A comemoração em 15 de outubro do Dia do Professor é sempre mais uma oportunidade para refletirmos sobre o projeto de desenvolvimento que queremos ver implantado no Brasil.
O cruzamento de informações sobre a história recente dos povos mostra, com clareza, que existe uma relação indiscutível entre os investimentos feitos em educação e o tipo de escolhas que são feitas na alocação de recursos e na definição de prioridades.
Países que investem mais em educação definem padrões de desenvolvimento em que as sociedades se mostram mais equilibradas socialmente, onde o crescimento pessoal está mais ligado ao mérito e onde a cidadania se ergue como valor fundamental. Em outras palavras, países que apostam na educação têm mais chances de conquistar autonomia tecnológica e independência política.
Quando pensamos no Brasil, a questão adquire contornos muito claros, pois os desequilíbrios regionais e sociais revelam que o ponto de partida da desigualdade é a diferença no acesso à informação e à possibilidade de se formar um pensamento crítico sobre a realidade.
Nesse sentido, não resta dúvida de que qualquer mudança de paradigma no caso da educação passa por melhor qualificação e maior reconhecimento social do trabalho dos professores.
Devemos sempre aplaudir o trabalho árduo realizado pelos mestres e, ao mesmo tempo, renovar nosso compromisso com a prioridade que deve ser dada à educação.
Não temos, na verdade, alternativa: ou valorizamos os professores ou nunca seremos uma nação próspera, justa e capaz de escolher soberanamente seu destino.
Aproveito, então, mais esta oportunidade para defender uma revisão de prioridades em nosso País. Uma mudança efetiva de mentalidade e de visão de mundo que seja capaz de pôr o magistério no topo das profissões e de reconhecer, de uma vez por todas, a importância estratégica de darmos aos mestres o que eles merecem.
Todos os professores são importantes. Os que atuam na pré-escola são essenciais, assim como aqueles que contribuem para a formação da personalidade no primeiro e no segundo graus. Nas universidades, é o empenho dos professores que define a possibilidade de que a escola seja, realmente, um centro de pensamento e não apenas um aglomerado de pessoas repetindo, sem assimilar, conteúdos dispersos e sem função objetiva.
Qualquer outro modelo que ignore a formação e a remuneração dos professores está condenado ao fracasso.
Precisamos criar condições para que jovens se interessem pelos processos pedagógicos em que estão inseridos, e isso se faz, em grande parte, oferecendo-lhes mestres como modelos que possam orientar sua formação.
Muito se tem discutido acerca de modelos teóricos que possam otimizar os resultados nas salas de aula. Sempre é possível melhorar, criar recursos adicionais, estímulos pedagógicos que facilitem o acesso à informação, mas nunca foi possível ignorar uma verdade elementar: a atuação do professor é decisiva e insubstituível.
Se o objetivo maior da pedagogia é criar oportunidades para que o aluno desenvolva suas potencialidades e alcance o melhor de si mesmo, então precisamos fortalecer a posição dos professores, estreitando os vínculos que os unem a seus discípulos. É nesse vínculo que a escola, junto com a família, determina o tipo de cidadão que será formado e, consequentemente, o tipo de sociedade que surgirá no futuro.
Assim sendo, parabenizo, mais uma vez, as professoras e professores do Brasil pelo trabalho dedicado que realizam nas salas de aula. É com eles que construiremos uma nação consciente de suas responsabilidades.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
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