sábado, 5 de julho de 2008

Produção Recua

A produção industrial brasileira recuou 0,5% em maio, após dois meses consecutivos de expansão. Na comparação com igual mês do ano passado, houve avanço de 2,4%. No acumulado do ano, a atividade cresceu 6,2% e, nos últimos 12 meses, 6,7%.

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta semana, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desaceleração em maio foi mais significativa nos confrontos com iguais períodos de 2007, uma vez que há o efeito da base de comparação elevada e a influência do calendário.

Na comparação com abril, a atividade industrial teve redução em 16 das 27 atividades pesquisadas, como veículos automotores (-5,5%) e máquinas e equipamentos (-4,7%). Já entre os 11 ramos com avanço, as principais contribuições vieram de bebidas (9,1%), refino de petróleo e produção de álcool (3,3%) e outros produtos químicos (3,1%).

Por categoria de uso, na base mensal, bens de capital cederam 4,9% e bens de consumo duráveis baixaram 1,3%. Bens intermediários apresentaram elevação de 0,3% e bens de consumo semi e não duráveis, ampliaram-se 1,3%, acabando por compensar o declínio de 1,1% anotado em abril.

Já na comparação com maio de 2007, 15 atividades registraram crescimento, com destaque para veículos automotores (6,5%), outros equipamentos de transportes (24,2%) e indústrias extrativas (7,2%). Do lado dos segmentos com diminuição na produção, as pressões mais expressivas partiram de fumo, que teve baixa de 21,3%, máquinas de escritório e equipamentos de informática, com retração de 9,7%, e calçados e artigos de couro, que apresentou decréscimo de 12,9%.

O IBGE ressaltou que o aumento de 2,4% na atividade industrial em maio, na comparação com igual período de 2007, foi mais modesto do que os 10% apurados em abril, quando 21 atividades registraram expansão.

O organismo apontou que, além da influência da elevada base de comparação, uma vez que a partir de maio do ano passado, a produção acentuava a sua trajetória ascendente, maio de 2008 teve menos 2 dias trabalhados (20) que maio de 2007 (22).

Respeitando o comparativo anual, bens de capital subiram 5,8%, bens intermediários cresceram 2,3% e bens de consumo duráveis ampliaram-se 6%. Bens semi e não duráveis apresentaram, contudo, pequena baixa, de 0,1%.

De janeiro a maio, 20 das 27 atividades analisadas mostraram avanço. O IBGE destaca o desempenho de veículos automotores (18,2%), máquinas e equipamentos (10,4%), outros equipamentos de transporte (31,9%) e metalurgia básica (7,1%).

Cesta Básica

O preço da cesta básica subiu no mês de junho, em 14 das 16 capitais, onde a pesquisa é realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os maiores aumentos foram registrados em Goiânia (10,64%), Brasília (6,43%), Rio de Janeiro (5,93%) e Salvador (5,38%). As únicas quedas foram registradas em Vitória (-1,13%) e Fortaleza (-0,35%).

O preço da carne subiu em 15 capitais, principalmente em Goiânia (14,99%), Curitiba (10,51%), Rio de Janeiro (9,74%) e São Paulo (9,38%). A única redução ocorreu Fortaleza (-1,99%). A carne está na entressafra e com exportações novamente em grandes volumes, já que os países da comunidade européia liberaram a entrada do produto. Isso, nos últimos 12 meses, levou o produto a apresentar reajustes muito elevados, entre 23,22%, em Porto Alegre, a 44,18%, em Aracaju.

O feijão, cujo preço apresentou queda em 14 cidades no mês passado, inverteu essa tendência em junho, sofrendo forte elevação em 14 capitais. João Pessoa (31,09%), Goiânia (29,00%), Natal (24,94%) e Recife (19,57%) foram os destaques nos aumentos. Fortaleza (-1,96%) e Belém (-6,30%) são cidades que registraram as quedas.

O pão teve aumento de preço em 10 cidades, como Belém (6,38%) e João Pessoa (3,62%). Em Florianópolis e no Rio de Janeiro, houve estabilidade. As quedas foram verificadas em Natal (-0,72%), Fortaleza (-0,87%), Brasília (-1,04%) e Aracaju (-2,00%).

