terça-feira, 18 de março de 2008

Madeira

O Greenpeace impediu nesta segunda-feira, 17, que um navio carregado de madeira brasileira, de origem ilegal, descarregasse na França. O navio Galina III se dirigia ao Porto de Caen quando ativistas da Alemanha, Inglaterra, Itália e Chile entraram a bordo. A ONG ambientalista divulgou relatório em que afirma que 80% da madeira produzida na região amazônica são ilegais.

A exploração ilegal de madeira abre as portas para que a Floresta Amazônica seja destruída, acelerando as mudanças climáticas e pondo em risco a biodiversidade e o modo de vida de milhares de comunidades tradicionais.

Marcelo Marquesini, engenheiro florestal, um dos ativistas do Greenpeace, disse que interceptaram o desembarque da madeira. Segundo ele, a União Européia não tem um sistema de controle da madeira que importa da Amazônia.

Em relatório divulgado hoje, 18, no Brasil, o Greenpeace aponta o bloco europeu como financiador da exploração ilegal da floresta.

Segundo o relatório, 36% da madeira amazônica são destinados à exportação e 47% desse total vão para os 27 países da UE.

Atualmente, a UE aplica medidas voluntárias de controle de origem da madeira que chega ao Continente. Em troca da certificação, o bloco destina investimentos para a melhoria da administração dos setores florestais de países como Indonésia e Malásia, que ratificaram a parceria.

Na avaliação do Greenpeace, além da falta de controle europeu obrigatório, problemas do lado brasileiro, como falhas na fiscalização, impunidade, corrupção e falta de investimento são os principais gargalos do combate à exploração ilegal para exportação.

Parte da madeira, originária de Santarém (PA), foi desembarcada em Portugal e na Espanha. De acordo com o Greenpeace, por causa do protesto, as autoridades francesas recomendaram que o navio não se aproximasse do Porto. A tripulação tentava seguir para a Holanda.

Os ambientalistas argumentam que a madeira brasileira, apesar de ser exportada como produto legalizado, tem origem irregular e passa por um processo de esquentamento entre a retirada da floresta e a chegada aos portos para exportação.

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