Dados de um estudo inédito no mundo, realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), coordenado no Brasil pelo pneumologista Marcus Barreto Conde, do Instituto de Doenças do Tórax (IDT), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sugerem que futuramente será possível reduzir o tempo de tratamento da tuberculose.
Atualmente, a longa duração e a grande quantidade de medicamentos administrada (seis a nove comprimidos diariamente), são os principais fatores que levam os doentes a interromperem precocemente o tratamento e, conseqüentemente, desenvolverem a forma resistente da doença.
A grande descoberta da pesquisa é a associação do moxifloxacina (MOX), medicamento utilizado no tratamento de outras doenças infecciosas do trato respiratório, aos medicamentos já usados no combate à tuberculose, é altamente eficaz.
De acordo com o pneumologista Marcus Barreto Conde, esse estudo faz parte de um esforço mundial, cujo objetivo é oferecer à sociedade, até 2014, um esquema terapêutico antituberculose, que dure menos tempo e utilize menos medicamentos.
Das 170 pessoas que participaram da pesquisa, 85% dos pacientes do braço experimental com MOX, apresentaram conversão da cultura de bacilo do escarro de positivo para negativo, ao final de oito semanas de tratamento, em comparação com 68% do grupo controle. A conversão de cultura é o principal marcador para predizer a cura clínica da tuberculose.
Em função dos resultados bastante satisfatórios, um novo estudo para avaliar a eficácia da associação de outro medicamento ao MOX, para o tratamento otimizado da tuberculose, terá início até julho deste ano.
Leia mais sobre este assunto no jornal O Globo, edição de 16/05/2008.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
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Um comentário:
Caro Deputado,
Meu nome é Diego, sou estudante de Engenharia Química pela Puc-Rio, e atualmente estou envolvido num projeto de iniciação científica, no qual estou analisando a composição farmacêutica de Moxifloxacina (MOX) no medicamento em que esta é comercializada.
Deputado, o senhor deve saber que somente em nosso país, cerca de 6 mil pessoas morrem por ano em decorrência desta doença, e que o maior índice de tuberculose se manifesta em países em desenvolvimento.
O senhor muito bem citou os benefícios que a MOX pode vir a trazer para o tratamento da doença em seu blog, isto caso as pesquisas científicas que ainda estão em andamento confirmar tais projeções. No entanto, o custo deste medicamento ainda é muito elevado, e a criação de um medicamento genérico em princípio não aconteceria, porque a patente que garante os direitos sobre a comercialização desta substância (Patente pertencente a uma grande multinacional alemã) só expira em 2018.
O que eu gostaria de saber é: Caso a utilização da MOX realmente reduza o período de tratamento da tuberculose, e a dosagem posológica diária (comprimidos consumidos por dia) realmente seja diminuída, seria possível ser estabelecida a quebra da patente desta substância e incluí-la no Programa de Medicamentos Genéricos do Brasil?
Reconheço que este seria um projeto ambicioso, e que envolveria muitos interesses (e é claro, muito dinheiro) envolvidos, mas tenho certeza de que é menos ambiciosa do que a ganância da empresa que arrecada cerca de 500 milhões de dólares anualmente, só com a comercialização desta substância.
Lembro ainda que a maior causa de morte em pessoas portadoras do HIV é decorrente também pela co-infecção pela tuberculose. Então, caso o medicamento em questão seja mesmo eficaz, não seria prudente incluí-lo na lista de medicamentos do Coquetel Anti-Aids?
Deputado Leo Alcântara, sou apenas um cidadão querendo fazer a sua parte pela sociedade. Gostaria muito de uma resposta sua, seja qual for a sua opinião sobre o respeito. Quem sabe isto não seria um bom projeto de lei para a nação?
Grato,
Diego Duarte
diegorduarte@gmail.com
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