Com base na cesta mais cara, a de Porto Alegre, o Dieese calcula que o salário mínimo necessário para cobrir todas as despesas do trabalhador e sua família seria de R$ 2.072,70, o que representa 4,99 vezes o piso em vigor (R$ 415,00).

O Brasil e seus Sócios

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, terça-feira, 1, a Presidência temporária do Mercosul, destacando o comércio entre Brasil e seus sócios.

Segundo informações da agência de notícias Ansa, ao assumir a Presidência de turno do bloco, para o segundo semestre do ano, durante a Cúpula realizada neste dia primeiro de julho, em Tucumán, noroeste argentino, Lula destacou que o comércio do Brasil com seus sócios do Mercosul, passou de US$ 9 bilhões em 2002 a US$ 29 bilhões em 2007.

Ele acrescentou que o comércio, incluindo a Venezuela, chega a US$ 34 bilhões e enfatizou que o bloco será um dos pólos mundiais de produção de automóveis.

Lula mostrou-se confiante de que durante a gestão brasileira será aprovado, finalmente, o Código Aduaneiro do Mercosul, condenando novamente a odiosa perseguição de latino-americanos na União Européia (UE), definindo as medidas adotadas como racistas.

O Presidente avaliou que a cúpula do Mercado Comum do Sul deve incluir o repúdio às novas normas da UE, que prevêem a repatriação dos imigrantes sem documentos.

Sobre a crise alimentar, Lula declarou que ela é mais séria do que pensamos, e destacou que há consenso no Mercosul para formar um grupo especial sobre alimentos, como foi proposto por seu colega venezuelano, Hugo Chávez.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fome

Cerca de 50 milhões de pessoas aumentaram em 2007 a lista da população que sofre de fome, como resultado da alta dos preços do alimentos, afirmou o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, durante conferência no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Diouf afirmou que a crise atual é uma combinação do aumento da demanda por produtos agrícolas, devido ao crescimento da população e o desenvolvimento econômico nos países emergentes; da rápida expansão dos biocombustíveis; e da oferta insuficiente, devido às mudanças climáticas que afetaram a produção, particularmente secas e inundações, num momento em que os estoques de cereais, cerca de 409 milhões de toneladas, estão no menor nível dos últimos 30 anos.

Esses fatores são exacerbados, ainda, por medidas restritivas tomadas por alguns países exportadores, para proteger seus consumidores e pela especulação nos mercados futuros, segundo a FAO.

Os altos preços dos insumos agrícolas são grandes obstáculos ao aumento da produção nos países em desenvolvimento. De janeiro de 2007 a abril de 2008, os preços dos fertilizantes, em particular, subiram muito mais rapidamente do que os preços dos alimentos.

Para reduzir o número de subnutridos no mundo e satisfazer as demandas crescentes, a produção global de alimentos precisa dobrar, até 2050. Esse aumento de produção deve ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento, onde vivem as populações pobres e famintas, e onde deve acontecer mais de 95% do aumento populacional previsto. Seus agricultores vão precisar de acesso a insumos modernos, instalações para armazenagem e infra-estrutura rural, afirma a FAO.

Na análise da FAO, a agricultura mundial também terá grandes desafios, como o controle da água e das mudanças climáticas. Mais de 1.2 bilhão de pessoas vivem hoje em bacias hidrográficas, com absoluta falta de água.

O mundo também está perdendo cerca de 5 a 10 milhões de hectares de terra agrícola, todos os anos, devido à grande degradação dos solos, mas na África, América Latina e Ásia Central há um grande potencial para a expansão de terras cultiváveis.

O aumento da produção agrícola nos países em desenvolvimento, só será alcançado com maior investimento público e privado. A FAO estima que o incremento em investimento público deve ser de cerca de US$24 bilhões todos os anos, isso inclui novos recursos para o manejo de água, estradas rurais, instalações para armazenagem, assim como pesquisa e extensão.

Apoiar os agricultores nos países em desenvolvimento, com o fornecimento de sementes e fertilizantes, deve ser uma prioridade, no sentido de aumentar a produção agrícola nos países mais pobres.

