A inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou em junho, contrariando as expectativas, mas no acumulado em 12 meses ultrapassou a marca dos 6%, pela primeira vez, desde novembro de 2005, segundo informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice, que baliza a política de metas de inflação do Governo, registrou uma alta de 0,74% no mês passado, frente ao avanço de 0,79% em maio. A mediana das projeções de analistas financeiros, captadas pela última pesquisa Focus, do Banco Central do Brasil (BC), era de elevação de 0,75%. Para todo o ano de 2008, o mercado prevê que a inflação feche em 6,4%.
A meta de inflação de 2008 é de 4,5%, com margem de variação de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.
No primeiro semestre, o IPCA acumula variação de 3,64%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 6,06%. A última vez que o acumulado em 12 meses havia superado a marca dos 6%, foi em novembro de 2005, quando o índice registrou um avanço de 6,22%, informou o IBGE.
A aceleração do indicador nos últimos meses fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, elevasse o juro duas vezes seguidas, desde abril, para tentar conter o avanço dos preços.
A taxa básica de juro do País, a Selic, está atualmente em 12,25%. O Banco Central estima que o IPCA fechará o ano com alta de 6%. No Relatório de Inflação do segundo trimestre, o BC afirmou ainda que existe 25% de chances de a inflação ultrapassar o teto da meta, de 6,5%.
Mais uma vez, os alimentos puxaram a inflação, sendo responsáveis por 63% do índice. A alta de 2,11% no grupo alimentação e bebidas foi ainda maior do que a registrada em maio (1,95%). O aumento nos preços continuou generalizado, e apenas o óleo de soja (-2,76%) e as frutas (-1,96%) merecem destaque pelas quedas.
O arroz com feijão ficou bem mais caro em junho. Pagando 9,90% a mais pelo quilo do arroz, que já subiu 38,21% no ano de 2008, o consumidor teve que deixar mais 7,54% no quilo do feijão preto, enquanto o tipo carioca teve seu preço acrescido de 15,55%.
Individualmente, porém, o item carnes ficou com a maior contribuição: 0,14 ponto percentual (variação de 6,91%).
O aumento nos preços dos alimentos atingiu todas as regiões pesquisadas no IPCA. Com a alta de junho, esse grupo já acumula 8,64% em 2008, bem acima de igual período do ano passado (3,93%).
Já os produtos não-alimentícios tiveram aumento de 0,34% em junho, menor que o de maio (0,46%). O acumulado no ano, para esse grupo, está em 2,26%, contra 1,60% no primeiro semestre de 2007.
Entre as maiores variações dos não-alimentícios no mês de junho, os destaques foram gás encanado (8,76%), gás veicular (8,31%), passagens aéreas (3,70%), artigos de higiene pessoal (1,29%), artigos de limpeza (1,33%) e salário de empregado doméstico (1,04%).
Quanto aos combustíveis, não houve variação de maio para junho, já que as altas do gás veicular (8,31%) e óleo diesel (1,53%) compensaram as quedas nos preços do álcool (-1,94%) e gasolina (-0,08%).
Em relação às regiões pesquisadas, Porto Alegre (0,90%) apresentou a maior alta no IPCA de junho. A seguir vieram Salvador (0,86%), São Paulo (0,82%) e Recife (0,81%). O menor resultado ficou com a região metropolitana de Belém (0,41%), onde os alimentos (0,86%) apresentaram altas menos significativas.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários-mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília.
Também, mais uma vez, a inflação para a população com renda de até seis salários-mínimos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi maior do que oIPCA. Em junho, o indicador avançou 0,91%, pouco menos do que a leitura obtida um mês antes, de 0,96%. O indicador ficou, no entanto, bem acima da taxa verificada em junho de 2007, de 0,31%.
No acumulado no ano, o aumento correspondeu a 4,26%, superior àquela apurada no primeiro semestre do ano passado (2,20%). Nos 12 meses terminados em junho, o INPC subiu 7,28%, passando os 6,64% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Pelo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos alimentos avançaram 2,38%, e os dos bens não-alimentícios aumentaram 0,28% em junho. Um mês antes, os acréscimos foram 2,19% e 0,44%, na ordem.
sábado, 12 de julho de 2008
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