quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Caraminguá

Nove de agosto de 1938. Nessa data jorrou petróleo pela primeira vez no Brasil. A magnífica coluna levantou-se a 40 metros do solo, descreveu uma curva no céu e caiu sob forma de chuva negra. Na maior algazarra, entre palmas e assovios, o país proclamava sua independência econômica.

Assim é relatada a abertura do Caraminguá nº 1, pela turma do Sítio do Picapau Amarelo, em O poço do Visconde, publicado por Monteiro Lobato (foto), no ano de 1937.

O Visconde de Sabugosa decide ensinar geologia à turma, que, entusiasmada, resolve procurar petróleo no sítio, refletindo, assim, a saga nacionalista de Lobato, que, em 1931, havia criado a Companhia Petróleos do Brasil.

A técnica de perfuração foi sugerida por Emília, um tatu para escavar a terra. A exploração ficou a cargo da Companhia Donabentense de Petróleo. E Pedrinho convidou todos a verem o magnífico petróleo parafinoso do poço aberto no sítio de dona Benta.

Em 1936, Lobato publicou o livro O escândalo do petróleo, acusando o governo Getúlio Vargas de não perfurar e não deixar que se perfure óleo no Brasil.

Em 1941, por suas críticas à política do Estado Novo sobre petróleo, Lobato passou seis meses na prisão.

Ironicamente, o primeiro poço a dar petróleo no Brasil, em 1939, ficava no Município de Lobato, no Estado da Bahia, que não mantém qualquer relação com o citado escritor.

Mais sobre este assunto, veja no Globo on line, 02/09/2008.

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