A produção de cereais nos países de baixa renda e com deficiência alimentar, com exceção da China e da Índia, diminuiu 2.2% em 2007, particularmente na África, e deve baixar ainda mais em 2008, já que os agricultores pobres não estão conseguindo pagar por insumos adequados com preços cada vez mais elevados.

A FAO aprovou recentemente projetos em seu Programa de Cooperação Técnica, num total de US$23,7 milhões, para iniciar o apoio à produção em 54 países pobres.

Diouf afirmou ainda que também deveria ser dada prioridade ao apoio financeiro aos países com deficiência alimentar, cujas contas de importação de alimentos subiram cerca de 37%, em 2007, e devem aumentar mais 56%, em 2008. São, hoje, quatro vezes maiores do que em 2000.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Eleições 2008

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) orientam os partidos, comitês eleitorais e candidatos a cargos eletivos nas eleições municipais deste ano, sobre os procedimentos básicos da legislação fiscal.

As orientações estão na cartilha As eleições, os candidatos, os trabalhadores e a Receita Federal do Brasil.

Com a utilização de recurso da ilustração gráfica, a cartilha apresenta, de forma clara e didática, exemplos práticos abrangendo as principais determinações legais sobre o tema, no sentido de facilitar o cumprimento das obrigações tributárias, previdenciárias e acessórias, por exemplo, a apresentação das declarações das contribuições previdenciárias e do imposto de renda retido na fonte (DIRF).

O material está disponível no sítio da RFB, no endereço www.receita.fazenda.gov.br, link Eleições 2008.

Recursos para a Agricultura

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou os recursos financeiros e reduziu os custos dos financiamentos agrícolas para o ano-safra 2008/2008 (de 1 de julho de 2008 a 30 de junho de 2009).

As medidas são parte do Plano Agrícola e Pecuário 2008-2009, anunciado nesta quarta-feira, 2, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O plano destinará um volume de crédito total de R$ 78 bilhões, o que representa incremento de R$ 8 bilhões em relação à safra 2007-2008.

O BNDES contribuirá com a iniciativa do Governo, colocando à disposição do setor R$ 7,5 bilhões em financiamentos, valor 8,7% superior aos R$ 6,9 bilhões destinados no ano-safra anterior. Desse total, R$ 6,7 bilhões serão aplicados na agricultura empresarial e R$ 825 milhões irão para a agricultura familiar.

O Moderfrota, programa que financia a aquisição de máquinas e implementos agrícolas, isoladamente, contará, no atual ano-safra, com orçamento de R$ 3 bilhões e eliminou a cobrança de taxa fixa de juro (taxa flat) adicional de 4%, que incidia sobre o valor do financiamento agrícola, desde o ano-safra 2004-2005.

Do orçamento total do Moderfrota para 2008-2009, R$ 2,5 bilhões serão financiados com taxa fixa de 9,5% ao ano, com participação de até 90%.

Já os R$ 500 milhões restantes, serão financiados com juros fixos de 7,5% ao ano e com até 100% de participação. Neste caso, poderão ser contemplados os agricultores que se enquadram nos benefícios do programa federal Proger Rural, destinado a agricultores com renda inferior a R$ 250 mil por ano.

Além dos diferentes programas agrícolas do Governo Federal, o BNDES atuará também no novo Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa), que contará com orçamento de R$ 1 bilhão, em 2008-2009, e terá duas modalidades: recuperação de áreas degradadas (com taxas de juros fixas de 5,75% ao ano) e investimentos para melhorias na produção agropecuária, com juros de 6,75% ao ano.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Desenvolvimento Produtivo

Aprovamos há pouco, em sessão plenária da Câmara dos Deputados (CD), diversos incentivos fiscais, estimados em cerca de R$ 17 bilhões, até 2011, para vários setores da economia, no âmbito da nova política industrial do Governo, batizada de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Automóveis, estaleiros, setor moveleiro e tecnologia da informação são alguns beneficiados pelo projeto de lei de conversão para a Medida Provisória (MP) 428/08, que será analisada ainda pelo Senado Federal (SF).

O texto aprovado concede alíquota zero do PIS/Pasep e da Cofins, à receita de venda de cadeiras de rodas, o que poderá diminuir seu preço final para o consumidor. Igual redução é aplicada a caldeiras usadas em usinas nucleares, em relação ao PIS/Pasep-Importação e à Cofins-Importação.

