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A credibilidade das urnas eletrônicas adotadas no sistema eleitoral brasileiro foi questionada pelo Professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp), Jorge Stolfi, em audiência pública sobre o assunto, realizada na Câmara dos Deputados (CD), pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Segundo Stolfi, é consenso entre os especialistas da área que o sistema é falho e permite fraudes que não são detectadas, por causa da natureza do sistema.
Para aumentar a segurança do resultado eleitoral apurado, o Professor sugeriu a adoção do voto impresso de maneira complementar. Na avaliação do especialista da Unicamp, o sistema totalmente digital é
inaceitável, porque apresenta
riscos inerentes que são muito sérios e incontornáveis. Riscos de fraudes feitas por pessoas internas ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da eleição.
O Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Dutra, também participou da audiência e afirmou que desde a implementação do sistema de votação eletrônica, há 12 anos, nunca foi confirmada a ocorrência de fraude deliberada no processo.
Há críticas, normalmente feita pelos perdedores, que tentam encontrar uma justificativa para a derrota. Mas podemos afirmar categoricamente que a fraude no sistema eleitoral é inviável por causa da quantidade de dispositivos de segurança existentes e do universo de pessoas que precisariam ser cooptadas para fraudar um resultado eleitoral, afirmou Giuseppe.
Segundo Dutra, a adoção do voto impresso não é recomendável, porque reintroduz a manipulação humana dos votos no processo, aumentando os riscos de fraude. Além disso, o Secretário destacou que as impressoras têm mais risco que a urna eletrônica, de estragarem ao longo do caminho percorrido até os locais de votação, aumentando a possibilidade de falhas no sistema.
A urna eletrônica, quando sai da fábrica, viaja milhares de quilômetros, chegando às vezes a uma aldeia indígena, sofrendo influências de temperatura, umidade, poeira, solavancos, acrescenta o representante do TSE.
Se uma impressora, que é mais suscetível a esses impactos, passasse por isso, o nível de falha aumentaria muito e fragilizaria o elemento de auditoria, completa.