segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Gênio brasileiro

O dia 8 de novembro passado assinalou o transcurso dos 85 anos de nascimento de um gênio brasileiro. Falo de Aldemir Martins, o cearense que conquistou o País e o mundo com sua arte inovadora, vibrante e sempre marcada pela natureza e a gente do Nordeste.

Ao morrer, em fevereiro de 2006, Aldemir deixou, a par de um acervo imenso e de altíssima importância, o exemplo de uma trajetória incomum. Foram nada menos de 64 anos dedicados à arte, desde que integrou pela primeira vez uma mostra coletiva, o II Salão de Pintura do Ceará, em 1942, e, em todo esse tempo, sem jamais perder a disposição de experimentar técnicas, materiais e formas de expressão.

Essa inquietação criativa apareceu cedo no menino nascido em Ingazeiras, no vale do Cariri. E examinar o currículo do artista, impressiona. Não há ano em que ele não esteja em pelo menos uma exposição e, ao mesmo tempo, atuando como ilustrador, recolhendo informações para novos trabalhos, criando muito e com qualidade crescente.

A grande consagração mundial viria, porém, com o Prêmio Internacional de Desenho da Bienal de Veneza, em 1956.

Faço esses rápidos registros apenas para dar idéia do ímpeto criador de Aldemir, pois seria impossível lembrar aqui todos os detalhes e resultados de tamanha atividade. Vale dizer, porém, que, em meio a tudo isso, ele ia além da pintura e do desenho, incursionando pela gravura, a cerâmica e a escultura.

Aldemir Martins permaneceu único, inconfundível, e reconhecido até pelos leigos, pois ao longo do tempo tornou-se um dos artistas plásticos mais populares do Brasil.

É do escritor Jorge Amado um emocionado comentário sobre Aldemir e suas origens:
Talvez por ser assim tão violento o sol, tão áspera a terra, tão cruel a seca, tão devastadoras as enchentes, tão pobre o homem em chão rico, talvez para compensar tanta dificuldade a enfrentar e a vencer, da sofrida (não, porém, vencida) humanidade do Nordeste nascem os grandes criadores, os poetas, os romancistas, os músicos, os pintores. Nasce Aldemir Martins, mais do que nordeste, o próprio Nordeste.

Nosso querido Nordeste, e especialmente o Ceará, têm orgulho de ser berço e estar presente em toda a obra do extraordinário Aldemir Martins.

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