Apesar do aumento na quantidade de brasileiros na escola nos últimos anos, a qualidade do ensino ainda deixa a desejar, como mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2007).
Do total de 1,3 milhão de pessoas, de 8 a 14 anos, que não sabem ler e escrever, a grande maioria (84,5%) está matriculada em alguma turma de ensino fundamental ou médio. Um contingente de 1,1 milhão de crianças e adolescentes que estão nas salas de aula e, no entanto, ainda são consideradas analfabetas.
Já em relação à defasagem de ensino, os dados apontam uma melhora. Caiu o número de estudantes matriculados em um nível abaixo do indicado para sua idade. De 43% em 1997, para 27,5% dez anos depois. Porém, esta mudança pode estar atrelada em parte ao sistema de aprovação automática, adotado no sistema público de ensino de algumas regiões do País.
No cômputo geral, a taxa de analfabetismo de pessoas com mais de 15 anos, caiu de 14,7% em 1997, para 10%, o correspondente a 14 milhões de pessoas - na última pesquisa, na camada populacional de 7 a 14 anos, a queda foi menor.
Neste sentido, a relação entre as áreas rural e urbana continua praticamente inalterada. Existem três vezes mais analfabetos no campo do que na cidade, 23,3% contra 7,6%. Há dez anos, as proporções eram de 32% na área rural contra 10,7% nas regiões urbanas.
Quanto às diferenças de gênero, as mulheres apresentam escolaridade superior aos homens. Na média, elas estudam um ano a mais do que eles (nove contra oito), de acordo com o levantamento feito ano passado.
A proporção também é favorável às mulheres em relação ao nível superior. Em 2007, 57,1% dos estudantes universtiários eram do sexo feminino, contra 42,9% de homens. No entanto, no mercado de trabalho elas ainda ocupam menos cargos de chefia, por exemplo.
O documento Síntese de Indicadores Sociais 2008, elaborado pelo IBGE, também aponta a existência de desigualdades educacionais com base na cor ou raça. Em números absolutos, dos cerca de 14 milhões de analfabetos brasileiros, com mais de 15 anos, quase 9 milhões são pretos ou pardos. Entre as pessoas dessa faixa, que não lêem nem escrevem, o índice para a população branca é de 6,1%, menos da metade dos 14% observados entre as pessoas declaradas pretas ou pardas nesta faixa de idade.
O desnivelamento se observa também no ensino superior. A taxa de freqüência universitária da população preta ou parda, de 18 a 25 anos, ainda não tinha alcançado, em 2007, os índices obtidos dez anos atrás pelos brancos. Nesse período, também cresceu a diferença entre brancos e pretos ou pardos, com 3º grau completo, era de 7,4% em 1997, e passou para 9,4% ano passado. Contrastes que se observam, também, na divisão racial dos estudantes com mais de 18 anos, em cada nível de ensino, refletindo posteriormente no mercado de trabalho.
A educação dirigida à população idosa, também é motivo de preocupação. Apenas 3,9% dos analfabetos, com 60 anos ou mais, estão matriculados em algum programa de ensino destinado a esta faixa etária. Daí concluir-se que o programa de educação de jovens e adultos não está tendo o alcance adequado. São 14 milhões de analfabetos (de 60 anos ou mais), e apenas 2,46 milhões nos programas.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
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