quinta-feira, 1 de maio de 2008

Primeiro de maio

Aproveito este momento em que o Brasil se envolve em comemorações ao 1º de Maio, para ressaltar, mais uma vez, a importância de maiores investimentos na política nacional de empregos no País.

Sejamos objetivos, pois o emprego é a grande prioridade para a população trabalhadora brasileira.

É claro que outras preocupações decorrem desse fato, como segurança no trabalho, serviços adequados de saúde e educação, elevação no nível de renda, etc. Mas são questões decorrentes da primeira e nem sequer são colocadas quando a pessoa está desempregada. Ou seja, se queremos, realmente, valorizar os trabalhadores, então temos que concentrar esforços na geração de empregos.

Os resultados das últimas pesquisas de emprego e renda apontam números favoráveis, se comparados com o ano passado. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego nas principais regiões metropolitanas do País, em fevereiro deste ano, ficou em 8,7%, contra 9,9% em fevereiro de 2007. A expectativa é de que a taxa média do ano, descontada a sazonalidade dos períodos de maior atividade, deverá ficar em 8,5%. O rendimento médio do trabalhador foi estimado em R$, 1.189,90, com uma variação positiva de 2,5% no período de um ano.

Esses são números positivos, mas há outros dados que precisam ser considerados.

Segundo o próprio IBGE, houve, em janeiro, um aumento de 4,9% dos postos de trabalhos nas atividades de empresas terceirizadas. Hoje, já chega a quase 4 milhões o número de pessoas que trabalham no ramo de serviços prestados a empresas, aluguéis e intermediação financeira, com um aumento de 63% no número de vagas desde 2003.

Outro dado importante diz respeito ao crescimento da economia informal. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2007, a economia informal cresceu 8,7%, bem acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que foi de 5,4%. Essa disfunção é atribuída, entre outras coisas, ao excesso de impostos e à rigidez da legislação trabalhista.

Ou seja, temos, diante de nós, um quadro que revela a precariedade do emprego no Brasil. Em primeiro lugar, temos uma economia informal que vem crescendo em termos absolutos e também em termos relativos, aumentando sua participação no PIB.

Além disso, vemos que o emprego é muito fortemente influenciado pela taxa de crescimento da economia e que as empresas estão buscando contratar serviços terceirizados para evitar problemas com a legislação trabalhista.

Diante desse cenário, consideramos muito importante que o Governo consiga criar mecanismos para a expansão continuada do emprego, sobretudo para a população mais jovem, aquela que mais sofre com a dificuldade de encontrar colocação no mercado de trabalho.

Não é exagero dizer que o desemprego é a maior ameaça à segurança interna e à paz social no Brasil. O crescimento da violência e do tráfico de drogas é sempre um sintoma dos desajustes provocados pela impossibilidade de inserção no sistema produtivo.

Assim sendo,ressalto a importância de se criar um estratégia de longo prazo para a geração de empregos formais, estáveis e com alta produtividade. Essa é a chave do desenvolvimento sustentável e da construção da cidadania.

A nação próspera e justa que desejamos só poderá ser criada se puder sustentar seus objetivos maiores em opções políticas, que coloquem a geração de empregos como sua maior prioridade.

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