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Atualmente, a longa duração e a grande quantidade de medicamentos administrada (seis a nove comprimidos diariamente), são os principais fatores que levam os doentes a interromperem precocemente o tratamento e, conseqüentemente, desenvolverem a forma resistente da doença.
A grande descoberta da pesquisa é a associação do moxifloxacina (MOX), medicamento utilizado no tratamento de outras doenças infecciosas do trato respiratório, aos medicamentos já usados no combate à tuberculose, é altamente eficaz.
De acordo com o pneumologista Marcus Barreto Conde, esse estudo faz parte de um esforço mundial, cujo objetivo é oferecer à sociedade, até 2014, um esquema terapêutico antituberculose, que dure menos tempo e utilize menos medicamentos.
Das 170 pessoas que participaram da pesquisa, 85% dos pacientes do braço experimental com MOX, apresentaram conversão da cultura de bacilo do escarro de positivo para negativo, ao final de oito semanas de tratamento, em comparação com 68% do grupo controle. A conversão de cultura é o principal marcador para predizer a cura clínica da tuberculose.
Em função dos resultados bastante satisfatórios, um novo estudo para avaliar a eficácia da associação de outro medicamento ao MOX, para o tratamento otimizado da tuberculose, terá início até julho deste ano.
Leia mais sobre este assunto no jornal O Globo, edição de 16/05/2008.
Um comentário:
Caro Deputado,
Meu nome é Diego, sou estudante de Engenharia Química pela Puc-Rio, e atualmente estou envolvido num projeto de iniciação científica, no qual estou analisando a composição farmacêutica de Moxifloxacina (MOX) no medicamento em que esta é comercializada.
Deputado, o senhor deve saber que somente em nosso país, cerca de 6 mil pessoas morrem por ano em decorrência desta doença, e que o maior índice de tuberculose se manifesta em países em desenvolvimento.
O senhor muito bem citou os benefícios que a MOX pode vir a trazer para o tratamento da doença em seu blog, isto caso as pesquisas científicas que ainda estão em andamento confirmar tais projeções. No entanto, o custo deste medicamento ainda é muito elevado, e a criação de um medicamento genérico em princípio não aconteceria, porque a patente que garante os direitos sobre a comercialização desta substância (Patente pertencente a uma grande multinacional alemã) só expira em 2018.
O que eu gostaria de saber é: Caso a utilização da MOX realmente reduza o período de tratamento da tuberculose, e a dosagem posológica diária (comprimidos consumidos por dia) realmente seja diminuída, seria possível ser estabelecida a quebra da patente desta substância e incluí-la no Programa de Medicamentos Genéricos do Brasil?
Reconheço que este seria um projeto ambicioso, e que envolveria muitos interesses (e é claro, muito dinheiro) envolvidos, mas tenho certeza de que é menos ambiciosa do que a ganância da empresa que arrecada cerca de 500 milhões de dólares anualmente, só com a comercialização desta substância.
Lembro ainda que a maior causa de morte em pessoas portadoras do HIV é decorrente também pela co-infecção pela tuberculose. Então, caso o medicamento em questão seja mesmo eficaz, não seria prudente incluí-lo na lista de medicamentos do Coquetel Anti-Aids?
Deputado Leo Alcântara, sou apenas um cidadão querendo fazer a sua parte pela sociedade. Gostaria muito de uma resposta sua, seja qual for a sua opinião sobre o respeito. Quem sabe isto não seria um bom projeto de lei para a nação?
Grato,
Diego Duarte
diegorduarte@gmail.com
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