Já o setor moveleiro é estimulado com a redução de 10% para 5% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente sobre móveis de metal, plástico, bambu e ratã.

Em relação às companhias de água e esgoto, autoriza-se o Governo Federal a criar um programa nacional de tarifa social dos serviços de abastecimento de água e saneamento básico. O programa seria sustentado com recursos equivalentes a 20% da arrecadação de PIS/Pasep e Cofins, incidentes sobre esses serviços.

Antes das mudanças aprovadas pelo Plenário, a estimativa do Governo chegava a R$ 3,56 bilhões, em 2008, por meio de cortes orçamentários. Para 2009 e 2010, as previsões de renúncia fiscal alcançavam, respectivamente, R$ 7,73 bilhões e R$ 5,66 bilhões.

Segundo o Governo, a meta para 2010 é ampliar a participação brasileira para 1,25% das exportações mundiais (208 bilhões de dólares, cerca de R$ 343 bilhões).

Em 2007, as exportações do Brasil representaram 1,18% do total (US$ 160,6 bilhões, cerca de R$ 265 bilhões).

Ingrid Betancourt

A ex-Senadora colombiana, Ingrid Betancourt, foi libertada hoje, com mais 14 pessoas, 3 deles americanos. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa da Colômbia. O resgate se produziu numa zona de selva do departamento de Guaviare, no sudoeste da Colômbia.

Ingrid, de 46 anos, foi seqüestrada em 2002, quando fazia campanha à Presidência da Colômbia. Ela é parte de um grupo de 40 reféns estratégicos, que as Farc pretendia trocar por guerrilheiros presos. Ela levou a campanha numa área de empate entre o Governo e os movimentos revolucináriosda Colômbia, na região de Caquetá, e acabou capturada pelas Farc.

Ingrid viveu em plena selva colombiana durante todos seis anos, tornando-se a principal moeda de troca das Farc.

O seqüestro de Betancourt aconteceu dois dias depois do Governo, presidido então por Andrés Pastrana (1998-2002), dar por encerrada a negociação do processo de paz com as Farc, que já durava três anos, em uma região desmilitarizada, de cerca de 39 mil quilômetros quadrados, nas selvas do Sul do País.

Em abril deste ano, Lorenzo Delloye, filho de Betancourt, fez um apelo direto ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para que trabalhasse pela libertação dos reféns. Na época, a mãe de Ingrid, Yolanda Pulecio, desmentiu os boatos de que a filha sofresse de hepatite B ou leishmaniose, mas disse que ela teria uma forte amebíase, doença parasitária que provoca diarréia com perda de sangue. Yolanda comentou ter conversado com Uriel Rodriguez, médico que militou nas Farc e que lhe informou sobre a doença.

Brasileiros no Exterior

Representantes do Ministério da Justiça (MJ) e do Banco Central (BC) divergiram, na Câmara dos Deputados (CD), sobre estatísticas em relação aos imigrantes brasileiros. Eles participaram, nesta terça-feira, 1, de audiência pública para discutir os fluxos migratórios de brasileiros para o exterior.

Ao falar do tamanho do problema enfrentado pelo Governo, o Diretor do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, Luciano Pestana, citou os números que constam do livro O estado dos imigrantes, lançado recentemente.

Segundo a pesquisa, há cerca de 5 milhões de brasileiros no exterior, que enviam quase 7,5 bilhões de dólares (cerca de R$ 12 bilhões) por ano, para os parentes no Brasil.

Já o representante do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, contestou essa estatística com dados oficiais, indicando que os cerca de 3 milhões de brasileiros que vivem legalmente no exterior, enviaram, em 2007, pouco menos de 4,5 bilhões de dólares (cerca de R$ 7 bilhões), que beneficiaram 850 mil brasileiros. Acrescentou, também, que há no Brasil diversas fontes de ingresso de divisas, tanto nas exportações como nos investimentos estrangeiros diretos.

Outras pesquisas são baseadas em dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), muitos deles colhidos por amostragem. O representante do BC ressaltou que em 2007 as remessas de imigrantes para o Brasil incluíram recursos para a manutenção de familiares e transferências de patrimônio. Rocha destacou que os 4,5 bilhões de dólares correspondem a apenas 0,33% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Esse valor também teria um peso pequeno na economia quando comparado com outras formas de entrada de divisas estrangeiras no Brasil.

Luciano Pestana e Fernando Rocha concordaram que as divergências também são decorrentes de diferenças de metodologia e da dificuldade de contagem dos imigrantes ilegais.

Durante a audiência pública, Luciano Pestana lembrou que o Governo vem atuando, desde 2006, contra a imigração ilegal por meio do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O Plano é baseado na prevenção, atendimento às vítimas e na repressão a quem trafica. Ele também anunciou para breve o envio, ao Congresso Nacioanal, do projeto da nova Lei dos Estrangeiros, que vai criar o Conselho Nacional de Migração, para buscar, nos direitos humanos, a solução tanto para o estrangeiro que vive no Brasil quanto para o brasileiro no exterior. Segundo Pestana, o projeto está em fase final de elaboração na Casa Civil.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Ferrovia

Aprovamos há pouco, no Plenário da Câmara dos Deputados, a Medida Provisória (MP) 427/08, que amplia a extensão da Ferrovia Norte-Sul, cuja construção, uso e exploração estão a cargo da empresa Valec Engenharia.

A matéria foi aprovada na forma do projeto de lei de conversão, que prevê a construção de uma ferrovia transcontinental para ligar portos brasileiros no Atlântico a portos peruanos no Pacífico. A MP será votada ainda pelo Senado Federal (SF).

Inicialmente previsto para ligar Rondônia à Ferrovia Norte-Sul, o trecho de Uruaçu (GO) a Vilhena (RO) foi ampliado e transformado na Ferrovia Transcontinental, com 4,4 mil quilômetros de extensão.

A nova Ferrovia começará no litoral norte fluminense, cruzará a Norte-Sul, passará por Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) e encontrará a estrada de ferro peruana na fronteira acreana (Boqueirão da Esperança).

Portos do Nordeste poderão ser ligados à Transcontinental por meio da Ferrovia Bahia-Oeste, que liga a Bahia a Tocantins, encontrando a Norte-Sul.

Foi atribuída competência à Valec para realizar estudos de viabilidade técnica e econômica da expansão da Norte-Sul de Panorama (SP) a Rio Grande (RS). Por enquanto, permanece a ampliação da Norte-Sul prevista inicialmente na MP, ampliando o traçado de Senador Canedo (GO) a Panorama (SP). Isso completa a extensão da ferrovia para 2,7 mil quilômetros, a partir de Belém (PA).

O Executivo poderá autorizar a Valec a desenvolver sistemas de transporte ferroviário de passageiros.

O texto aprovado muda a lei que disciplinou a extinção da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), para permitir que os ministérios dos Transportes e do Planejamento avaliem se os bens da rede extinta, podem ser usados como uma reserva técnica para expandir o transporte ferroviário.

A MP também reestrutura a Valec. Ela surgiu como uma sociedade por ações, mas é transformada agora em uma empresa pública, totalmente controlada pela União.

Entre as competências da Valec, estão o desenvolvimento de estudos e projetos; a construção e operação de estradas de ferro; e o aprimoramento e o uso de novas tecnologias.Um conselho de administração, um conselho fiscal e uma diretoria executiva são os órgãos decisórios da empresa, previstos pela MP, que reforça a necessidade de licitação pública para contratar bens e serviços e de concurso público para contratar pessoal, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A MP determina o fim do processo de liquidação da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes (Geipot) e a incorporação de seu pessoal aos quadros da Valec, que fica autorizada a patrocinar o plano de previdência complementar desses empregados. As novas despesas serão assumidas pela União.

Para os atuais e futuros funcionários da Valec, a MP permite o patrocínio de plano de benefícios previdenciários, operado por entidade de previdência complementar pública. Um direito adicional incluído permite aos empregados próprios da Valec e aos absorvidos com a extinção da RFFSA e do Geipot, participarem de plano de benefícios sociais e de saúde operado pelo Serviço Social das Estradas de Ferro (Sesef).

Consulte aqui a íntegra da proposta (MPV-427/2008).

Precisamos Votar

Não houve entendimento entre os líderes partidários, em reunião nesta terça-feira, 1, para o fim da obstrução das votações no Plenário da Câmara dos Deputados (CD).

