O primeiro de dezembro é celebrado como o Dia Mundial de Prevenção Contra a AIDS.
Segundo recente relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS(UNAIDS), estima-se que no nível internacional existam 33,2 milhões de pessoas com HIV; que 2,5 milhões de novas infecções tenham ocorrido apenas neste ano; e, que o total de mortes associado à infecção pelo HIV, será de 2,1 milhões em 2007. As maiores conseqüências observam-se na África Subsaariana, onde se encontram 68% das pessoas infectadas pelo HIV e onde ocorrem 76% das mortes.
O relatório, entretanto, apresenta alguns dados favoráveis, pois em alguns países africanos (Costa do Marfim, Quênia e Zimbábue) e asiáticos (Camboja, Mianmar e Tailândia), as taxas de prevalência têm declinado, provavelmente um reflexo do esforço internacional para controlar a epidemia. Em 2007, foram investidos US$ 10 bilhões em ações para conter a doença no mundo.
Ainda, segundo a UNAIDS, o Brasil possui um terço das pessoas que vivem com HIV na América Latina. Em nosso País, a epidemia tem evoluído com diminuição da prevalência em usuários de drogas injetáveis, o que tem sido relacionado à implantação de programas de redução de danos. Também se destaca o aumento da infecção em mulheres, em função do comportamento sexual de seus parceiros.
Dados do Ministério da Saúde brasileiro, indicam que, de 1980 a junho de 2007, foram notificados 474.273 casos de AIDS no País, sendo 289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte. Em 2002, a taxa de incidência da doença no Brasil foi de 22,2 casos por 100 mil habitantes. Em 2005, a taxa foi de 19,5 por 100 mil habitantes e em 2006, de 17,5 por 100 mil habitantes.
Observa-se uma tendência de estabilização da incidência de AIDS no Brasil e nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, entretanto, no Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento. A Região Norte apresentou o maior crescimento no número de casos entre 2002 e 2006 (39,6%).
O Ministério da Saúde apresentou neste ano a proporção de pessoas que continuaram vivendo com AIDS em até cinco anos após o diagnóstico. Verificou-se que esse percentual foi de 90% no Sudeste, 78% no Norte, 80% no Centro Oeste, 81% no Nordeste e 82% no Sul. O elevado percentual de sobrevida em cinco anos, em todas as regiões do País, sugere que a atenção oferecida por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual distribui medicamentos gratuitamente para o tratamento da AIDS, está gerando resultados positivos.
É preciso atentar, contudo, que uma maior proporção de sobrevida no Sudeste pode indicar desigualdade na qualidade dos serviços ofertados nas diversas regiões. Por exemplo, 13,9% dos indivíduos diagnosticados com AIDS no Norte haviam morrido em até um ano após a descoberta da doença. No Centro Oeste, o percentual foi de 12,7%; no Nordeste, de 12,1%; no Sul, de 9,1% e no Sudeste, de 3%.
Com relação ao sexo das pessoas infectadas, em 1985 havia 15 casos da doença em homens para cada caso em mulher. Atualmente, a relação é de 1,5 casos em homem para cada caso em mulher. Na faixa etária de 13 a 19 anos ocorreu inversão nessa relação a partir de 1998, ou seja, nesse grupo tem ocorrido mais doença no sexo feminino que no masculino.
É digno de menção que nos últimos anos tem-se verificado aumento percentual de casos na população acima de 50 anos, em ambos os sexos. Também se destacam o crescimento da epidemia em heterossexuais; a estabilização entre homossexuais e bissexuais; a mencionada redução entre usuários de drogas injetáveis, como uma tendência de crescimento entre homo/bissexuais jovens.
Como se observa, apesar dos avanços obtidos pelo programa de controle da AIDS e pelo SUS, o desafio não está vencido, de modo que essa questão de saúde pública merece irrestrita atenção da parte das autoridades sanitárias deste País.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
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