Registro que hoje, 27 de novembro, é o Dia Nacional de Combate ao Câncer.
A data, instituída em 1988, é ocasião oportuna para se provocar o debate acerca da doença e para desenvolver ações no sentido de conscientizar a sociedade sobre fatores de risco, formas de prevenção, detecção precoce, tipos de tratamento, enfim, de fazer com que cada cidadão brasileiro possa enfrentar com mais consciência e mais determinação este que é um dos grandes males da humanidade.
Particularmente nas últimas décadas, a doença tem se alastrado pelo mundo, e é cada vez maior o número de tipos e de casos, e isso, lamentavelmente inclui o Brasil, onde o câncer só não mata mais que as doenças cardiovasculares.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, do total de 58 milhões de óbitos ocorridos no mundo em 2005, o câncer foi responsável por 7,6 milhões de mortes, ou seja, 13%.
O tipo de câncer que mais matou foi o de pulmão, que vitimou 1,3 milhão de pessoas. Depois, o de estômago (cerca de 1 milhão); fígado (662 mil); cólon (655 mil) e mama (502 mil).
Estima-se que em 2020 o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões, e a probabilidade é de que 60% deles ocorram nos países em desenvolvimento.
O Brasil, lamentavelmente, muito tem contribuído para avolumar os números e confirmar as estimativas.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) acredita que, tanto em 2008 quanto em 2009, devem ser registrados no Brasil quase meio milhão de novos casos, entre os quais 115 mil de câncer de pele tipo não melanoma; 49 mil de câncer de próstata; e outros 49 mil de câncer de mama.
A cada ano, estimativas dessa natureza vêm-se confirmando, e está mais que na hora de frustrá-las.
O aumento assombroso dos números, ano após ano, explica-se pelo crescimento demográfico; pelo envelhecimento da população; e pelo aumento da exposição aos fatores de risco, entre eles o tabagismo, a radiação solar e o consumo de determinados alimentos. Se, por um lado, não é possível evitar que a população envelheça, e é quase impossível conter a expansão demográfica, por outro, é perfeitamente factível combater o câncer por meio da informação e da conscientização da população acerca dos fatores de risco, das formas de prevenção, da detecção precoce e dos tipos de tratamento existentes.
A maior arma contra a doença é, sem sombra de dúvida, a informação, haja vista que cerca de 80% a 90% dos casos estão ligados a fatores externos e que são raros os casos de câncer relacionados exclusivamente a fatores hereditários. Esclarecer e conscientizar a população acerca disso, é forma inequívoca de enfrentamento desse mal que adoece tantas pessoas, tira tantas vidas e entristece tantas famílias. Esta é, sem dúvida, uma estratégia segura de atacar esse monstro, cuja fortaleza se constrói quase sempre na ignorância e na negligência.
O Ministério da Saúde, por intermédio do Inca, vem desenvolvendo uma série de programas e ações, com vistas a combater os mais diversos tipos de câncer, entre eles o de útero, de mama, de pele e de próstata. Também tem adquirido corpo, no âmbito das políticas públicas brasileiras, a luta contra o tabagismo, o incentivo à pesquisa e à educação por uma alimentação saudável.
Graças à atuação do Ministério, o papel do Brasil no campo da saúde internacional é cada vez mais valorizado. No final de setembro, durante a 48ª sessão do Conselho Diretor da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), em Washington, o Ministro José Gomes Temporão foi convidado a ocupar o cargo de Presidente do Conselho Consultivo da entidade.
No ano passado, no Rio de Janeiro, durante o II Congresso Internacional de Controle do Câncer, promovido pelo Inca, com apoio do Ministério da Saúde, foi criada a Aliança da América Latina e do Caribe para o Controle Integral do Câncer. A instituição definiu como uma das prioridades estratégicas a prevenção e o controle do câncer do colo do útero na região.
Isso comprova o envolvimento do Ministério da Saúde com a questão. Entretanto, é preciso ampliar os programas, conceber novas ações capazes de fazer com que as informações cheguem ao lar de todos os brasileiros.
O câncer precisa deixar de ser um assunto proibido, para ser incorporado às conversas, aos debates, para que seja visto não mais como um monstro inatacável, mas, sim, como um problema que pode ser enfrentado e superado.
Que o Dia Nacional de Combate ao Câncer sirva para deflagrar esse processo, pois esta luta precisa ser diária e sem trégua.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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