O Brasil perdeu, no último 27 de agosto, um dos grandes nomes da área empresarial de nosso País. Aos 85 anos, o empresário Olavo Egydio Setúbal, Presidente do Conselho de Administração da Itaúsa, holding que controla a instituição financeira Itaú, não resistiu, vindo a falecer em decorrência de insuficiência cardíaca.
Engenheiro paulistano, nascido a 16 de abril de 1923, tinha um espírito de muita dedicação ao trabalho. Após juntar 10 mil dólares, história que sempre gostou de contar, Setúbal e um amigo fundaram a Deca, fábrica de fechaduras e torneiras. Em 1953, a companhia adquiriu uma indústria de válvulas de descarga. Com o sucesso, foi chamado por um tio, para salvar o Banco Federal de Crédito, então com problemas financeiros.
Assim, firmou, de vez, sua carreira como banqueiro, ao assumir a direção da instituição, em 1959, após a morte do tio. Em 1964, comprou o Itaú, que privilegiava, à época, os clientes da área rural.
Nos anos 70, após mais aquisições, ele já era o segundo maior banqueiro do País. No final de 1974, foi criada a holding Itaúsa, que além do banco Itaú Holding Financeira (Itaú e Itaú BBA), congrega ainda operações industriais (Duratex, Itautec e Elekeiroz). O Itaú é, ao lado do Bradesco, um dos maiores conglomerados financeiros privados do País, com lucro de 4,084 bilhões de reais no primeiro semestre, com uma carteira de crédito de 148 bilhões de reais.
Foi Prefeito da cidade de São Paulo, de 1975 a 1979. De março de 1986 a fevereiro de 1987, ocupou a função de Ministro das Relações Exteriores. Após sair da pasta, nunca mais retornou à presidência do Itaú.
Seu amor à cultura fez com que fundasse o Instituto Itaú Cultural, destinado à preservação e a promoção da literatura e artes plásticas brasileiras. Sua sede, na avenida Paulista, é, por si só, uma obra de arte, um marco da moderna arquitetura brasileira. Atendendo a uma solicitação de meu pai, Lúcio Alcântara, ajudou a implantar um núcleo do Instituto em Fortaleza. Alcântara o conheceu na época em que fora escolhido pelo então Governador Virgílio Távora, para ser Prefeito de Fortaleza.
À época, o Dr. Olavo estava em seus últimos dias como Prefeito de São Paulo. Depois de uma breve exposição sobre sua experiência e seus feitos, num encontro com Lúcio Alcântara, disse sobre o que achava ter mais agradado à população. Sem tergiversar, concluiu: pavimentação de ruas e iluminação pública. A partir dessa época, meu pai e o Dr. Olavo, tornaram-se amigos, costumando sempre trocar idéias sobre economia, política e cultura.
Meu pai o descreve como uma pessoa simples, de convicções liberais firmes, um otimista quanto ao futuro do Brasil.
Olavo Setúbal é um empreendedor bem ao estilo dos bandeirantes, antigos e modernos, como bem diz Lúcio Alcântara.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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