Vinte e nove de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, e esta é, sem dúvida, uma ocasião para concentrarmos esforços, no sentido de promover a conscientização necessária ao combate efetivo desse mal que acompanha a Humanidade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o hábito de fumar como a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Dados recentes informam que, a cada ano, morrem cinco milhões de pessoas por doenças relacionadas ao tabaco, sendo três milhões nos países desenvolvidos e o restante, nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Desse total, metade estão em idade produtiva, entre 35 e 69 anos de idade.
O pior é que, caso as atuais tendências de expansão do consumo sejam mantidas e não exista um programa efetivo que diminua bruscamente o consumo, em 2025, esses números terão duplicado.
Os danos à saúde humana são incalculáveis.
Somente na fumaça do tabaco, encontram-se mais de 4.700 substâncias conhecidas e danosas ao organismo, entre eles, o monóxido de carbono, que interfere no trânsito do oxigênio até os tecidos; o óxido de nitrogênio, responsável pelo enfisema pulmonar; e a nicotina, que tem ação estimulante e responde pela dependência química.
Conhecidas, existem mais de 50 doenças relacionadas ao efeito dessas substâncias no organismo humano. Entre elas, infarto, enfisema pulmonar, derrame cerebral, osteoporose e, sobretudo, cânceres em diversos órgãos como pulmão, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, colo do útero e bexiga. Além disso, o fumo causa impotência, menopausa precoce, rugas, aborto espontâneo, prematuridade e morte perinatal.
O cigarro é, hoje, indubitavelmente, o maior problema de saúde pública do mundo, pois mata mais do que a Aids e a malária, juntas. Um problema que ameaça mais da metade da população do planeta, pois, segundo a OMS, 20% dos habitantes da Terra são fumantes ativos e outros 30% são tabagistas passivos.
Vale ressaltar que o problema não é menor entre os fumantes passivos. Ao respirar a fumaça do cigarro, o não-fumante também absorve substâncias tóxicas e cancerígenas, que o colocam com 30% mais chances de ter câncer, e com probabilidade de sofrer um infarto do miocárdio aumentada em 24%, em relação a uma pessoa que não convive com tabagistas.
No Brasil e no mundo, o hábito de fumar preocupa não só a sociedade médica, mas a população de modo geral, e também as entidades governamentais.
A preocupação é mais do que justificada, pois o fumo traz, além das perdas emocionais, perdas econômicas significativas para o cidadão e para o Estado.
São incalculáveis os danos emocionais causados pela morte de pessoas próximas e pelas doenças crônicas decorrentes do tabagismo.
Por outro lado, do ponto de vista econômico, o fumo gera sobrecarga do sistema de saúde, com tratamento de doenças ligadas a ele, causa mortes precoces de cidadãos em idade produtiva e aumenta as faltas ao trabalho, além de reduzir a qualidade de vida dos fumantes e de suas famílias.
Recente pesquisa do Banco Mundial mostrou que esses e outros fatores geram uma perda de US$ 200 bilhões por ano, em todo o mundo. Só no Brasil, estima-se que o dinheiro gasto anualmente com exames, internações e medicamentos, decorrentes de doenças relacionadas ao fumo, seria suficiente para construir quinze hospitais.
Felizmente, no Brasil, as advertências do Ministério da Saúde sobre os malefícios do cigarro e as leis anti-tabagistas, já estão dando alguns resultados. Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer demonstrou que, entre 1989 e 2002, o percentual de fumantes no Estado do Rio de Janeiro caiu de 29, 8% para 21,4%, e tudo indica que esta é uma tendência nacional.
Porém, ainda há muito a fazer, para se conseguir uma redução mais acentuada no número de fumantes.
Entre as providências necessárias, uma é o maior esclarecimento da classe médica. Por absurdo que pareça, artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, informa que, apesar de 90% dos médicos recomendarem o abandono do cigarro, apenas 47% deles elaboram com seus pacientes um plano para atingir esse objetivo. Além disso, cerca de 20% consideram que fumar é uma opção, não um problema de saúde.
Outra forma de combater o hábito de fumar é evidenciar aos pais, responsáveis e professores a importância do exemplo que se dá às novas gerações.
Dados da OMS apontam que, em 90% dos casos, o vício em nicotina começa na adolescência, quando o jovem, de modo geral, está muito suscetível à influência de sua rede social.
Além disso, criar mecanismos inibidores do acesso ao cigarro e da publicidade relacionada a ele entre os jovens, especialmente.
Atualmente, o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens, depois do álcool. As facilidades e os estímulos para comprar cigarro, entre eles o baixo custo, são os fatores que mais contribuem para isso. A publicidade, que associa o cigarro às imagens de beleza, sucesso, liberdade, poder e inteligência, também são fatores de estímulo, o que leva 90% dos fumantes a começar a fumar antes dos 19 anos.
Essas questões e outras mais, requerem uma ação firme, tenaz e determinada, no sentido de manter a sociedade alerta sobre as conseqüências nefastas do consumo do tabaco e sobre a importância de que cada indivíduo se coloque como um combatente nessa luta difícil, que envolve todo o poderio econômico da indústria tabagista e, também, boa parcela de ignorância da sociedade.
Expresso minha preocupação com esse vício, que rouba tantas vidas, provocando prejuízos econômicos e sociais em todo o mundo.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
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