domingo, 24 de agosto de 2008

Consumidor

O Brasil deve chegar a 2030 como o quinto maior mercado consumidor do mundo, com potencial de US$ 2,5 trilhões.

Hoje, em oitavo lugar, o mercado consumidor brasileiro irá crescer em média 3,8% ao ano, deixando para trás países como França, Reino Unido e Alemanha, sendo superado apenas por EUA, China, Índia e Japão. A projeção é parte de um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a consultoria Ernest & Young.

A expansão do consumo nacional será puxada pelo envelhecimento da população brasileira, cuja maior parte está, hoje, na faixa etária abaixo dos 25 anos. Em 2030, será predominante a população entre 30 e 55 anos, que tem consumo de maior valor agregado, como imóveis, automóveis, seguros, entre outros.

Segundo Fernando Garcia, consultor da FGV Projetos, as estimativas da pesquisa levam em consideração, também, a expansão da força de trabalho a 0,95% ao ano, equivalente ao padrão mundial, porém superior ao dos países desenvolvidos, de 0,1% ano.

Além disso, as políticas sociais implementadas nos últimos anos, somadas à universalização da educação e ao crescimento econômico, resultarão em uma maior mobilidade social. Ou seja, um número maior de pessoas migrará para faixas de maior consumo.

De acordo com o estudo, o percentual de famílias com renda mensal de até R$ 2 mil (classes D e E) cairá dos atuais 79,8% para 59,4%, em 2030. As que possuem renda entre R$ 2 mil e R$ 4 mil (classe C) serão 22,9%, contra 12,9%, em 2007. Já as famílias com renda entre R$ 4 mil e R$ 16 mil (classes A e B) passarão de 6,9% para 16,1%. A renda per capita do brasileiro passará de US$ 5,1 mil por ano, para US$ 10,3 mil por ano, segundo o estudo.

Com o mercado consumidor maior, o Brasil irá se tornar ainda mais atrativo para os investimentos estrangeiros, segundo explicou o professor da FGV, Fernando Garcia, um dos responsáveis pelo estudo. De acordo com suas projeções, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional avançará em uma média anual de 4%, até 2030, puxado por uma taxa de investimento média de 22,7%.

Com isso, o PIB brasileiro crescerá 150% até 2030, e passará dos atuais US$ 963 bilhões, registrados em 2007, para US$ 2,4 trilhões, saltando da décima para a oitava posição entre as maiores economias mundiais. O PIB brasileiro cresceu 5,8% no primeiro trimestre deste ano e 5,4% em 2007.

A expectativa da FGV e da Ernst & Young é de que a China se tornará a segunda maior economia, já em 2017. Já México e Índia ultrapassarão a Espanha e o Canadá, nas próximas duas décadas, situando-se logo abaixo do Brasil, na nona e décima posições.

O estudo aponta que o crescimento global, nas próximas duas décadas, está em grande medida condicionado ao desempenho dos Estados Unidos e dos países em desenvolvimento, sobretudo China, Índia e Brasil. Os Estados Unidos, mesmo com um crescimento do PIB menor, continuarão sendo a maior economia do mundo, com altas taxas de produtividade e de remuneração de capital.

Já a Ásia e a Oceania, alavancadas pelo desempenho econômico chinês, devem aumentar expressivamente sua importância mundial, com crescimento médio de renda de 4,8% ao ano, superior ao verificado na América do Sul (3,5%), nos Estados Unidos (2,7%) e na Europa (1,7%).

Segundo a pesquisa, a América do Sul ganhará importância relativa, em razão de seu crescimento econômico maior que o da média mundial, em especial o brasileiro, e da valorização de suas reservas energéticas (petróleo, gás, biodiesel e etanol).

O estudo Brasil Sustentável - Crescimento Econômico e Potencial de Consumo, foi realizado com base no histórico de indicadores econômicos dos últimos 57 anos, de cem países. O relatório é o segundo de uma série de cinco documentos sobre o comportamento nas próximas duas décadas de cinco setores estratégicos da economia do País: mercado imobiliário, varejo, energia, agroindústria e competitividade industrial.

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