Apenas 6% das 1.182 amostras de leite coletadas no Brasil, no ano passado, apresentaram algum tipo de adulteração. A informação foi dada ontem, 23, pelo Diretor de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, em audiência pública promovida pela Comissão de Defesa do Consumidor, para analisar as conseqüências da operação Ouro Branco, da Polícia Federal, que, no ano passado, detectou a adulteração do produto com água oxigenada e soda cáustica.
Nelmon da Costa explicou que, das 1.182 amostras, 800 foram recolhidas após a operação policial. No leite analisado, foram encontrados sacarose, soro e redutores de acidez, proibidos pela legislação.
O Assessor Técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Martins, disse que, hoje, mais de 90% do leite sob inspeção atendem a todos os requisitos de qualidade. Segundo ele, há necessidade de ajuste apenas na contagem bacteriana total, o que já está sendo realizado.
Já o Presidente da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), Welligton de Oliveira Braga, reclamou do massacre contra esse produto. De acordo com ele, os testes realizados em 2003, pelo Ministério da Agricultura, detectaram que havia apenas 9% de fraude nesse tipo de leite. Em compensação, no leite C havia mais de 20% com fraude e no leite em pó mais de 28%, comparou. Braga reclamou ainda que as empresas denunciadas não puderam apresentar suas contraprovas.
Como conseqüência da fiscalização, foram instaurados 502 processos administrativos, mas nenhum foi concluído ainda. Nelmon da Costa ressaltou, no entanto, que foi aplicado o regime especial de fiscalização em 28 empresas, nas quais foram constatados indícios de irregularidade. Nesse caso, são aplicadas multas, e os produtos com suspeita de fraude só podem voltar a ser comercializados após a realização de três séries de análises para comprovar sua regularização.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
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