A Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (foto), afirmou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vai ajudar o Brasil a superar os efeitos da crise financeira, porque se trata de um grande instrumento para a manutenção da política anticíclica, que garante os investimentos em períodos de retração econômica, depois da composição de reservas em períodos de crescimento.A Ministra participou na manhã de hoje, 3, de uma audiência pública com seis comissões da Câmara dos Deputados (CD), para fazer um diagnóstico da crise e do impacto nas obras do PAC.
Segundo a Ministra, o principal impacto da crise mundial nos países emergentes, como o Brasil, é a desaceleração do crescimento econômico, enquanto os desenvolvidos já passam por recessão. Ela citou que a crise provocou nos emergentes uma brutal queda na oferta de crédito; saída de capitais (com queda nas bolsas de valores e nas remessas de lucros); desvalorização cambial, com a fuga dos investidores para títulos do Tesouro americano; e deterioração da balança em conta corrente. Esses mecanismos não provocam recessão nos países, declarou.
Para Dilma, a situação do Brasil é melhor mesmo frente a outros mercados emergentes, porque o País rompeu com o ciclo vicioso da década de 90, quando o Governo brasileiro era forçado a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), sempre que havia crises internacionais para, entre outros motivos, recompor os níveis de reservas financeiras.
Uma crise externa [naquela época] virava crise cambial, contaminava o Orçamento público, gerava crise fiscal, por causa da dívida indexada em dólar, e ampliava o déficit em conta corrente, e o Brasil quebrava. O Governo, ao invés de ser parte da solução, era parte do problema, acrescentou.
Quando recorria ao FMI, disse, o Fundo exigia a redução dos investimentos e do consumo e inviabilizava o cenário e a perspectiva de futuro, uma vez que havia corte em investimentos de infra-estrutura. Quando não se investe sistematicamente em infra-estrutura, alguma coisa acontece, como a crise de energia e o abandono das obras, destacou.
Na situação atual, acrescentou, o modelo adotado de desenvolvimento, com foco na distribuição de renda, permite que o País se fortaleça e não quebre. Conseguimos manter a possibilidade de usar a política monetária, fiscal e de investimento sem atrapalhar os instrumentos de política econômica. Isso permite enfrentar melhor a crise, expandir o crédito, disse.
Dilma Rousseff disse ainda que a crise financeira não deverá provocar falência de bancos brasileiros, como aconteceu com diversas instituições internacionais, mas haverá restrição do crédito. A tempestade financeira amainou e não terá mais bancos quebrando. Não terá mais falência, como a do Lehman Brothers, mas o crédito está escasso e mais caro, afirmou a Ministra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário