quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Vacina

O diretor de Gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimentel, informou nesta terça-feira, 27, em audiência pública para debater o surto de dengue no País, na Câmara dos Deputados, que duas vacinas contra a doença estão em fase final de testes.

Pimentel disse acreditar que as vacinas contra os quatro tipos de dengue atuais, estarão prontas para uso em cinco anos. Declarou, ainda, que 70% dos recursos do Ministério para a prevenção são utilizados no combate à dengue.

Segundo o Governo, as campanhas de esclarecimento atingem 90% dos brasileiros, mas falta incutir na população a prática de hábitos simples para evitar a proliferação do mosquito. Fabiano Pimentel disse que o aumento dos casos de dengue deve-se, em parte, à grande concentração de pessoas nas cidades, onde estão 80% da população. Segundo ele, o mosquito que transmite a dengue é tipicamente urbano.

O coordenador de Auditoria da Dengue do Tribunal de Contas da União(TCU), Henrique Ziller, sugeriu que os municípios adotem leis para permitir a entrada de agentes de combate à dengue em imóveis fechados, a exemplo do que já ocorre em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, em uma cidade de veraneio como Ubatuba (SP), cerca de 40% dos imóveis ficam fechados, o que impede o combate à doença.

Ziller também afirmou que o Brasil precisa adotar normas para permitir a responsabilização de gestores ineficientes no combate à dengue. Ele explicou que, como atualmente não existe uma hierarquia nessa área, os municípios reportam-se diretamente ao Ministério da Saúde.

Em 9 meses deste ano, foram registrados 480 mil casos da doença no País, contra os 320 mil em todo o ano de 2006. A dengue já levou à morte 121 pessoas neste ano. Segundo o Ministério da Saúde, esse aumento está relacionado a epidemias em estados.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina Tropical do Baixo Amazonas, Bernardo da Silva Cardoso, reclamou da lentidão do Governo para eliminar o mosquito da dengue, e lembrou que esse inseto entrou no Brasil em 1966, vindo da Venezuela. Segundo Cardoso, há três tipos de mosquito transmissores da doença. Ele citou como exemplo de combate eficiente a endemias a extinção da malária no sul do País. Cardoso explicou que é preciso fazer um mapa de onde ocorre a dengue hemorrágica para dar prioridade a esses locais, evitando novas mortes.

É óbvio que o aumento do número de contaminações neste ano de 2007, é reflexo do relaxamento no combate à doença em 2006.

Quando se trata de saúde, não se pode jamais baixar a guarda. A dengue exije uma prevenção constante.

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