Asif Ali Zardari (foto), viúvo da ex-Primeira-Ministra paquistanesa Benazir Bhutto, foi eleito em 6 de setembro último, Presidente do Paquistão.
A escolha do substituto do ex-General Pervez Musharraf, que renunciou ao cargo no mês passado, foi comemorada nas ruas de Islamabad, mas um violento atentado, que matou ao menos 30 pessoas, na cidade de Peshawar, ressaltou um dos problemas que o novo Presidente terá que enfrentar.
Entre os mortos na explosão do carro-bomba no noroeste do Paquistão, que explodiu, cinco eram policiais. Segundo a polícia, o alvo do ataque, que deixou 40 feridos, era a Assembléia Provincial, onde os membros estavam votando.
Membros do parlamento bicameral e quatro assembléias participaram da eleição convocada para escolher o sucessor do impopular Pervez Musharraf, que deixou a Presidência após nove anos, para escapar de um processo de impeachment.
Zardari, cuja vitória era amplamente esperada, garantiu 480 dos 702 votos dos colégios eleitorais, de acordo com resultados não-oficiais da Comissão de Eleição.
Investidores e aliados estrangeiros, encabeçados pelos Estados Unidos, esperam para que a eleição traga alguma estabilidade, depois de meses de tumulto político e crescente violência, agravados pela morte de Benazir Bhutto, em dezembro do ano passado.
Além de ser detentor de bomba atômica, o País é considerado peça fundamental no combate de organizações terroristas, como a Al-Qaeda, que age na fronteira com o Paquistão.
Benazir foi assassinada em um ataque suicida, em 27 de dezembro do ano passado, semanas após retornar de anos no exílio. Seu Partido agora detém a Presidência e a liderança de Governo. Desde a morte da ex-Premier, seu Partido é comandado por Zardari.
Em sua juventude, Zardari foi jogador de pólo. Mais tarde, passou 11 anos na prisão sob acusações que ele nega, alegando que têm motivações políticas. Ex-homem de negócios, Zardari, que tem hoje 53 anos, foi arrastado para o centro da política paquistanesa pelo assassinato de sua esposa. Em seguida, a vitória do PPP, na eleição parlamentar de fevereiro, o tornou uma das figuras mais poderosas do País.
Sua decisão de dar início ao processo de impeachment de Musharraf, em agosto, levou à demissão deste último e abriu caminho para que chegasse ao poder. Seus dois rivais foram Saeeduzzaman Siddiqui, um ex-juiz, indicado pelo Partido do ex-premiê Nawaz Sharif, e Mushahid Hussain Sayed, um importante membro do Partido que apoiou Musharraf e governou sob seu comando.
Aliado do Governo americano, ele assume num momento em que a raiva contra os Estados Unidos ferve, após uma sangrenta incursão de tropas terrestres americanas contra um vilarejo remoto na fronteira afegã, ocorrido semana passada. Em resposta ao ataque, as autoridades bloquearam uma importante rota de suprimento de combustível para as forças ocidentais no Afeganistão.
Outra dificuldade que Zardari vai encarar, é a divisão do País. Pesquisa do instituto Gallup paquistanês mostrou que somente 26% das cerca de duas mil pessoas inquiridas, pensavam que ele deveria ser Presidente, enquanto 44% não desejava nenhum dos três candidatos.
A incerteza política, exacerbada por um racha na coalizão liderada pelo PPP, no mês passado, juntamente com preocupações com a segurança, também afetaram a economia.
As dúvidas sobre a capacidade do Paquistão de honrar seus pagamentos no exterior aumentam, mas analistas dizem que um colapso de sua dívida será evitado, já que interessa às instituições auxiliar um País cuja estabilidade é um fator geopolítico tão importante.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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