terça-feira, 13 de novembro de 2007

Guerra no campo

Após uma trégua no segundo semestre de 2006, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava em plena campanha de reeleição, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou com toda força no primeiro semestre deste ano e mais que duplicou as invasões de terra no País.

De julho a dezembro de 2006 ocorreram apenas 81 invasões de terra no Brasil. De janeiro a junho de 2007, a Ouvidoria Agrária Nacional registrou 215 invasões de terra. O MST foi responsável por quase 80% dessas ocupações. Daí, a invasão de terra entre um semestre -o da campanha eleitoral - e o outro - o do início do segundo mandato - aumentou 165,43%.

O volume de ocupações nos meses de janeiro (35 invasões), fevereiro (33 invasões) e junho (21 invasões) foi superior a esses mesmos períodos nos outros quatro anos do primeiro mandato do presidente Lula. Nos últimos cinco anos, os primeiros semestres registraram os seguintes números de invasões: 117 (2003), 230 (2004), 127 (2005), 185 (2006) e 215 (2007).

Reportagem do jornal "O Globo", de 12.11.2007, mostra que a disputa agrária não é mais só entre latifundiários e sem-terra. Agora, os assentados estão brigando entre si e disputam, principalmente, os lotes das áreas desapropriadas pelo Governo.

Estes conflitos colocaram em pé-de-guerra e de lados opostos os principais movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf).

Preocupado com o crescimento do número de confrontos entre os próprios movimentos sociais, o Ministério do Desenvolvimento Agrário decidiu criar um grupo para conter a violência na briga por lotes das áreas desapropiadas. O Governo admite que a luta entre os assentados e trabalhadores rurais chegou ao extremo e tem levado a homicídios.

A guerra entre os assentados envolve ainda disputa pelo comando de assentamentos, rixas entre movimentos opostos e denúncias de corrupção na coordenação dessas áreas. O Governo Federal quer remanejar famílias das áreas de conflito.

Nenhum comentário: