sábado, 27 de setembro de 2008

Desequilíbrio

O documento Síntese de Indicadores Sociais, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2007), mostra que a mulher, embora tenha índices de escolaridade superiores aos dos homens, ainda está em defasagem no mercado de trabalho, principalmente nos níveis mais elevados de comando. Em 2007, apenas 4,2% das trabalhadoras do País estavam ocupadas na categoria dirigentes em geral, contra 5,5% dos homens.

A análise regionalizada dos dados, porém, indica que em estados do Norte e Nordeste, a diferença diminui, ou até mesmo se inverte, como no caso do Piauí, onde as mulheres dirigentes representam 3,6% do total, contra 3,4% dos homens, e no Amazonas (3,3% contra 3,2%).

Já em estados do Sul e do Sudeste, como Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, a vantagem dos homens neste indicador é maior do que a média nacional.

De acordo com o documento, as mulheres estudam, em média, um ano a mais do que os homens (nove contra oito). Entre os universitários brasileiros, a participação feminina é maior, 57,1%. Na outra ponta da análise, as mulheres também estão à frente. A taxa de analfabetismo funcional delas é menor (21,1%) do que a dos homens (22,3%).

A Síntese de Indicadores Sociais mostra a grande participação das mulheres como referência nos arranjos familiares, 52,9% delas vivem sem cônjuge e com um ou mais filhos. Outras 16,9% moram sozinhas. Apenas 16,6% das mulheres são chefe de família, em domicílios habitados por um casal e no mínimo um filho. O índice cai para 5,6% nos casos de casais sem filho.

Como a indicação da pessoa de referência é de livre escolha do entrevistado, a pesquisa mostra que este status não está mais necessariamente ligado à função de provedor principal. Mesmo nos arranjos familiares em que a mulher é apontada como referência, em 73,7% dos casos, é o homem quem tem o maior rendimento. O índice é quase o mesmo nos casais em que o homem é indicado como a pessoa de referência, 73,8%.

Nenhum comentário: