Às vésperas do início obrigatório da mistura de 2% do biodiesel ao diesel no País, em janeiro de 2008, o cenário de preços para o biocombustível ainda é delicado.
Levantamento da consultoria de agronegócios AgraFNP, mostra que há uma superoferta do produto no mercado doméstico equivalente a mais que o dobro da demanda inicial, estimada em cerca de 850 milhões de litros para atender à nova regulamentação.
Segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP, os custos de produção do biodiesel estão acima das cotações médias alcançadas nos leilões do Governo, de R$ 1,809 o litro (média do ano).
Os custos de produção a partir do óleo de soja, matéria-prima mais utilizada no País, mas que apresenta baixo rendimento para o óleo, estão em R$ 2,42 em Rondonópolis (MT) e R$ 2,59 no Paraná.
O custo a partir do pinhão-manso é o único abaixo das cotações médias dos leilões - R$ 1,21, no Paraná. Os custos a partir do dendê saem a R$ 2,62, no Pará, e do girassol, a R$ 2,33, em Goiás. A mamona tem o maior custo, de R$ 5,70, no oeste baiano. As matérias-primas respondem por dois terços do custo. Apesar de ser produzida em maior escala, a soja não é considerada economicamente viável para a produção de biodiesel, em razão da alta das cotações no mercado internacional. De acordo com Ferraz, o cenário de alta para os grãos deve permanecer no médio prazo.
A AgraFNP aponta o dendê como a cultura como melhor opção para a produção de biodiesel, mas apresenta entraves ambientais à expansão, uma vez que as áreas indicadas para o seu plantio estão localizadas na região Amazônica.
Neste mês, o Governo previa a realização de dois leilões para a compra do produto. Segundo o Ministério de Minas e Energia, somente um será feito até o dia 20.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
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