Duque de Caxias, patrono do Exército brasileiro; José Plácido de Castro, que lutou pela anexação do território do Acre ao território brasileiro; Almirante Tamandaré, patrono da Marinha brasileira; Almirante Barroso, que comandou a força naval brasileira na Batalha do Riachuelo; Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação e patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira; e José Bonifácio de Andrada e Silva, proclamado o Patriarca da Independência, pelo seu trabalho no processo de nossa independência, do qual foi o grande arquiteto.
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Sanção Presidencial
Proposta Orçamentária
Começaram nesta semana os seminários regionais da Comissão Mista de Orçamento, sobre a proposta orçamentária de 2009.
Nos últimos anos, a Comissão tem promovido debates em diferentes cidades brasileiras. Em 2008, haverá seminários em nove capitais. O primeiro encontro foi realizado em Brasília, ontem, 22.
Hoje, quinta-feira, 23, haverá debates no Ceará, a realizar-se em Fortaleza, às 9 horas, na Assembléia Legislativa.
Este é o momento adequado para que sejam ouvidas as reais demandas da sociedade, possibilitando a elaboração participativa do Orçamento, através de seu instrumento mais legítimo, a participação popular.
Nos últimos anos, a Comissão tem promovido debates em diferentes cidades brasileiras. Em 2008, haverá seminários em nove capitais. O primeiro encontro foi realizado em Brasília, ontem, 22.
Hoje, quinta-feira, 23, haverá debates no Ceará, a realizar-se em Fortaleza, às 9 horas, na Assembléia Legislativa.
Este é o momento adequado para que sejam ouvidas as reais demandas da sociedade, possibilitando a elaboração participativa do Orçamento, através de seu instrumento mais legítimo, a participação popular.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Tempo
Cada coisa a seu tempo tem seu tempo.
Não florescem no inverno os arvoredos,
Nem pela primavera
Têm branco frio os campos.
Fernando Pessoa
Municípios Brasileiros
A Câmara dos Deputados (CD) analisa o Projeto de Lei Complementar 416/08, que regulamenta a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios.
A proposta, do Senado Federal (SF), regulamenta a Constituição Federal e é indispensável para confirmar a validade da criação de 57 municípios emancipados depois de 1996.
Entre outras regras, o texto estabelece que as mudanças na configuração dos municípios dependem da realização de Estudo de Viabilidade Municipal e de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações envolvidas.
O Projeto determina que a criação do novo município seja subscrita por, no mínimo, 10% dos eleitores residentes na área geográfica que se pretenda emancipar, em requerimento dirigido à Assembléia Legislativa estadual.
É vedada a criação, incorporação, fusão e desmembramento quando implicarem em inviabilidade dos municípios pré-existentes.
O estudo de viabilidade tem por finalidade verificar as condições que permitam a consolidação e o desenvolvimento dos municípios envolvidos. A proposta estabelece, entre outros requisitos, que os municípios tenham população igual ou superior a 5.000 habitantes nas regiões Norte e Centro-Oeste; 7.000 na região Nordeste; e 10.000 nas regiões Sul e Sudeste.
Os novos municípios e os remanescentes deverão comprovar arrecadação estimada superior à média de 10% dos municípios de menor população do Estado onde se localizam.
O Estudo de Viabilidade Municipal deverá abordar a viabilidade econômico-financeira e político-administrativa das novas cidades. Isso significa que a receita fiscal, atestada com base na arrecadação do ano anterior ao da realização do estudo, somada às receitas provenientes de transferências federais e estaduais, atenda ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, no que diz respeito às despesas com pessoal (60% da receita corrente líquida).
Garantida a prestação dos serviços públicos de interesse local, especialmente a parcela dos serviços de educação e saúde, os municípios envolvidos deverão demonstrar, a partir do levantamento da quantidade de funcionários, bens imóveis, instalações, veículos e equipamentos, e capacidade de manter os respectivos poderes Executivo e Legislativo municipais.
Também será exigido estudo de viabilidade socioambiental e urbana, que inclui levantamento das redes de abastecimento de água e cobertura sanitária, e eventual crescimento da produção de resíduos sólidos e efluentes.
A criação de novos municípios exigirá a comprovação da existência de núcleo urbano já constituído, dotado de infra-estrutura, edificações e equipamentos compatíveis, estabelecidos na sede do aglomerado urbano que sediará o novo município, superior à média de imóveis de 10% dos municípios menos populosos do Estado.
A proposta confirma a validade dos atos de criação, incorporação, fusão, desmembramento e instalação dos municípios cuja realização haja ocorrido entre 13 de setembro de 1996 e 31 de dezembro de 2007, desde que se encontrem no pleno gozo de sua autonomia municipal, com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos e empossados.
Nos quatro anos que se seguirem à publicação da nova lei, o município que não se enquadrar nos requisitos estabelecidos poderá adotar procedimentos para se enquadrar ou retornar ao estado anterior, mediante ato aprovado pela Câmara Municipal, submetido à análise da Assembléia Legislativa.
O Projeto será analisado pelas comissões técnicas da Câmara dos Deputados (CD), antes de ser votado por nós em Plenário da Casa.
Consulte aqui a íntegra do PLP-416/2008.
A proposta, do Senado Federal (SF), regulamenta a Constituição Federal e é indispensável para confirmar a validade da criação de 57 municípios emancipados depois de 1996.
Entre outras regras, o texto estabelece que as mudanças na configuração dos municípios dependem da realização de Estudo de Viabilidade Municipal e de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações envolvidas.
O Projeto determina que a criação do novo município seja subscrita por, no mínimo, 10% dos eleitores residentes na área geográfica que se pretenda emancipar, em requerimento dirigido à Assembléia Legislativa estadual.
É vedada a criação, incorporação, fusão e desmembramento quando implicarem em inviabilidade dos municípios pré-existentes.
O estudo de viabilidade tem por finalidade verificar as condições que permitam a consolidação e o desenvolvimento dos municípios envolvidos. A proposta estabelece, entre outros requisitos, que os municípios tenham população igual ou superior a 5.000 habitantes nas regiões Norte e Centro-Oeste; 7.000 na região Nordeste; e 10.000 nas regiões Sul e Sudeste.
Os novos municípios e os remanescentes deverão comprovar arrecadação estimada superior à média de 10% dos municípios de menor população do Estado onde se localizam.