Sem acordo e com a pauta trancada por cinco medidas provisórias, matérias de maior dimensão econômica e política podem deixar de ser votadas.

A idéia é votar, antes do recesso parlamentar de julho, entre outras matérias, a Reforma Tributária (PECs 233/08, 31/07 e 45/07).

Importante lembrar que o recesso parlamentar de duas semanas, previsto para ter início no próximo dia 18 de julho, só terá início após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Pauta de Julho

A Câmara dos Deputados (CD) entra no mês de julho com a pauta do Plenário trancada por medidas provisórias (MPs).

A Medida Provisória 427/08 amplia a extensão da estrada de ferro Norte-Sul, a cargo da Valec Engenharia, para construção, uso e exploração. O trecho Belém (PA) a Senador Canedo (GO) é estendido até Panorama (SP). A MP também reestrutura essa empresa e a transforma em pública, pois a União detém 100% de seu capital.

Em segundo lugar, na pauta figura a Medida Provisória (MP) 428/08. Ela concede incentivos fiscais estimados em R$ 17 bilhões, até 2011, para diversos setores da economia, no âmbito da nova política industrial do Governo, denominada Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Todas as desonerações somadas devem chegar, segundo cálculos do Governo, a R$ 21,4 bilhões, entre 2008 e 2011. Somente com as mudanças da MP, o Orçamento de 2008 terá um corte de R$ 3,56 bilhões para esses incentivos.

Também tranca os trabalhos, a Medida Provisória 429/08, editada para autorizar a União a participar com R$ 400 milhões do Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN). Esse Fundo será criado para proteger o crédito concedido pelos bancos a estaleiros, com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Nas operações de financiamento garantidas pelo Fundo, o banco deverá financiar até 90% do valor do projeto, mas a garantia será limitada a 50% do saldo devedor. A MP também muda outras regras para estimular a exportação, principalmente das micro e pequenas empresas.

domingo, 29 de junho de 2008

Espírito

Nossa época, embora fale tanto de economia, é esbanjadora: esbanja o que é mais precioso, o espírito.

Friedrich Nietzsche (1844-1900)
Filósofo alemão

Sinal de Alerta

O Greenpeace divulgou estudo em que aponta a Microsoft e a Nintendo como as principais vilãs do lixo eletrônico.

Segundo a organização ambientalista, com os novos critérios de avaliação, apenas a Sony e a Sony Ericsson fizeram mais de 5 pontos, num ranking que vai até 10, no Guia de Eletrônicos Verdes.

O Guia, segundo o Greenpeace, é uma forma de alertar as empresas para o problema do lixo eletrônico. A intenção é que os fabricantes se livrem dos produtos químicos tóxicos usados em seus produtos.

Lançado em 2006, o Guia está em sua oitava edição e lista os principais líderes de mercado em celulares, computadores, televisores e consoles de videogames. As empresas são classificadas ainda de acordo com suas emissões de gases, comprometimento na diminuição dessas emissões e apoio a políticas de diminuição do aquecimento global.

A Apple é citada no relatório, ao lado da Sony Ericsson, como uma empresa que faz um uso eficiente da energia. A Sony Ericsson também é elogiada por ser a primeira empresa a remover produtos químicos tóxicos. A Apple, no entanto, teria deixado a desejar no novo modelo do iPhone, que não tem melhoras relacionadas ao ambiente.

A classificação da Microsoft se deve a baixa pontuação no critério de políticas relacionadas ao clima. A Nintendo teria implantado melhorias nas questões do uso de produtos químicos tóxicos e também no tema do clima, mas, como revela o Greenpeace, nem mesmo o wii, com sua relativa eficiência de consumo de energia, fica dentro dos padrões exigidos.

Abaixo do nível

Mais da metade dos alunos da 3ª série do ensino fundamental do Brasil está abaixo do nível de conhecimento considerado adequados para a série, em leitura e em matemática. A situação melhora um pouco na 6ª série, com avanços nas duas disciplinas, mas continua ruim.

É o que revela o Segundo Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Serce), realizado pelo Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação, ligado à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A pesquisa foi feita em 16 países da América Latina e no Estado mexicano de Nuevo León, sendo divulgada no último dia 20, em Santiago, no Chile.

O estudo realizado apenas com alunos da 3ª e 6ª séries do ensino fundamental, os classifica em níveis de aprendizado que vão de Abaixo de 1 até 4. Para terem um rendimento esperado para as séries, os estudantes deveriam estar entre os níveis 3 e 4 nas duas disciplinas.

No entanto, na 3ª série apenas 26,39% conseguiram atingir um dos dois patamares de conhecimento, em matemática, e somente 28,61%, em leitura.

Na 6ª série, o número de alunos nos níveis 3 e 4, sobe para 40,48% em matemática, e 49,93% em leitura.

O resultado reforça o baixo rendimento dos alunos do ensino fundamental, revelado nas últimas semanas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Efeito Negativo

Pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), na qual foram analisadas 4.108 horas de televisão, num total de 128.525 peças publicitárias, mostrou que o tipo de propaganda mais freqüente de alimento é o fast-food (18%). Em seguida, aparecem as de guloseimas e sorvetes (17,%), refrigerantes e sucos artificiais (14%), salgadinhos de pacote (13,%) e biscoitos doces e bolos (10%). Esses cinco grupos representam 72% do total de anúncios de alimentos veiculados na televisão.

De acordo com as pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB), de maneira geral, as propagandas predominantes são as de alimentos com alto teor de gorduras, sal e açúcar. Os anúncios de alimentos correspondem a 9,7% do total, e sua maior freqüência acontece no período das 14h30m às 18h30m, com maior prevalência na rede de televisão a cabo (55,9%).

A publicidade de alimentos ocorre com maior freqüência em revistas infantis, para adolescentes e mulheres e tem como foco o produto, especialmente aqueles prontos para consumo. Nas revistas, foram avaliadas 18.689 peças publicitárias.

Precisamos de muita atenção a essas questões, pois o público infantil é o mais vulnerável aos apelos promocionais, sendo ele, também, o consumidor do futuro.

Sabemos que a propaganda influencia as escolhas alimentares, e, por isso mesmo, é preciso estar atento a elas quando se define o plano de uma alimentação saudável.

Rádio Digital

O Brasil deverá contar com o rádio digital ainda este ano. A expectativa é do Ministro das Comunicações, Hélio Costa.

Segundo Costa, os testes da rádio digital foram acompanhados por várias entidades, entre elas o próprio Ministério, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

O Ministro explicou que o padrão de rádio digital brasileiro deverá possibilitar a operação das rádios FM e de ondas curtas, e principalmente poderem operar na mesma faixa de freqüência, sem necessidade de um canal adicional.

Para isso, o Governo deverá fazer uma espécie de chamamento para que os padrões americano, coreano, chinês e europeu façam as propostas.

Madeira

O Governo Federal fechou o primeiro acordo com o setor madeireiro para frear a exportação de toras cortadas ilegalmente na Amazônia. O acordo foi acertado entre o Ministério do Meio Ambiente e a direção da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará. Está agendada a assinatura do compromisso para o próximo dia 18 de julho, na cidade de Belém.

A iniciativa é inspirada na moratória da soja, pela qual os exportadores do cereal se comprometem a não comprar grãos colhidos em áreas devastadas.
Os exportadores se comprometeram a não comprar madeira retirada de áreas devastadas ilegalmente.

O Código Florestal permite a derrubada das árvores em 20% das propriedades na Amazônia, o resto deve ser preservado como reserva legal de floresta.

É pretensão do Ministério o reforço do sistema de rastreamento da madeira vendida na região para a fabricação de móveis. A idéia é incentivar o consumo de madeira com origem certificada.

Carne do Brasil

O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu que a Argélia compre mais produtos do Brasil. Ele quer que a Argélia acabe com o embargo à carne bovina do País.

O Brasil registrou no ano passado seu terceiro maior déficit com a Argélia, de US$ 2,3 bilhões. Amorim se encontrou com o Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika.

O Itamaraty informou que enquanto as exportações brasileiras para a Argélia passaram, de 2003 a 2007, de US$ 153,7 milhões a US$ 501,2 milhões, as argelinas com destino ao Brasil passaram de US$ 1,1 bilhão a US$ 2,8 bilhões.