O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o Governo não vai aumentar impostos para compensar a queda de arrecadação de R$ 48,4 bilhões, prevista para este ano, por causa da crise econômica.
Segundo o ministro, o Executivo trabalha com a política oposta, de reduzir tributos para ativar a economia. De acordo com ele, não estão descartadas novas rodadas de concessão de benefícios fiscais, semelhantes aos que foram concedidos nos últimos meses para incentivar a indústria automobilística e de material de construção, que receberam isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Paulo Bernardo disse que o Governo espera que as isenções estimulem a demanda e compensem a perda de arrecadação.
A proposta da LDO em análise na Comissão de Orçamento, aqui na Câmara dos Deputados (CD), não prevê nenhum dispositivo especial sobre a legislação tributária em 2010.
O ministro disse que o Governo decidiu não utilizar este ano os recursos depositados no Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), braço financeiro do Fundo Soberano do Brasil (FSB). O FFIE recebeu o aporte de R$ 14,2 bilhões, que foram transformados em títulos públicos. Hoje o patrimônio está na casa dos R$ 15,2 bilhões.
Segundo o ministro, no início da crise econômica a equipe pensou em usar os recursos para compensar a queda de arrecadação, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, decidiu manter o dinheiro em caixa.
O Governo trabalha hoje com três possibilidades para os recursos do Fundo: mantê-lo no FFIE, usá-lo em investimentos em 2010, ou no cumprimento da meta de superávit do próximo ano, que será de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Questionado sobre a possibilidade de o País crescer 2% este ano e 4,5% em 2010, como está na LDO, Bernardo reconheceu que a volatilidade dos dados econômicos impede uma projeção precisa do crescimento, mas garantiu que, ainda que ele seja inferior aos 2% este ano, haverá espaço para os 4,5% no próximo ano.
Além disso, segundo ele, mesmo com um crescimento menor, as previsões da arrecadação tributária, que costumam ser mais precisas, são otimistas. Por conta disso, o Governo mantém o calendário de reajustes parcelado dos servidores públicos para este ano em 2010, de acordo com as leis aprovadas no Congresso Nacional (CN) no ano passado.
sábado, 16 de maio de 2009
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