O Estudo de Viabilidade Municipal deverá abordar a viabilidade econômico-financeira e político-administrativa das novas cidades. Isso significa que a receita fiscal, atestada com base na arrecadação do ano anterior ao da realização do estudo, somada às receitas provenientes de transferências federais e estaduais, atenda ao disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, no que diz respeito às despesas com pessoal (60% da receita corrente líquida).
Garantida a prestação dos serviços públicos de interesse local, especialmente a parcela dos serviços de educação e saúde, os municípios envolvidos deverão demonstrar, a partir do levantamento da quantidade de funcionários, bens imóveis, instalações, veículos e equipamentos, e capacidade de manter os respectivos poderes Executivo e Legislativo municipais.
Também será exigido estudo de viabilidade socioambiental e urbana, que inclui levantamento das redes de abastecimento de água e cobertura sanitária, e eventual crescimento da produção de resíduos sólidos e efluentes.
A criação de novos municípios exigirá a comprovação da existência de núcleo urbano já constituído, dotado de infra-estrutura, edificações e equipamentos compatíveis, estabelecidos na sede do aglomerado urbano que sediará o novo município, superior à média de imóveis de 10% dos municípios menos populosos do Estado.
A proposta confirma a validade dos atos de criação, incorporação, fusão, desmembramento e instalação dos municípios cuja realização haja ocorrido entre 13 de setembro de 1996 e 31 de dezembro de 2007, desde que se encontrem no pleno gozo de sua autonomia municipal, com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos e empossados.
Nos quatro anos que se seguirem à publicação da nova lei, o município que não se enquadrar nos requisitos estabelecidos poderá adotar procedimentos para se enquadrar ou retornar ao estado anterior, mediante ato aprovado pela Câmara Municipal, submetido à análise da Assembléia Legislativa.
O Projeto será analisado pelas comissões técnicas da Câmara dos Deputados (CD), antes de ser votado por nós em Plenário da Casa.
Consulte aqui a íntegra do PLP-416/2008.
Maria Quitéria
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados (CD), aprovou o Projeto de Lei (PL) 1474/07, que inclui no Livro dos Heróis da Pátria o nome de Maria Quitéria de Jesus. O PL, que tramita em caráter conclusivo, segue para análise do Senado Federal (SF).
Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a lutar nas batalhas pela independência do Brasil. Por essa razão, é considerada a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.
A heroína nasceu em 1792, no sítio do Licurizeiro, atual município de Feira de Santana (BA), e é considerada a Joana D'Arc brasileira.
Consulte aqui a íntegra do PL1474/2007.
Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a lutar nas batalhas pela independência do Brasil. Por essa razão, é considerada a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.
A heroína nasceu em 1792, no sítio do Licurizeiro, atual município de Feira de Santana (BA), e é considerada a Joana D'Arc brasileira.
Consulte aqui a íntegra do PL1474/2007.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Brasil Resistente
O Presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, anunciou que o BC injetou 22,9 bilhões de dólares para dar liquidez ao mercado de câmbio, desde meados de setembro, quando a crise financeira mundial se agravou com a quebra do Banco americano de investimentos Lehman Brothers. O montante, afirmou, não compromete o estoque das reservas internacionais brasileiras, que estão em cerca de 203,9 bilhões de dólares.
Durante comissão geral, encerrada há pouco, que debateu em Plenário da Câmara dos Deputados (CD) os reflexos da crise internacional no País, Meirelles explicou que o BC atuou com cinco modalidades de leilões para garantir liquidez em dólares e tentar conter a alta da moeda americana, que pode impulsionar a inflação e prejudicar empresas brasileiras com dívidas em moeda estrangeira.
São valores inferiores ao que está sendo feito pelos países diretamente afetados pela crise, disse. "Países como o México já tiveram [que oferecer] valores superiores, e os bancos europeus [colocaram] de 150 a 160 bilhões de dólares, afirmou Meirelles.
Apesar da necessidade de atuação por parte do BC, Meirelles afirmou que o Brasil está mais resistente aos choques externos do que em outros momentos de crise, e atribuiu essa solidez à política de redução da vulnerabilidade externa, que fez com que o Brasil saísse de um endividamento em dólar de 55,5% de sua dívida, em setembro de 2002, para uma posição credora em dólar de 28,1% do total, de agosto de 2008.
Ser credor em dólar significa, na prática, que o valor da dívida pública cai em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), quando o preço da moeda americana sobe. Ele lembrou que a relação dívida/PIB em setembro, de 38,9%, é a mais baixa desde 1998. Esse patamar deverá cair ainda mais em outubro, que apresentou alta do dólar.
Meirelles admitiu que a crise gerou um problema de liquidez para o Brasil, e disse que, apesar das medidas adotadas pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus (que ofereceram mais de 595 bilhões de dólares para amenizar a crise), ainda há um fator de incertezas sobre a economia mundial, que é o montante de prejuízos que ainda serão reconhecidos pelas instituições financeiras.
O Presidente do Banco Central declarou, porém, que os bancos brasileiros estão com índices de capitalização acima do exigido, e também têm indicadores positivos de rentabilidade, liquidez e inadimplência.
Os bancos brasileiros têm um índice de capitalização superior ao mínimo regulatório fixado de 11%. Em junho de 2008, estavam em 15,8%. No caso dos atrasos de pagamentos, até junho de 2008 estavam em comportamento estável, afirmou.
Durante comissão geral, encerrada há pouco, que debateu em Plenário da Câmara dos Deputados (CD) os reflexos da crise internacional no País, Meirelles explicou que o BC atuou com cinco modalidades de leilões para garantir liquidez em dólares e tentar conter a alta da moeda americana, que pode impulsionar a inflação e prejudicar empresas brasileiras com dívidas em moeda estrangeira.
São valores inferiores ao que está sendo feito pelos países diretamente afetados pela crise, disse. "Países como o México já tiveram [que oferecer] valores superiores, e os bancos europeus [colocaram] de 150 a 160 bilhões de dólares, afirmou Meirelles.
Apesar da necessidade de atuação por parte do BC, Meirelles afirmou que o Brasil está mais resistente aos choques externos do que em outros momentos de crise, e atribuiu essa solidez à política de redução da vulnerabilidade externa, que fez com que o Brasil saísse de um endividamento em dólar de 55,5% de sua dívida, em setembro de 2002, para uma posição credora em dólar de 28,1% do total, de agosto de 2008.
Ser credor em dólar significa, na prática, que o valor da dívida pública cai em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), quando o preço da moeda americana sobe. Ele lembrou que a relação dívida/PIB em setembro, de 38,9%, é a mais baixa desde 1998. Esse patamar deverá cair ainda mais em outubro, que apresentou alta do dólar.
Meirelles admitiu que a crise gerou um problema de liquidez para o Brasil, e disse que, apesar das medidas adotadas pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus (que ofereceram mais de 595 bilhões de dólares para amenizar a crise), ainda há um fator de incertezas sobre a economia mundial, que é o montante de prejuízos que ainda serão reconhecidos pelas instituições financeiras.
O Presidente do Banco Central declarou, porém, que os bancos brasileiros estão com índices de capitalização acima do exigido, e também têm indicadores positivos de rentabilidade, liquidez e inadimplência.
Os bancos brasileiros têm um índice de capitalização superior ao mínimo regulatório fixado de 11%. Em junho de 2008, estavam em 15,8%. No caso dos atrasos de pagamentos, até junho de 2008 estavam em comportamento estável, afirmou.
Brasil: Grande Potencial
O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o próximo período da crise financeira internacional vai ter maior impacto negativo na economia brasileira, provocado, especialmente, pela restrição de liquidez para as empresas brasileiras e pelo secamento das linhas de crédito para o comércio exterior.
Apesar da previsão, ele considera que a fase mais aguda da crise foi superada, depois das medidas anunciadas pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus, que investiram 595 bilhões de dólares para a recapitalização de bancos.
Nunca houve tanta parafernália para combater uma crise, declarou Mantega durante comissão geral sobre o assunto, concluída há pouco, no Plenário da Câmara dos Deputados (CD).
Em função da escassez de liquidez e de crédito no mercado internacional, o Ministro declarou que o Brasil terá de alterar as expectativas de crescimento para 2009. Para 2008, podemos manter as mesmas projeções, já que a economia melhorou bastante no primeiro semestre e devemos fechar o ano com crescimento em torno de 5%. Já para 2009, admitiu, será mais difícil atingir o objetivo de crescer 5%, e a meta terá de ser revista para um patamar entre 4% e 4,5%.
Mantega divide a crise em duas fases. A primeira, durou 12 meses e terminou em meados de setembro, quando o Banco americano de investimentos Lehman Brothers quebrou. Essa fase, disse, não provocou impactos graves na economia brasileira, mas o cenário mudou bastante depois disso.
Passamos de uma crise séria para uma crise muito mais séria, para uma crise grave. O crédito secou completamente e se tornou difícil para as empresas renegociarem os títulos vencidos, disse. Além da retração ao crédito, a queda dos preços das commodities e a valorização do dólar também preocupam o Governo.
Apesar do quadro, Mantega considera que a crise atingirá com menos intensidade as economias emergentes dinâmicas, como ele classifica a brasileira. O Ministro listou uma série de vantagens para ilustrar essa boa condição, entre elas o fato de o compulsório nacional ser bastante alto, permitindo ao Governo liberar recursos neste momento de escassez.
Ele também destacou a menor abertura da economia brasileira, que é considerada uma vantagem neste caso, porque o Brasil é menos dependente das suas exportações. Mantega citou o exemplo da China, que deverá sofrer maiores impactos que o Brasil, porque as exportações brasileiras representam cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto que, naquele País, elas representam 33% do PIB.
Outra vantagem comparativa destacada por Mantega é a diversificação do mercado exportador. Antes a pauta brasileira de exportação era 25% para os EUA e 25% para a União Européia. Hoje, esse percentual para os dois grupos somados caiu para 30%, pois o Brasil está exportando mais para outros mercados, como África, países árabes e outros países emergentes, dependendo menos das exportações para os países onde está o epicentro da crise.
O Ministro disse ainda que o Brasil tem grande potencial de crescimento do mercado interno, reservas elevadas, reservas de petróleo e gás, e forte regulamentação financeira.
Apesar da previsão, ele considera que a fase mais aguda da crise foi superada, depois das medidas anunciadas pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus, que investiram 595 bilhões de dólares para a recapitalização de bancos.
Nunca houve tanta parafernália para combater uma crise, declarou Mantega durante comissão geral sobre o assunto, concluída há pouco, no Plenário da Câmara dos Deputados (CD).
Em função da escassez de liquidez e de crédito no mercado internacional, o Ministro declarou que o Brasil terá de alterar as expectativas de crescimento para 2009. Para 2008, podemos manter as mesmas projeções, já que a economia melhorou bastante no primeiro semestre e devemos fechar o ano com crescimento em torno de 5%. Já para 2009, admitiu, será mais difícil atingir o objetivo de crescer 5%, e a meta terá de ser revista para um patamar entre 4% e 4,5%.
Mantega divide a crise em duas fases. A primeira, durou 12 meses e terminou em meados de setembro, quando o Banco americano de investimentos Lehman Brothers quebrou. Essa fase, disse, não provocou impactos graves na economia brasileira, mas o cenário mudou bastante depois disso.
Passamos de uma crise séria para uma crise muito mais séria, para uma crise grave. O crédito secou completamente e se tornou difícil para as empresas renegociarem os títulos vencidos, disse. Além da retração ao crédito, a queda dos preços das commodities e a valorização do dólar também preocupam o Governo.
Apesar do quadro, Mantega considera que a crise atingirá com menos intensidade as economias emergentes dinâmicas, como ele classifica a brasileira. O Ministro listou uma série de vantagens para ilustrar essa boa condição, entre elas o fato de o compulsório nacional ser bastante alto, permitindo ao Governo liberar recursos neste momento de escassez.
Ele também destacou a menor abertura da economia brasileira, que é considerada uma vantagem neste caso, porque o Brasil é menos dependente das suas exportações. Mantega citou o exemplo da China, que deverá sofrer maiores impactos que o Brasil, porque as exportações brasileiras representam cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto que, naquele País, elas representam 33% do PIB.
Outra vantagem comparativa destacada por Mantega é a diversificação do mercado exportador. Antes a pauta brasileira de exportação era 25% para os EUA e 25% para a União Européia. Hoje, esse percentual para os dois grupos somados caiu para 30%, pois o Brasil está exportando mais para outros mercados, como África, países árabes e outros países emergentes, dependendo menos das exportações para os países onde está o epicentro da crise.
