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A se levar em conta somente couros bovinos, as vendas externas decresceram 3% em valor e 25% em volume de peças de janeiro a abril deste ano.
Uma das questões que preocupa a indústria curtidora neste cenário, é a redução do abate de bovinos, estimado entre 5% e 10% em relação a 2007, cuja expectativa da queda de oferta já provoca uma alta das cotações do couro verde, matéria-prima estratégica, pressionando os custos de produção do setor.
A redução nos abates de bovinos e a apreciação cambial, reduziram a expectativa de exportação de couros para 2008, limitando em US$ 2 bilhões a geração de divisas.
Para amenizar tais obstáculos, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) vem pleiteando junto ao Governo, em caráter emergencial, a imediata redução a zero nas tarifas de importação de couros salgados e wet blue.
Segundo a entidade, trata-se de uma alternativa para minimizar o impacto negativo da atual conjuntura, evitando a ociosidade do setor e, conseqüentemente, um indesejado processo de desemprego.
No mês de abril, os principais destinos do couro brasileiro foram a Itália, com uma participação de 28,85% e decréscimo de 7% ante o mesmo período do ano passado, China (19,17% de participação e queda de 18%), Estados Unidos (10,68% e crescimento de 5%) e Hong Kong, com participação de 9% e redução de 18% em relação ao quadrimestre anterior.
Já o Vietnã teve 5,36% de participação e aumentou suas compras em 109%, enquanto os demais destinos do produto nacional foram a Indonésia, Alemanha, Japão, Noruega, México e Países Baixos.
O Brasil é segundo maior produtor e o quarto exportador de couros do mundo.
O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 51 anos, as 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos ao redor de US$ 1 bilhão em 2007.
O balanço das vendas externas dos estados brasileiros, em abril de 2008, ante o mesmo mês do ano passado, indica que São Paulo continua na liderança estadual (US$ 238,6 milhões, participação de 33,34% e decréscimo de 7%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 186,9 milhões, participação de 26,12% e crescimento de 3 %), Ceará (US$ 67,7 milhões, 9% e aumento de 78%), Mato Grosso do Sul (US$ 44,43 milhões, 6,21% e redução de 11%). Os demais estados são Bahia, Paraná, Mato Grosso e Goiás.
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