Pimentel disse acreditar que as vacinas contra os quatro tipos de dengue atuais, estarão prontas para uso em cinco anos. Declarou, ainda, que 70% dos recursos do Ministério para a prevenção são utilizados no combate à dengue.
Segundo o Governo, as campanhas de esclarecimento atingem 90% dos brasileiros, mas falta incutir na população a prática de hábitos simples para evitar a proliferação do mosquito. Fabiano Pimentel disse que o aumento dos casos de dengue deve-se, em parte, à grande concentração de pessoas nas cidades, onde estão 80% da população. Segundo ele, o mosquito que transmite a dengue é tipicamente urbano.
O coordenador de Auditoria da Dengue do Tribunal de Contas da União(TCU), Henrique Ziller, sugeriu que os municípios adotem leis para permitir a entrada de agentes de combate à dengue em imóveis fechados, a exemplo do que já ocorre em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, em uma cidade de veraneio como Ubatuba (SP), cerca de 40% dos imóveis ficam fechados, o que impede o combate à doença.
Ziller também afirmou que o Brasil precisa adotar normas para permitir a responsabilização de gestores ineficientes no combate à dengue. Ele explicou que, como atualmente não existe uma hierarquia nessa área, os municípios reportam-se diretamente ao Ministério da Saúde.
Em 9 meses deste ano, foram registrados 480 mil casos da doença no País, contra os 320 mil em todo o ano de 2006. A dengue já levou à morte 121 pessoas neste ano. Segundo o Ministério da Saúde, esse aumento está relacionado a epidemias em estados.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina Tropical do Baixo Amazonas, Bernardo da Silva Cardoso, reclamou da lentidão do Governo para eliminar o mosquito da dengue, e lembrou que esse inseto entrou no Brasil em 1966, vindo da Venezuela. Segundo Cardoso, há três tipos de mosquito transmissores da doença. Ele citou como exemplo de combate eficiente a endemias a extinção da malária no sul do País. Cardoso explicou que é preciso fazer um mapa de onde ocorre a dengue hemorrágica para dar prioridade a esses locais, evitando novas mortes.
É óbvio que o aumento do número de contaminações neste ano de 2007, é reflexo do relaxamento no combate à doença em 2006.
Quando se trata de saúde, não se pode jamais baixar a guarda. A dengue exije uma prevenção constante.
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