O Ministro disse ainda que o Brasil tem grande potencial de crescimento do mercado interno, reservas elevadas, reservas de petróleo e gás, e forte regulamentação financeira.
Allende
Sessão solene realizada nesta manhã, 21, no Plenário da Câmara dos Deputados (CD), homenageou o centenário de nascimento do ex-Presidente do Chile, Salvador Allende.
Allende foi eleito Presidente em setembro de 1970, e teve seu mandato e sua vida interrompidos pelo golpe militar de setembro de 1973.
Os militares golpistas bombardearam o Palácio de La Moneda, onde estava Salvador Allende. Antes do bombardeio do Palácio, o Presidente recebeu a proposta de embarcar em um avião para que saísse do Chile com a sua família, mas não aceitou.
É importante recordar que, como Allende, muitos brasileiros morreram durante o Governo militar no Chile.
Allende foi o primeiro marxista eleito Presidente na América Latina em um pleito democrático, convertendo-se, em razão de sua morte, em um dos ícones das forças de esquerda de todo o mundo.
O evento trouxe à Câmara dos Deputados (CD) os embaixadores do Chile, Álvaro Humberto Díaz; do Reino Unido, Peter Collecott; do Panamá, Juan Bosco Bernal; da Sérvia, Dusan Gajió; da Tanzânia, Joram Mukama Biswaro; da Mauritânia, N'Diaye Kan; e do Uruguai, Carlos Amorim.
Allende foi eleito Presidente em setembro de 1970, e teve seu mandato e sua vida interrompidos pelo golpe militar de setembro de 1973.
Os militares golpistas bombardearam o Palácio de La Moneda, onde estava Salvador Allende. Antes do bombardeio do Palácio, o Presidente recebeu a proposta de embarcar em um avião para que saísse do Chile com a sua família, mas não aceitou.
É importante recordar que, como Allende, muitos brasileiros morreram durante o Governo militar no Chile.
Allende foi o primeiro marxista eleito Presidente na América Latina em um pleito democrático, convertendo-se, em razão de sua morte, em um dos ícones das forças de esquerda de todo o mundo.
O evento trouxe à Câmara dos Deputados (CD) os embaixadores do Chile, Álvaro Humberto Díaz; do Reino Unido, Peter Collecott; do Panamá, Juan Bosco Bernal; da Sérvia, Dusan Gajió; da Tanzânia, Joram Mukama Biswaro; da Mauritânia, N'Diaye Kan; e do Uruguai, Carlos Amorim.
Transmissão Digital
A TV Câmara e a TV Assembléia de São Paulo inauguraram ontem, 21, a transmissão digital, em caráter experimental, na cidade de São Paulo. O canal é a primeira experiência em multiprogramação oferecida por dois geradores de conteúdo diferentes. A programação estará disponível, gratuitamente, no canal 61, em UHF.
Até 2014, a TV Câmara digital estará disponível em todas as cidades com mais de 100 mil habitantes. A previsão é que as câmaras municipais de todas as capitais tenham acesso ao sinal digital da TV Câmara, até 2010.
A iniciativa é uma contribuição que visa ampliar os mecanismos de acesso à informação. A TV digital vai permitir que o cidadão interfira na programação da emissora, ampliando o intercâmbio entre quem produz as notícias e o telespectador.
A interatividade com o cidadão ajudará na definição das prioridades do nosso trabalho legislativo, pois é através do diálogo que se busca uma sociedade verdadeiramente democrática. Inauguramos, assim, uma nova e necessária relação do parlamento com a população brasileira.
Para ter acesso ao sinal digital, o telespectador precisa dispor de uma antena UHF e de um conversor. A transmissão experimental não atingirá ainda toda a cidade de São Paulo, mas marcará o início dos testes para definição da cobertura e da qualidade do sinal de cada TV legislativa.
Os testes serão realizados pela equipe da Universidade Mackenzie, em parceria que também proporcionará o teste do sinal do Canal Universitário de São Paulo, ainda neste ano. A expectativa é que a operação definitiva se inicie no segundo semestre de 2009.
Até 2014, a TV Câmara digital estará disponível em todas as cidades com mais de 100 mil habitantes. A previsão é que as câmaras municipais de todas as capitais tenham acesso ao sinal digital da TV Câmara, até 2010.
A iniciativa é uma contribuição que visa ampliar os mecanismos de acesso à informação. A TV digital vai permitir que o cidadão interfira na programação da emissora, ampliando o intercâmbio entre quem produz as notícias e o telespectador.
A interatividade com o cidadão ajudará na definição das prioridades do nosso trabalho legislativo, pois é através do diálogo que se busca uma sociedade verdadeiramente democrática. Inauguramos, assim, uma nova e necessária relação do parlamento com a população brasileira.
Para ter acesso ao sinal digital, o telespectador precisa dispor de uma antena UHF e de um conversor. A transmissão experimental não atingirá ainda toda a cidade de São Paulo, mas marcará o início dos testes para definição da cobertura e da qualidade do sinal de cada TV legislativa.
Os testes serão realizados pela equipe da Universidade Mackenzie, em parceria que também proporcionará o teste do sinal do Canal Universitário de São Paulo, ainda neste ano. A expectativa é que a operação definitiva se inicie no segundo semestre de 2009.
Barão do Serro Azul
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), da Câmara dos Deputados (CD), aprovou o Projeto de Lei (PL) 5298/05, do Senado Federal (SF), que inclui o nome de Ildefonso Pereira Correia (foto), o Barão do Serro Azul, no Livro dos Heróis da Pátria. O PL tramitou em caráter conclusivo, seguindo agora para sanção presidencial.
Ildefonso Correia (1849-1894) foi um grande produtor de erva-mate. Durante a Revolução Federalista, apesar de não ser militar nem político, foi convocado para negociar a paz com os federalistas, que estavam prestes a invadir Curitiba.
À frente de uma Junta Governativa do Comércio, ele negociou um empréstimo de guerra para os federalistas (que iam do Rio Grande do Sul em direção à antiga capital, o Rio de Janeiro), e evitou a invasão da capital paranaense.
Depois, foi acusado de traição e de colaboracionismo com os federalistas, vindo a ser fuzilado.
O Livro dos Heróis da Pátria encontra-se no Panteão da Liberdade e da Democracia, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Nele, estão inscritos os nomes de Tiradentes, Deodoro da Fonseca, Zumbi dos Palmares, D. Pedro 1º e Tancredo Neves, entre outros.
Consulte aqui a íntegra do PL 5298/2005.
Ildefonso Correia (1849-1894) foi um grande produtor de erva-mate. Durante a Revolução Federalista, apesar de não ser militar nem político, foi convocado para negociar a paz com os federalistas, que estavam prestes a invadir Curitiba.
À frente de uma Junta Governativa do Comércio, ele negociou um empréstimo de guerra para os federalistas (que iam do Rio Grande do Sul em direção à antiga capital, o Rio de Janeiro), e evitou a invasão da capital paranaense.
Depois, foi acusado de traição e de colaboracionismo com os federalistas, vindo a ser fuzilado.
O Livro dos Heróis da Pátria encontra-se no Panteão da Liberdade e da Democracia, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Nele, estão inscritos os nomes de Tiradentes, Deodoro da Fonseca, Zumbi dos Palmares, D. Pedro 1º e Tancredo Neves, entre outros.
Consulte aqui a íntegra do PL 5298/2005.
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Gentes do Brasil,
Sanção Presidencial
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Baturité
Localizada no sopé do Maciço de Baturité, numa altitude de 175m acima do nível do mar, a cidade, na época do ciclo do café, foi uma das mais ricas do Estado. Repleta de sítios, o município explora bem a fruticultura aliada à horticultura.
Baturité é detentora de uma das últimas reservas da Mata Atlântica do Ceará, perfeita para a prática do Ecoturismo. Um lugar ideal para realizar trilhas ecológicas e caminhadas, onde é possível sentir de perto a natureza, respirar ar puro e aproveitar o frio agradável. Em meio à bela paisagem, o turista tem a oportunidade de conhecer as Cachoeiras da Volta, do Frade, do Perigo, do Jordão.
Partindo para a história do município, o turista pode visitar monumentos como a Estação Ferroviária, a Via Sacra, com 365 degraus, a Escola Apostólica dos Jesuítas, também conhecida como Mosteiro dos Jesuítas, a Casa do Comendador Ananias Arruda e o Sítio Arqueológico Serra do Vicente.
A 93km da Capital e com cerca de 31,1mil habitantes, Baturité tem ainda um rico artesanato em traçados de bambu e para o turista que gosta ou quer conhecer o forró, pode aproveitar a famosa Festa do Chitão, que acontece todo ano durante as festividades juninas, com grandes bandas de forró, atraindo milhares de pessoas. O acesso à cidade é feito pela CE-060 e CE-356.
Cachoeira de Santa Edwirges - Em qualquer época do ano, os turistas que chegarem a Baturité poderão aproveitar a cachoeira Santa Edwirges. A bela vista e o relaxante banho são destaques no passeio. O programa é para quem procura o contato direto com a natureza. No local, os visitantes têm a oportunidade de apreciar galinha caipira a cabidela ou uma deliciosa peixada em um restaurante ao lado da cachoeira. Existe ainda uma pousada onde os turistas podem ficar hospedados e curtir a exuberância da natureza de Baturité.
Estação Ferroviária de Baturité - O trem "Maria Fumaça" chegava e partia cheio de sacas de café. Assim era a rotina da Estação Ferroviária de Baturité, equipamento estratégico para o escoamento da produção cafeeira do interior para a capital cearense. A estação foi uma das primeiras a ser construída no Ceará, em 1870. Hoje, o local preserva alguns dos equipamentos daquela época, como o trem "Maria Fumaça", além de conservar a arquitetura do próprio prédio. Na estação, funciona uma central de artesanato onde os turistas podem adquirir produtos feitos na cidade.
Parador dos Jesuítas - Quem procura um local que combina com a paz da serra tem lugar certo para se hospedar em Baturité, o Parador dos Jesuítas. A construção, feita toda de pedra, foi inaugurada em 15 de agosto de 1927, sendo procurada por quem quer total tranqüilidade. O local deixou de ser uma escola de formação de sacerdotes jesuítas em 1963. Ainda administrado por jesuítas, o parador possui equipamentos adequados para a promoção de eventos. No local, os visitantes apreciam um belo jardim, uma horta e têm ainda uma visão privilegiada dos municípios de Baturité e Aracoiaba.
(Fonte: Setur-CE)
Baturité é detentora de uma das últimas reservas da Mata Atlântica do Ceará, perfeita para a prática do Ecoturismo. Um lugar ideal para realizar trilhas ecológicas e caminhadas, onde é possível sentir de perto a natureza, respirar ar puro e aproveitar o frio agradável. Em meio à bela paisagem, o turista tem a oportunidade de conhecer as Cachoeiras da Volta, do Frade, do Perigo, do Jordão.
Partindo para a história do município, o turista pode visitar monumentos como a Estação Ferroviária, a Via Sacra, com 365 degraus, a Escola Apostólica dos Jesuítas, também conhecida como Mosteiro dos Jesuítas, a Casa do Comendador Ananias Arruda e o Sítio Arqueológico Serra do Vicente.
A 93km da Capital e com cerca de 31,1mil habitantes, Baturité tem ainda um rico artesanato em traçados de bambu e para o turista que gosta ou quer conhecer o forró, pode aproveitar a famosa Festa do Chitão, que acontece todo ano durante as festividades juninas, com grandes bandas de forró, atraindo milhares de pessoas. O acesso à cidade é feito pela CE-060 e CE-356.
Cachoeira de Santa Edwirges - Em qualquer época do ano, os turistas que chegarem a Baturité poderão aproveitar a cachoeira Santa Edwirges. A bela vista e o relaxante banho são destaques no passeio. O programa é para quem procura o contato direto com a natureza. No local, os visitantes têm a oportunidade de apreciar galinha caipira a cabidela ou uma deliciosa peixada em um restaurante ao lado da cachoeira. Existe ainda uma pousada onde os turistas podem ficar hospedados e curtir a exuberância da natureza de Baturité.
Estação Ferroviária de Baturité - O trem "Maria Fumaça" chegava e partia cheio de sacas de café. Assim era a rotina da Estação Ferroviária de Baturité, equipamento estratégico para o escoamento da produção cafeeira do interior para a capital cearense. A estação foi uma das primeiras a ser construída no Ceará, em 1870. Hoje, o local preserva alguns dos equipamentos daquela época, como o trem "Maria Fumaça", além de conservar a arquitetura do próprio prédio. Na estação, funciona uma central de artesanato onde os turistas podem adquirir produtos feitos na cidade.
Parador dos Jesuítas - Quem procura um local que combina com a paz da serra tem lugar certo para se hospedar em Baturité, o Parador dos Jesuítas. A construção, feita toda de pedra, foi inaugurada em 15 de agosto de 1927, sendo procurada por quem quer total tranqüilidade. O local deixou de ser uma escola de formação de sacerdotes jesuítas em 1963. Ainda administrado por jesuítas, o parador possui equipamentos adequados para a promoção de eventos. No local, os visitantes apreciam um belo jardim, uma horta e têm ainda uma visão privilegiada dos municípios de Baturité e Aracoiaba.
(Fonte: Setur-CE)
Sistema
Vivemos numa sociedade que parece ter feito da violência um sistema de relações.
José Saramago
José Saramago
O que nos clama Eloá
Feminicídio ao vivo - o que nos clama Eloá
Maria Dolores de Brito Mota - Socióloga, professora da Universidade Federal do Ceará.
Maria da Penha Maia Fernandes - Inspiradora do nome da Lei Federal 11340/2006 - Lei Maria da Penha e Colaboradora de Honra da Coordenadoria de Políticas para Mulheres da Prefeitura de Mulheres.
Tudo o que o Brasil acompanhou com pesar no drama de Eloá, em suas cem horas de suplício em cadeia nacional, não pode ser visto apenas como resultado de um ato desesperado de um rapaz desequilibrado por causa de uma intensa ou incontrolada paixão. É uma expressão perversa de um tipo de dominação masculina ainda fortemente cravada na cultura brasileira. No Brasil, foram os movimentos feministas que iniciaram nos anos de 1970, as denúncias, mobilização e enfrentamento da violência de gênero contra as mulheres que se materializava nos crimes cometidos por homens contra suas parceiras amorosas. Naquele período ainda estava em vigor o instituto da defesa da honra, e desenvolveram-se ações de movimentos feministas e democráticas pela punição aos assassinos de mulheres. A alegação da defesa da honra era então justificativa para muitos crimes contra mulheres, mas no contexto de reorganização social para a conquista da democracia no país e do surgimento de movimentos feministas, este tema vai emergir como questão pública, política, a ser enfrentada pela sociedade por ferir a cidadania e os direitos humanos das mulheres. O assassinato de Ângela Diniz em dezembro de 1976, por seu namorado Doca Street, foi o acontecimento desencadeador de uma reação generalizada contra a absolvição do criminoso em primeira instância, sob alegação de que o crime foi uma reação pela defesa da "honra". Na verdade, as circunstâncias mostravam um crime bárbaro motivado pela determinação da vítima em acabar com o relacionamento amoroso e a inconformidade do assassino com este fim. Essa decisão da justiça revoltou parcelas significativas da sociedade cuja pressão levou a um novo julgamento em 1979 que condenou o assassino. Outro crime emblemático foi o assassinato de Eliane de Grammont pelo seu ex-marido Lindomar Castilho em março de 1981. Crimes que motivaram a campanha "quem ama não mata".
Agora, após três décadas, o Brasil assistiu ao vivo, testemunhando, o assassinato de uma adolescente de 15 anos por um ex-namorado inconformado com o fim do relacionamento. Um relacionamento que ele mesmo tomou a iniciativa de acabar por ciúmes, e que Eloá não quis reatar. O assassino, durante 100 horas manteve Eloá e uma amiga em cárcere privado, bateu na vitima, acusou, expôs, coagiu e por fim martirizou o seu corpo com um tiro na virilha, local de representação da identidade sexual, e na cabeça, local de representação da identidade individual. Um crime onde não apenas a vida de um corpo foi assassinada, mas o significado que carrega - o feminino. Um crime do patriarcado que se sustenta no controle do corpo, da vontade e da capacidade punitiva sobre as mulheres pelos homens. O feminicídio é um crime de ódio, realizado sempre com crueldade, como o "extremo de um continuum de terror anti-feminino", incluindo várias formas de violência como sofreu Eloá, xingamentos, desconfiança, acusações, agressões físicas, até alcançar o nível da morte pública. O que o seu assassino quis mostrar a todas/os nós? Que como homem tinha o controle do corpo de Eloá e que como homem lhe era superior? Ao perceber Eloá como sujeito autônomo, sentiu-se traído, no que atribuía a ela como mulher (a submissão ao seu desejo), e no que atribuía a si como homem (o poder sobre ela - base de sua virilidade). Assim o feminicídio é um crime de poder, é um crime político. Juridicamente é um crime hediondo, triplamente qualificado: motivo fútil, sem condições de defesa da vítima, premeditado.
Se antes esses crimes aconteciam nas alcovas, nos silêncios das madrugadas, estão agora acontecendo em espaços públicos, shoppings, estabelecimentos comerciais, e agora na mídia. Para Laura Segato[i] é necessário retirar os crimes contra mulheres da classificação de homicídios, nomeando-os de feminicídio e demarcar frente aos meios de comunicação esse universo dos crimes do patriarcado. Esse é o caminho para os estudos e as ações de denúncia e de enfrentamento para as formas de violência de gênero contra as mulheres.
Muita coisa já se avançou no Brasil na direção da garantia dos direitos humanos das mulheres e da equidade de gênero, como a criação das Delegacias de Apoio às Mulheres - DEAMs, que hoje somam 339 no país, o surgimento de 71 casas abrigo, além de inúmeros núcleos e centros de apoio que prestam atendimento e orientação às mulheres vítimas, realizando trabalho de denúncia e conscientização social para o combate e prevenção dessa violência, além de um trabalho de apoio psicológico e resgate pessoal das vítimas. Também ocorreram mudanças no Código Penal como a retirada do termo "mulher honesta" e a adoção da pena de prisão para agressores de mulheres, em substituição às cestas básicas. A criação da Lei 11.340, a Lei Maria da Penha, para o enfrentamento da violência doméstica contra as mulheres.
Mas, ainda assim as violências e o feminicídio continuam a acontecer. Vejamos o exemplo do Estado do Ceará: em 2007, 116 mulheres foram vítimas de assassinato no Ceará; em 2006, 135 casos foram registrados; em 2005, 118 mortes e em 2004, mais 105 casos[ii]. As mulheres estão num caminho de construção de direitos e de autonomia, mas a instituição do patriarcado continua a persistir como forma de estruturação de sujeitos. É preciso que toda a sociedade se mobilize para desmontar os valores e as práticas que sustentam essa dominação masculina, transformando mentalidades, desmontando as estruturas profundas que persistem no imaginário social apesar das mudanças que já praticamos na realidade cotidiana. O comandante da ação policial de resgate de Eloá declarou que não atirou no agressor por se tratar de "um jovem em crise amorosa", num reconhecimento ao seu sofrer. E o sofrer de Eloá? Por que não foi compreendida empaticamente a sua angústia e sua vontade (e direito) de ser livremente feliz?
