Transcorrido quase meio século da inauguração de Brasília, a intensa polêmica que cercou sua construção já foi amplamente superada pela realidade.
Hoje, um olhar desapaixonado percebe que, muito além da simples mudança da capital, ao decidir executar esse projeto, o presidente Juscelino Kubitschek promoveu uma verdadeira redescoberta do Brasil, colocando-o, em definitivo, na trilha da modernização e do desenvolvimento.
A história nos conta que a promessa de construir Brasília surgiu quase por acaso, durante um comício da campanha eleitoral para a Presidência da República. A partir daquele momento, entretanto, Juscelino teve a coragem de colocá-la como prioridade de seu governo, síntese das 30 metas com que pretendia renovar o País.
Os grandes investimentos programados por JK em energia, transporte, agricultura, indústria de base e educação, ganharam então mais consistência, com a perspectiva – aberta pela mudança da capital – de rápida integração do Centro-Oeste e do Norte, que permaneciam quase parados no tempo, e de um impulso à interiorização em todo o País.
Seria interessante, aliás, comparar mapas econômicos de hoje e daquela época, que nem está tão longe, apenas cinco décadas atrás.
No final dos anos 50, fora da faixa litorânea, o Brasil era, em geral, caracterizado por baixa produtividade, enormes extensões de terras não aproveitadas e alguns poucos polos econômicos mais salientes, porém ainda não integrados aos grandes centros.
Atualmente, apesar das carências que reconhecemos, o desenvolvimento espalhou-se, os meios de transporte expandiram-se e a energia imprescindível para o crescimento chega a todas as regiões.
Nem tudo foi consequência da nova capital, é claro, mas sua construção estimulou projetos de grandes rodovias, como a Belém-Brasília; induziu um movimento migratório que, se criou problemas, também ajudou a gerar desenvolvimento; e disseminou um clima de forte otimismo, com efeitos saudáveis para a economia e o convívio social.
Poucas vezes, como naqueles anos, os brasileiros tiveram tanta consciência de sua capacidade de realização, de sua criatividade, de sua determinação na busca de um objetivo.
E a cidade que emergiu da promessa de Juscelino e da genialidade de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, correspondeu a tudo isso. Foi declarada Patrimônio da Humanidade em 1987, passando, com o tempo, a ser também um modelo em muitos sentidos.
Brasília ostenta hoje alto índice de desenvolvimento humano, tem qualidade de vida reconhecida internacionalmente, é destaque em saneamento básico e chama atenção pela vasta arborização de sua zona urbana.
Embora com poucas indústrias e uma área total de menos de 5.800 quilômetros quadrados, a participação do Distrito Federal no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é a maior do Centro Oeste, perdendo apenas para a de sete estados.
Vale a pena ressaltar tudo isso no momento em que Brasília festeja 49 anos, iniciando, a partir de hoje, 21 de abril, a contagem regressiva de 365 dias até o cinquentenário.
De um lado, porque é uma homenagem justa a todos que a construíram, desde Juscelino, o grande líder e impulsionador, até o mais humilde dos operários. De outro, porque nos mostra o quanto o País pode realizar quando se mobiliza em torno de um projeto nacional e trabalha, de fato, para alcançá-lo.
Assim, Brasília nos proporciona muito orgulho.
Orgulho pelo que o Brasil foi capaz de fazer, como um exemplo do muito que ainda pode ser feito, se estivermos imbuídos do mesmo espírito que norteou JK e seus candangos.
Parabéns, portanto, aos brasilienses e a todos nós brasileiros, pelo 49º aniversário desta nossa capital.
terça-feira, 21 de abril de 2009
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