terça-feira, 25 de novembro de 2008

São Gonçalo

A Editora Labirinto lança hoje, terça-feira, 25, mais um título.

Organizado pelo médico Lúcio Alcântara, São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira relata a história deste Santo, conhecido como alegre e festeiro, protetor dos violeiros, casamenteiro das solteironas ,que o invocam em seu proveito.

Entre as publicações pesquisadas sobre a hagiografia de São Gonçalo, Lúcio Alcântara deparou-se com página erudita escrita pelo Padre Antônio Vieira, considerando oportuna a reedição do sermão de São Gonçalo.

Após o lançamento do livro São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira, que acontecerá às 19 horas desta terça-feira, 25, no Náutico Atlético Cearense, na Avenida Abolição, 2727, bairro do Meireles, haverá apresentação da Camerata Santa Cecília, com repertório contemporâneo do Padre Antônio Vieira, cujo quarto centenário de nascimento se celebra este ano, e do Grupo Folclórico de Dança do Município de São Gonçalo do Amarante.

Depois de Santo Antônio, São Gonçalo é o santo de maior devoção popular em Portugal, de quem foi contemporâneo. A dança em sua honra ocorria dentro das igrejas, com muita música e animação, em ritmo alucinante, com evoluções cheias de sensualidade. O costume da dança chegou ao Brasil com os colonizadores e ainda é praticada, sobretudo na sedes das fazendas, em pagamento de promessas.

Prova do quanto o Santo era querido é a grande quantidade de lugares e acidentes geográficos batizados com seu nome, tanto aqui no Brasil quanto em Portugal.

Diversas imagens retratam São Gonçalo, ora portando uma viola, ora com um cajado e livro na mão, ora sobre uma ponte. Mais rara é sua imagem com chapéu de massa e viola.

São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira relata história curiosa que aconteceu no Município cearense de São Gonçalo do Amarante, quando um pároco zeloso descobriu que o padroeiro local, há muitos anos venerado, representava-se, de fato, por imagem de São Domingos, postada no altar-mor da Matriz.

Desfeito o equívoco, providenciou-se versão autêntica, esculpida em madeira, na cidade de Amarante, em Portugal, que foi trazida para seu lugar de direito. É perante a imagens como essa que se reúnem as pessoas para dançar, agradecendo ao Santo a graça alcançada ou entoando versos que sempre mencionam a procura por um marido:

Ó meu sinhô São Gonçalo
Casamentero das veia,
Por que num casaro as moças?
Que má lhe fizero elas?
ou
Viva e reviva
São Gonçalinho,
Dai-me meu santo,
Um bom maridinho!
Seja bonitinho
E queira-me bem;
Aquilo que é nosso
Não dê a ninguém.

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