terça-feira, 25 de novembro de 2008

Não é segura?

Especialistas em tecnologia que participaram da audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), nesta terça-feira, 25, aqui na Câmara dos Deputados (CD), afirmaram que a urna eletrônica não é segura.

Os participantes explicaram várias formas de fraude que podem ocorrer durante o processo eleitoral. A maior parte delas não é detectável e não pode ser comprovada.

Como o voto não é mais impresso, não há uma forma de refazer a apuração e não há provas materiais da fraude para um eventual processo judicial.

O Professor de Ciência da Computação, da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Dourado Rezende, disse que o modo mais seguro de evitar fraudes é dar ao eleitor a possibilidade de fiscalizar o processo. Para isso, é preciso haver um registro impresso da votação.

Pedro Rezende explica as características exigidas em uma eleição: O processo eleitoral é avesso à informatização. Por um motivo muito simples: ele exige duas propriedades, duas qualidades, dois objetivos que são antagônicos no virtual - o sigilo para que não seja identificado o eleitor com o voto e a correta soma. [A urna eletrônica] é um sistema que elimina as formas de varejo de fraude, mas ao custo e ao preço de introduzir formas por atacado e invisíveis de fraude, as quais o eleitor e as potenciais vítimas não têm como demonstrar.

Para o Diretor da empresa Microbase Tecnologia, Frederico Gregório, os resultados das eleições feitas apenas com urnas eletrônicas não são confiáveis. A Microbase é a responsável pelo sistema operacional VirtuOS, que foi utilizado em grande parte das urnas eletrônicas brasileiras, até a penúltima eleição. Gregório afirmou que sua empresa foi contratada em 1998 para resolver um problema apresentado pelas urnas. Segundo ele, em 2008 houve uma mudança no sistema operacional, e a falha voltou a acontecer. O Diretor da Microbase disse que, nas últimas eleições, aproximadamente 30% das urnas tiveram problema, percentual muito acima do normal, que é de 2% a 3%.

O Brasil é o único País que usa apenas a urna eletrônica, sem impressão do voto. A opinião comum é que outras nações receiam eliminar a prova material do voto.

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