[i] SEGATO, Rita Laura. Que és um feminicídio. Notas para um debate emergente. Serie Antropologia, N. 401. Brasília: UNB, 2006.[ii] Dados disponíveis em www.patriciagalvao.org.br.
Maria Dolores de Brito Mota - Socióloga, professora da Universidade Federal do Ceará.
Maria da Penha Maia Fernandes - Inspiradora do nome da Lei Federal 11340/2006 - Lei Maria da Penha e Colaboradora de Honra da Coordenadoria de Políticas para Mulheres da Prefeitura de Mulheres.
Tudo o que o Brasil acompanhou com pesar no drama de Eloá, em suas cem horas de suplício em cadeia nacional, não pode ser visto apenas como resultado de um ato desesperado de um rapaz desequilibrado por causa de uma intensa ou incontrolada paixão. É uma expressão perversa de um tipo de dominação masculina ainda fortemente cravada na cultura brasileira. No Brasil, foram os movimentos feministas que iniciaram nos anos de 1970, as denúncias, mobilização e enfrentamento da violência de gênero contra as mulheres que se materializava nos crimes cometidos por homens contra suas parceiras amorosas. Naquele período ainda estava em vigor o instituto da defesa da honra, e desenvolveram-se ações de movimentos feministas e democráticas pela punição aos assassinos de mulheres. A alegação da defesa da honra era então justificativa para muitos crimes contra mulheres, mas no contexto de reorganização social para a conquista da democracia no país e do surgimento de movimentos feministas, este tema vai emergir como questão pública, política, a ser enfrentada pela sociedade por ferir a cidadania e os direitos humanos das mulheres. O assassinato de Ângela Diniz em dezembro de 1976, por seu namorado Doca Street, foi o acontecimento desencadeador de uma reação generalizada contra a absolvição do criminoso em primeira instância, sob alegação de que o crime foi uma reação pela defesa da "honra". Na verdade, as circunstâncias mostravam um crime bárbaro motivado pela determinação da vítima em acabar com o relacionamento amoroso e a inconformidade do assassino com este fim. Essa decisão da justiça revoltou parcelas significativas da sociedade cuja pressão levou a um novo julgamento em 1979 que condenou o assassino. Outro crime emblemático foi o assassinato de Eliane de Grammont pelo seu ex-marido Lindomar Castilho em março de 1981. Crimes que motivaram a campanha "quem ama não mata".
Agora, após três décadas, o Brasil assistiu ao vivo, testemunhando, o assassinato de uma adolescente de 15 anos por um ex-namorado inconformado com o fim do relacionamento. Um relacionamento que ele mesmo tomou a iniciativa de acabar por ciúmes, e que Eloá não quis reatar. O assassino, durante 100 horas manteve Eloá e uma amiga em cárcere privado, bateu na vitima, acusou, expôs, coagiu e por fim martirizou o seu corpo com um tiro na virilha, local de representação da identidade sexual, e na cabeça, local de representação da identidade individual. Um crime onde não apenas a vida de um corpo foi assassinada, mas o significado que carrega - o feminino. Um crime do patriarcado que se sustenta no controle do corpo, da vontade e da capacidade punitiva sobre as mulheres pelos homens. O feminicídio é um crime de ódio, realizado sempre com crueldade, como o "extremo de um continuum de terror anti-feminino", incluindo várias formas de violência como sofreu Eloá, xingamentos, desconfiança, acusações, agressões físicas, até alcançar o nível da morte pública. O que o seu assassino quis mostrar a todas/os nós? Que como homem tinha o controle do corpo de Eloá e que como homem lhe era superior? Ao perceber Eloá como sujeito autônomo, sentiu-se traído, no que atribuía a ela como mulher (a submissão ao seu desejo), e no que atribuía a si como homem (o poder sobre ela - base de sua virilidade). Assim o feminicídio é um crime de poder, é um crime político. Juridicamente é um crime hediondo, triplamente qualificado: motivo fútil, sem condições de defesa da vítima, premeditado.
Se antes esses crimes aconteciam nas alcovas, nos silêncios das madrugadas, estão agora acontecendo em espaços públicos, shoppings, estabelecimentos comerciais, e agora na mídia. Para Laura Segato[i] é necessário retirar os crimes contra mulheres da classificação de homicídios, nomeando-os de feminicídio e demarcar frente aos meios de comunicação esse universo dos crimes do patriarcado. Esse é o caminho para os estudos e as ações de denúncia e de enfrentamento para as formas de violência de gênero contra as mulheres.
Muita coisa já se avançou no Brasil na direção da garantia dos direitos humanos das mulheres e da equidade de gênero, como a criação das Delegacias de Apoio às Mulheres - DEAMs, que hoje somam 339 no país, o surgimento de 71 casas abrigo, além de inúmeros núcleos e centros de apoio que prestam atendimento e orientação às mulheres vítimas, realizando trabalho de denúncia e conscientização social para o combate e prevenção dessa violência, além de um trabalho de apoio psicológico e resgate pessoal das vítimas. Também ocorreram mudanças no Código Penal como a retirada do termo "mulher honesta" e a adoção da pena de prisão para agressores de mulheres, em substituição às cestas básicas. A criação da Lei 11.340, a Lei Maria da Penha, para o enfrentamento da violência doméstica contra as mulheres.
Mas, ainda assim as violências e o feminicídio continuam a acontecer. Vejamos o exemplo do Estado do Ceará: em 2007, 116 mulheres foram vítimas de assassinato no Ceará; em 2006, 135 casos foram registrados; em 2005, 118 mortes e em 2004, mais 105 casos[ii]. As mulheres estão num caminho de construção de direitos e de autonomia, mas a instituição do patriarcado continua a persistir como forma de estruturação de sujeitos. É preciso que toda a sociedade se mobilize para desmontar os valores e as práticas que sustentam essa dominação masculina, transformando mentalidades, desmontando as estruturas profundas que persistem no imaginário social apesar das mudanças que já praticamos na realidade cotidiana. O comandante da ação policial de resgate de Eloá declarou que não atirou no agressor por se tratar de "um jovem em crise amorosa", num reconhecimento ao seu sofrer. E o sofrer de Eloá? Por que não foi compreendida empaticamente a sua angústia e sua vontade (e direito) de ser livremente feliz?
