quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mais Fechado

O Brasil é um dos países mais fechados do mundo para o comércio internacional, ocupando a 80ª posição, segundo o Global Enabling Trade Report 2008 (Relatório Global de Viabilidade Comercial 2008), elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e divulgado nesta semana. O objetivo da pesquisa é medir os fatores que influenciam as transações em 118 países.

Segundo o relatório, elaborado pela primeira vez, os mercados brasileiros continuam muito fechados, com tarifas e, em uma escala menor, com barreiras não tarifárias (restrições à entrada de mercadorias importadas que possuem como fundamento requisitos técnicos, sanitários, ambientais, laborais e restrições quantitativas) que inibem as importações.

O documento afirma ainda que a gestão das fronteiras do País obteve uma colocação mediana (66º), embora a classe empresarial reclame dos procedimentos alfandegários. A infra-estrutura de transporte - principalmente ferroviária, rodoviária e portuária - é pouco desenvolvida, o que não é surpreendente em um país com o seu nível de desenvolvimento.

Por outro lado, afirma o relatório, o segmento de logística é bem avançado em termos de competência e confiabilidade. Do mesmo modo, a infra-estrutura de telecomunicações é relativamente disponível e bastante usada. A nação conta com um setor de transportes aéreos aberto e competitivo. Entretanto, assim como outros países da região, apresenta uma barreira significativa no desenvolvimento comercial devido à falta de segurança.

Com esse resultado, o País se torna um dos piores da América Latina, atrás de Chile (27ª) e Argentina (78ª). Uruguai ocupa a 56ª posição. Os últimos da fila são Paraguai (83ª) e Venezuela (115ª).

Entre os Brics (os quatro grandes emergentes do mundo), o Brasil fica à frente apenas da Rússia (113ª), enquanto China e Índia ocupam a 48ª e 71ª posições, respectivamente. Os Estados Unidos ocupam o 14º lugar do ranking.

Segundo o relatório, o País é beneficiado por sua infra-estrutura de transportes e telecomunicações, que estão entre as melhores do mundo, oferecendo ainda bom acesso aos mercados com tarifas relativamente baixas e poucas barreiras.

Por outro lado, diz o documento, a administração aduaneira é vista com pouca eficiência.

As economias de Hong Kong e Cingapura ocupam as duas primeiras posições, respectivamente, da pesquisa. Os resultados testemunham a abertura de ambos os países ao comércio internacional e investimentos como parte de suas estratégias bem-sucedidas de desenvolvimento econômico.

De acordo com o relatório, os dois países colocaram em vigor práticas aduaneiras que se mostraram totalmente eficientes de receber bens além das fronteiras. Além disso, aponta o documento, eles também favoreceram o comércio com uma infra-estrutura desenvolvida de transportes e telecomunicações garantindo rápido trânsito para o destino final.

Entre os dez primeiros estão ainda Suécia, Noruega, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Suíça e Nova Zelândia.

O Índice de Viabilidade do Comércio, presente no relatório, mede os fatores, políticas e serviços, promovendo o fluxo livre de bens das fronteiras até seus destinos. O Índice divide esses meios facilitadores do comércio em quatro áreas: Acesso ao mercado; Gestão de fronteiras; Infra-estrutura de transportes e comunicações e Ambiente empresarial.

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