domingo, 5 de abril de 2009

Jovens, Juventude

O transcurso do Dia Mundial da Juventude nos oferece uma boa ocasião para tratar dessa importante parcela da sociedade. Afinal, por muito tempo o Brasil foi considerado “o país do futuro”, em função do predomínio dos jovens na população, e hoje, apesar das mudanças demográficas ocorridas nas últimas décadas, ainda tem cerca de 50 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, e quase 18 milhões entre 15 e 19 anos.

O Dia Mundial da Juventude foi criado pelo Papa João Paulo II, em 1985, e a cada três anos é celebrado com um grande evento, do qual participam jovens de dezenas de países. No ano passado – muitos devem estar lembrados –o encontro ocorreu em Sidney, na Austrália, com a presença do Papa Bento XVI; em 2011, a sede será Madri, na Espanha.

Nos anos intermediários, nos quais não se realiza esse encontro internacional, o Dia Mundial da Juventude é assinalado em âmbito diocesano, sempre no Domingo de Ramos, que, em 2009, cai em 5 de abril.

Para esse dia, Bento XVI divulgou uma mensagem na qual assinala: “A juventude, em especial, é o tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas”. Esse é um ponto essencial.

A juventude é um tempo de esperanças, e, no que depender do Poder Público, essas esperanças não podem ser frustradas!

Educação de qualidade, políticas de capacitação, de acesso ao mercado de trabalho, de combate à exclusão de qualquer tipo são indispensáveis para que nossos jovens possam olhar o futuro com saudável expectativa, e não com o temor de que nada venha a dar certo.

A propósito, convém conhecer mais sobre o que eles pensam, e um bom instrumento para isso é a pesquisa Adolescentes e jovens do Brasil: participação social e política, divulgada no final de 2007 pelo Unicef, a Fundação Itaú Social e o Instituto Ayrton Senna. O trabalho foi realizado com jovens entre 15 e 19 anos, que demonstraram uma visão crítica do País e muito mais preocupação com as questões coletivas do que com as individuais.

Assim, temas como valorização da educação, criação de novos empregos, combate à corrupção, repúdio ao racismo e urgência de deter a escalada da violência estão entre os grandes desafios brasileiros, na opinião dos entrevistados.

São problemas que qualquer um de nós poderia apontar, e o fato de que já preocupem os jovens de 15 a 19 anos deve servir de alerta para que tenhamos um empenho ainda maior em enfrentá-los e solucioná-los.

Outra pesquisa, divulgada no ano passado, ouviu pessoas entre 15 e 29 anos ligadas a movimentos sociais no Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. A principal reivindicação apresentada foi a garantia de uma educação pública de qualidade e voltada para a formação profissional, com currículos e horários mais flexíveis, a fim de atender os que trabalham.

Essa articulação entre educação e emprego para os jovens preocupa também a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que incluíram o assunto na pauta da V Cúpula de Chefes de Estado e Governo das Américas, prevista para este mês de abril.

Conforme a OIT, dos 106 milhões de jovens latinoamericanos, 48 milhões trabalham, 10 milhões estão desempregados – ou seja, procuram emprego e não o conseguem –, e cerca de 22 milhões não estudam nem trabalham.

Felizmente, há também boas notícias: em fevereiro deste ano, as Nações Unidas e o Comitê Olímpico Internacional anunciaram um acordo para promover mais esporte entre os jovens. O convênio ainda prevê projetos de melhorias para moradores de favelas em todo o mundo, considerando que 50% deles são jovens.

Ações como essa, se efetivamente realizadas, podem ajudar a manter boas perspectivas para a juventude. Esse deve constituir o objetivo de todos os que se interessam pela construção de um País e de um mundo melhor.

Jovens com esperança – que esta seja a nossa meta no Dia Mundial da Juventude.

Nenhum comentário: