sábado, 13 de setembro de 2008

Athos Bulcão

Como parte das comemorações da Semana da Pátria, a Câmara dos Deputados (CD) inaugurou uma exposição em homenagem ao artista plástico Athos Bulcão, que morreu em 31 de julho deste ano, aos 90 anos.

Durante o mês de setembro, projetos e fotos de suas obras poderão ser vistos no Gabinete da Presidência da Câmara, com visitas guiadas nos fins de semana. A mostra é um dos destaques das comemorações do Sete de Setembro.

Um dos últimos representantes do movimento modernista no Brasil, Athos Bulcão tem uma obra profundamente identificada com Brasília. Seus painéis podem ser apreciados em praticamente todos os edifícios da Câmara dos Deputados. Entre as principais obras estão os painéis de azulejo, mármore, granito e madeira laqueada, localizados no plenário Ulysses Guimarães e nos salões Verde, Negro e Nobre.

A exposição exibe projetos de obras, nunca antes apresentados ao público, juntamente com fotos dos trabalhos já realizados.

Athos Bulcão iniciou seus estudos com Cândido Portinari, aos 21 anos, participando como assistente na elaboração do Mural de São Francisco de Assis, da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.

Em 1958, veio para Brasília a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, com quem realizou diversas obras, como o Teatro Nacional, o prédio do Congresso Nacional (CN) e a Torre de TV.

O artista nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 de julho de 1918. E foi na casa do paisagista Burle Marx que conheceu Oscar Niemeyer.

Athos cursou Medicina, mas abandonou a carreira e dedicou-se às artes plásticas. Além do Brasil, seus painéis podem ser vistos na França, Itália, Argélia, Argentina, Cabo Verde, entre outros países.

Em Brasília, cidade da qual recebeu o título de Cidadão Honorário, concedido pela Câmara Legislativa, trabalhou no Ministério da Educação e na Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Foi professor no Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB) e recebeu o título Doutor Honoris Causa pela instituição.

O artista recebeu diversas condecorações: a “Ordem Rio Branco” e a “Ordem do Mérito Cultural”, do Governo Federal; e a “Medalha Mérito da Alvorada” do Governo do Distrito Federal.

Athos trabalhou na UnB entre 1963 e 1965, como professor do Departamento de Desenho, do Instituto Central de Artes. Na ditadura militar, pediu demissão com outros 200 professores, em protesto coletivo contra a repressão. Em 1988, voltou a lecionar na UnB.

A Fundação Athos Bulcão, criada em 18 de dezembro de 1992 para preservar e divulgar a obra do artista, também tem sede em Brasília.

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