O Presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, anunciou que o BC injetou 22,9 bilhões de dólares para dar liquidez ao mercado de câmbio, desde meados de setembro, quando a crise financeira mundial se agravou com a quebra do Banco americano de investimentos Lehman Brothers. O montante, afirmou, não compromete o estoque das reservas internacionais brasileiras, que estão em cerca de 203,9 bilhões de dólares.
Durante comissão geral, encerrada há pouco, que debateu em Plenário da Câmara dos Deputados (CD) os reflexos da crise internacional no País, Meirelles explicou que o BC atuou com cinco modalidades de leilões para garantir liquidez em dólares e tentar conter a alta da moeda americana, que pode impulsionar a inflação e prejudicar empresas brasileiras com dívidas em moeda estrangeira.
São valores inferiores ao que está sendo feito pelos países diretamente afetados pela crise, disse. "Países como o México já tiveram [que oferecer] valores superiores, e os bancos europeus [colocaram] de 150 a 160 bilhões de dólares, afirmou Meirelles.
Apesar da necessidade de atuação por parte do BC, Meirelles afirmou que o Brasil está mais resistente aos choques externos do que em outros momentos de crise, e atribuiu essa solidez à política de redução da vulnerabilidade externa, que fez com que o Brasil saísse de um endividamento em dólar de 55,5% de sua dívida, em setembro de 2002, para uma posição credora em dólar de 28,1% do total, de agosto de 2008.
Ser credor em dólar significa, na prática, que o valor da dívida pública cai em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), quando o preço da moeda americana sobe. Ele lembrou que a relação dívida/PIB em setembro, de 38,9%, é a mais baixa desde 1998. Esse patamar deverá cair ainda mais em outubro, que apresentou alta do dólar.
Meirelles admitiu que a crise gerou um problema de liquidez para o Brasil, e disse que, apesar das medidas adotadas pelos governos dos Estados Unidos e de países europeus (que ofereceram mais de 595 bilhões de dólares para amenizar a crise), ainda há um fator de incertezas sobre a economia mundial, que é o montante de prejuízos que ainda serão reconhecidos pelas instituições financeiras.
O Presidente do Banco Central declarou, porém, que os bancos brasileiros estão com índices de capitalização acima do exigido, e também têm indicadores positivos de rentabilidade, liquidez e inadimplência.
Os bancos brasileiros têm um índice de capitalização superior ao mínimo regulatório fixado de 11%. Em junho de 2008, estavam em 15,8%. No caso dos atrasos de pagamentos, até junho de 2008 estavam em comportamento estável, afirmou.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
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