domingo, 21 de setembro de 2008

Dia da Árvore

No Brasil, comemora-se hoje, dia 21 de setembro, o Dia da Árvore, em coincidência com o início da primavera.

Escolhida há cerca de cinco décadas, a data era, até pouco tempo, festividade restrita ao calendário escolar. Nesse início de século, porém, ganha especial relevância e mobiliza vários setores da sociedade, na medida em que a destruição da cobertura vegetal em todo o globo, é um dos fatores primordiais na escalada contra o meio ambiente.

Na luta contra o efeito estufa, comprovadamente causado pela emissão de gases tóxicos na atmosfera, a comunidade internacional ainda patina, sem conseguir, por razões de ordem econômica, resultados mais efetivos.

Enquanto isso, generaliza-se a convicção de que, para fazê-lo retroceder, a preservação das matas e florestas é prioridade indiscutível e inadiável. E é em favor dessa luta que, mais uma vez, registro minha manisfestação, agora no ensejo da comemoração do Dia da Árvore.

Vale observar o fascínio que a árvore sempre despertou no inconsciente coletivo, desde tempos imemoriais. Em várias culturas, a árvore comparece como arquétipo da vida. Ou símbolo máximo da força e da generosidade da natureza. Em suas centenas de milhares de espécies, serviu, desde sempre, às mais variadas e essenciais necessidades humanas.

Hoje, é alvo indefeso de uma ganância sem limites, multiplicada, ao longo dos séculos, pelos avanços da tecnologia.

A atividade descontrolada das indústrias madeireiras, vem resultando em um imenso prejuízo ecológico, infinitamente mais significativo do que o lucro econômico assim obtido. A devastação de matas e florestas responde pelo profundo desequilíbrio dos ecossistemas: ameaça a existência de toda a flora e a fauna, provoca a erosão e o empobrecimento dos solos, destrói os mananciais de água, elemento indispensável à manutenção da vida no planeta.

Por outro lado, a devastação aumenta o efeito estufa, na medida em que o gás carbônico lançado à atmosfera se acumula, ao invés de ser simplesmente absorvido pelas árvores, no processo de fotossíntese.

A relação é tão óbvia que suscitou consenso entre cientistas e ambientalistas, em torno do conceito de neutralização: já se calculou que se cada pessoa na Terra plantasse uma única árvore, o efeito estufa poderia ser gradual e naturalmente eliminado, sem prejuízo das futuras gerações.

É certo que nós, brasileiros, temos imensa responsabilidade em relação ao problema, sobretudo agora, quando todo o mundo volta seus olhos para a Floresta Amazônica.

As queimadas e a atividade das moto-serras são notícia em toda a parte. A própria soberania nacional parece ameaçada, já que os países de Primeiro Mundo – que, é bom que se diga, destruíram as próprias florestas –, já chegaram a reivindicar a internacionalização da Amazônia, considerada patrimônio natural universal.

Registro, assim, o transcurso do Dia da Árvore, para apontar para a importância da atividade de reflorestamento, seja para suprir a demanda por matéria-prima, seja para auxiliar no controle do efeito estufa, seja para, em um futuro próximo, restabelecer a cobertura original.

Sabemos que existem várias iniciativas nesse sentido no Brasil, algumas delas com muita consistência e resultado. O reflorestamento por meio de clones de eucalipto ou pinus, por exemplo, geneticamente melhorados, garante excelente produtividade em áreas proporcionalmente menores.

Servindo principalmente à indústria madeireira e papeleira, essas árvores de crescimento acelerado, evitam a derrubada de árvores nativas em regiões ainda preservadas, contribuindo também com as trocas gasosas na atmosfera. Essa é uma etapa importante, é claro, enquanto não se tem condições de proceder ao reflorestamento por espécies nativas, o que exige conhecimento e tecnologia muito mais avançados e, na mesma proporção, demanda custos mais elevados.

A sociedade brasileira deve estar junta nessa luta pela preservação de nossas matas e florestas nativas. Esta deve ser um dever cotidiano e incansável, a começar nos currículos do ensino fundamental e nas campanhas públicas de conscientização ambiental, alcançando a ampla participação das empresas, que se mostram cada vez mais mobilizadas pelo marketing da neutralização.

Do mesmo modo, todos devemos exigir e apoiar o papel das instituições públicas, especialmente no que concerne ao aumento do controle e da fiscalização por parte das autoridades competentes.

De outro modo, aproveito o ensejo do Dia da Árvore para conclamar a todos na luta cotidiana e obsessiva pela preservação.

Que todo dia seja dia da árvore, símbolo majestoso de toda a natureza. Essa é a forma que hoje escolho para expressar meu sentimento de responsabilidade ambiental e verdadeiro engajamento na preservação da vida na Terra, para as futuras gerações.

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