Presto, hoje, uma homenagem ao escritor cearense José de Alencar, nascido no dia 1º de Maio de 1829, em Messejana, distrito de Fortaleza. Transcorridos 178 anos do nascimento de José de Alencar, o que sua obra nos oferece é justamente o testemunho desse projeto inovador, o projeto de construção de uma síntese simbólica na cultura nacional. Nesse sentido ele foi, sem dúvida, pioneiro e foi por isso imortalizado como um dos grandes nomes da literatura brasileira.
De sua obra numerosa, alguns títulos são suficientes para nos falar da grandeza do trabalho realizado: O Guarani, Lucíola, Iracema, O Gaúcho, Guerra dos Mascates, O Sertanejo, Senhora, O jesuíta, As Asas de um Anjo, Cartas Políticas de Erasmo.
Iracema: lenda Ceará, de 1865, notabilizou-se pela riqueza da construção que conseguiu se apropriar da lenda para enaltecer a autonomia cultural brasileira, intimamente marcada pela civilização indianista que precedeu a chegada dos colonizadores europeus. Fez isso para mostrar não uma contraposição maniqueísta, baseada em pólos inconciliáveis, mas sim para concluir pela interpenetração cultural que foi e é a principal característica da cultura brasileira.
Personalidade complexa, José de Alencar era dotado de grande talento intelectual, que soube explorar para produzir uma das mais representativas e ricas obras da literatura brasileira. Advogado, jornalista, político, orador, romancista e teatrólogo, é o patrono da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Machado de Assis, com quem manteve contato produtivo, documentado pela correspondência em que discorreu, entre outras coisas, sobre suas teorias estéticas.
Para os cearenses é uma grande honra ter em José de Alencar um conterrâneo ilustre não apenas por causa das comemorações que as datas festivas propiciam, mas pela contribuição real, genial, de sua obra para que o povo brasileiro pudesse se compreender melhor e se reconhecer na multiplicidade cultural em que foi formado.