[i] SEGATO, Rita Laura. Que és um feminicídio. Notas para um debate emergente. Serie Antropologia, N. 401. Brasília: UNB, 2006.[ii] Dados disponíveis em www.patriciagalvao.org.br.
Direitos Humanos
Com a aprovação de um documento que cobra a necessidade de o Estado brasileiro reconhecer, formal e publicamente, a ilegalidade do período ditatorial, foi encerrado na tarde do último dia 16 de outubro, o 2° Seminário Latino-Americano de Direitos Humanos. O evento foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CD).
O documento cobra os seguintes pontos:
O documento cobra os seguintes pontos:
- a responsabilização e o julgamento dos mandantes e dos agentes públicos que cometeram os atos de barbárie da repressão política;
- a abertura dos arquivos secretos da ditadura, para a reconstituição da história brasileira;
- o cumprimento integral do artigo 8º do Ato das Disposições Transitórias da Constituição, e das demais leis relativas à anistia; e
- a criação de uma Comissão de Justiça e Verdade, composta por membros da sociedade civil organizada, para a apuração isenta dos crimes cometidos em nome do Estado brasileiro durante a ditadura militar.
Crise
A Câmara dos Deputados (CD) realiza amanhã, 21, às 13 horas, uma Comissão Geral, no Plenário da Casa, sobre a crise no sistema financeiro internacional.
Para debater virão o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o Presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
No centro das atenções está a Medida Provisória (MP) 442/08. Ela foi editada no início deste mês, com o objetivo de dar mais instrumentos ao BC para garantir a liquidez dos pequenos e médios bancos brasileiros, que estão com dificuldades para conseguir empréstimos temporários, conhecidos como redescontos, devido ao fechamento de linhas de crédito internacionais.
A MP permite ao Banco Central aceitar, como garantia da operação, as carteiras de crédito dos bancos, contanto que sejam enquadradas em categorias de baixo risco (AA, A ou B). O assunto já foi regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Outra opção permitida pelo CMN é o uso de debêntures, títulos emitidos por sociedades anônimas para captar recursos no mercado. Nesse caso, eles deverão ser de empresas não financeiras.
Para debater virão o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o Presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
No centro das atenções está a Medida Provisória (MP) 442/08. Ela foi editada no início deste mês, com o objetivo de dar mais instrumentos ao BC para garantir a liquidez dos pequenos e médios bancos brasileiros, que estão com dificuldades para conseguir empréstimos temporários, conhecidos como redescontos, devido ao fechamento de linhas de crédito internacionais.
A MP permite ao Banco Central aceitar, como garantia da operação, as carteiras de crédito dos bancos, contanto que sejam enquadradas em categorias de baixo risco (AA, A ou B). O assunto já foi regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Outra opção permitida pelo CMN é o uso de debêntures, títulos emitidos por sociedades anônimas para captar recursos no mercado. Nesse caso, eles deverão ser de empresas não financeiras.
domingo, 19 de outubro de 2008
Mais Competitivo
O Brasil subiu oito posições e está em 64º lugar no ranking geral do Relatório de Competitividade Global 2008-2009, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
De acordo com o organismo o Brasil registra avanços importantes em muitas áreas, especialmente as que fazem referência ao ambiente macroeconômico, em função da maior solidez de finanças públicas.
Mas, apesar da melhora, o Brasil continua na lanterna dos BRICs (sigla que reúne os principais países em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia e China), e atrás de países latino-americanos como Chile, Panamá, México e Costa Rica.
Apesar de enfrentar uma grave crise financeira, os Estados Unidos (EUA) ainda lideram o ranking, seguido de Suíça, Dinamarca, Suécia e Cingapura.
As economias européias continuam dominando as primeiras dez colocações da pesquisa, onde vemos Finlândia, Alemanha e Holanda. O Japão permaneceu na nona posição. Já o Reino Unido caiu três posições e está fora do top ten, principalmente pela fraqueza dos seus mercados financeiros, explica o Relatório.
A China continua na dianteira das economias em desenvolvimento, subindo quatro posições e ficando entre os 30 primeiros colocados.
O aumento dos preços dos alimentos e da energia, uma grande crise financeira e o conseqüente desaquecimento das principais economias globais estão confrontando governantes com novos desafios de gestão econômica. A volatilidade atual mostra a importância de um ambiente econômico que ofereça apoio à competitividade, ajudando as economias nacionais a enfrentar esse tipo de choque para garantir um desempenho econômico sólido no futuro, afirmou, em nota, Xavier Sala-i-Martin, professor da Universidade de Columbia, nos EUA, e co-autor do Relatório.
De acordo com o organismo o Brasil registra avanços importantes em muitas áreas, especialmente as que fazem referência ao ambiente macroeconômico, em função da maior solidez de finanças públicas.
Mas, apesar da melhora, o Brasil continua na lanterna dos BRICs (sigla que reúne os principais países em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia e China), e atrás de países latino-americanos como Chile, Panamá, México e Costa Rica.
Apesar de enfrentar uma grave crise financeira, os Estados Unidos (EUA) ainda lideram o ranking, seguido de Suíça, Dinamarca, Suécia e Cingapura.
As economias européias continuam dominando as primeiras dez colocações da pesquisa, onde vemos Finlândia, Alemanha e Holanda. O Japão permaneceu na nona posição. Já o Reino Unido caiu três posições e está fora do top ten, principalmente pela fraqueza dos seus mercados financeiros, explica o Relatório.
A China continua na dianteira das economias em desenvolvimento, subindo quatro posições e ficando entre os 30 primeiros colocados.
O aumento dos preços dos alimentos e da energia, uma grande crise financeira e o conseqüente desaquecimento das principais economias globais estão confrontando governantes com novos desafios de gestão econômica. A volatilidade atual mostra a importância de um ambiente econômico que ofereça apoio à competitividade, ajudando as economias nacionais a enfrentar esse tipo de choque para garantir um desempenho econômico sólido no futuro, afirmou, em nota, Xavier Sala-i-Martin, professor da Universidade de Columbia, nos EUA, e co-autor do Relatório.
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