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Observa-se que há mais pessoas trabalhando, um número maior com carteira assinada, com rendimento e escolaridade em progressão, e mais da metade dos ocupados contribuindo para a Previdência Social, o que acontece pela primeira vez desde os anos 90.
Segundo a Pnad 2007, 35,3% dos trabalhadores eram empregados com carteira de trabalho assinada, totalizando 32 milhões de pessoas. Em 2005, este percentual foi de 33,1% e, em 2006, aumentou para 33,8%.
As cinco grandes regiões do País apresentaram o mesmo comportamento, com destaque para o Nordeste, que registrou elevação de 8,5% no número de empregados, enquanto, no Brasil, esse contingente aumentou em 6,1%. A taxa de desocupação, por sua vez, foi de 8,2% em 2007, a estimativa de 8,4% no ano anterior. Houve maior desemprego entre os homens (6,1%) do que entre as mulheres (10,8%).
Apesar do número de pessoas com carteira assinada também ter progredido bastante de 2006 para 2007, nas atividades agrícolas, de 9,2% para 10,1%, sua representatividade ainda é pequena. Na indústria da ocupação, por exemplo, o número de empregados formais foi de 75,6% do total, contra 73,9% do anterior. Além disso, houve redução de 4% no contingente de pessoas ocupadas com a agricultura. Em 2006, o total de pessoas envolvidas nesta atividade era de 17,2 milhões (19,3% da população ocupada) e, em 2007, caiu para 16,6 milhões (18,3% do total de ocupados). A quantidade de pessoas ocupadas cresceu 1,6% em 2007, no Brasil, em relação a 2006, totalizando 90,8 milhões.
Também foi observado na Pesquisa que aqueles que conseguiram uma vaga no mercado de trabalho, tendem a ter cada vez mais anos de escola. A população ocupada, com 8 a 10 anos de estudo, cresceu em 5,4% e, aquela com 11 anos ou mais de estudo, o que inclui curso superior, registrou aumento de 5,9%.
Para as pessoas ocupadas sem instrução e com menos de 1 ano de estudo, para as que tinham de 1 a 3 anos e as que tinham de 4 a 7 anos de estudo, foi registrada redução no número de pessoas (-1,5 %, -2,4% e -4,2%, respectivamente).
Outra conseqüência positiva da formalização do mercado de trabalho, foi o percentual recorde de contribuição para a Previdência. Em 2006, esta proporção não chegava à metade (48,8%), e em 2007, passou para 50,7%, alcançando 46,1 milhões de trabalhadores, um crescimento de 5,7% deste contingente.
O rendimento médio real mensal do trabalho (das pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas e com rendimento de trabalho) cresceu 3,2% a R$ 956 em 2007, em relação ao valor de R$ 926 registrado no ano anterior. O valor cresceu menos em relação aos anos anteriores - de 2005 para 2006 o avanço foi de 7,2% e de 2004 para 2005, de 4,5%, o que o IBGE atribui ao menor reajuste do salário mínimo. E apesar de acumular crescimento de 15,6% desde 2004, o valor ainda continua longe de máxima registrada em 1999, R$ 1.011.
Na comparação entre regiões, o maior rendimento médio real mensal de trabalho foi observado em 2007, no Centro-Oeste, R$ 1139,00. O Nordeste teve o menor, R$ 606,00. Ainda assim, os números mostram que os maiores beneficiados são os que ganham menos. A remuneração média dos empregados ficou em R$ 919 no ano passado, registrando ganho real de 3,2%, a dos trabalhadores domésticos cresceu 4,8% a R$ 332, e a daqueles que trabalham por conta própria avançou 17% a R$ 795.
Quando se considera todas as fontes de renda, na série histórica harmonizada (excluindo a área rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima e Amapá), é verificado um avanço menos acentuado do rendimento médio das pessoas de 10 anos ou mais de idade. De 2004 a 2007, o avanço foi de 14,8%, apresentando ganhos de 5,1%, de 2004 para 2005; de 6,1%, de 2005 para 2006; e de 2,7%, de 2006 para 2007. Os valores reais médios obtidos de todas as fontes alcançados nestes quatro anos foram R$ 820,00, R$ 862,00, R$ 916,00 e R$ 941,00, respectivamente.
Em relação à concentração de renda, houve discreta redução. A metade inferior da distribuição de rendimentos de todas as fontes detinha, em 2004, 15,2% do total; em 2005, 15,8%; em 2006, 16,1%; e em 2007, 16,8%. Isso é confirmado pela evolução do índice de Gini, que mede a desigualdade, e passou de 0,547, em 2006; e de 0,534, em 2007.
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