O Brasil recebeu nesta terça-feira, 11, os primeiros lotes da matéria-prima para a produção de vacinas contra a gripe A, que deve começar em outubro.
Segundo o presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, responsável pela produção, o processo de elaboração da vacina para gripe comum é o mesmo, e será apenas preciso adaptá-lo ao novo vírus. Ele participou da comissão geral sobre o assunto realizada há pouco, aqui na Câmara dos Deputados (CD), avaliando que o Brasil será pressionado para atender os países vizinhos, pois não há outra fábrica de vacinas contra gripe na América Latina.
O Ministério da Saúde está negociando a importação de 17 milhões de doses da vacina, além do que poderá ser produzido no Butantan. Mas não podemos descuidar de nenhuma das gripes, ou teremos aumento da mortalidade com a gripe sazonal, e o problema não será este ano, mas nos próximos anos, disse Raw.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, também participou da comissão geral e criticou o pânico criado em torno da gripe A, alegando que o Ministério está agindo de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e a doença mata menos que a gripe comum.
Temporão declarou que a saúde brasileira retardou ao máximo - por 80 dias - a entrada do vírus da gripe A no Brasil e que, neste segundo momento - com o vírus circulando em território nacional -, o atendimento médico-hospitalar tem recebido atenção do Ministério.
Dados apresentados pelo ministro Temporão, o Brasil registrou 192 mortes em decorrência da nova gripe, sendo a taxa de mortalidade de 0,09 a cada grupo de 100 mil habitantes, menor que a taxa de 0,14 dos Estados Unidos. Ele, no entanto, criticou a elaboração de rankings que posicionariam o Brasil em relação a outros países no número de mortos. Essa é uma análise bastante frágil. O número de óbitos deve ser considerado em relação à população, disse.
José Gomes Temporão lembrou ainda que 43% dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave, causada pelo vírus H1N1, apresentam pelo menos um fator de risco. Entre os pacientes com gripe comum, 39% apresentam pelo menos um fator de risco envolvido.
Encaixam-se no grupo de risco portadores de doenças respiratórias, gestantes, crianças menores de cinco anos, pacientes imunodeprimidos e cardiopatas.
O ministro disse que, do total de mortes no Brasil, 28 foram de mulheres grávidas. Por outro lado, outras 107 gestantes foram curadas. Além disso, 30% das gestantes que morreram tinham pelo menos um fator de risco adicional, como hipertensão arterial, observou Temporão.
O ministro também respondeu a críticas relacionadas à disponibilidade do tratamento no País. Segundo ele, até o momento, o Ministério da Saúde entregou aos estados 392.621 kits de tratamento completo.
No mesmo período, o Sistema Único de Saúde (SUS) identificou 28 mil casos de todos os tipos de gripe. É possível atender com folga a demanda."Até o fim deste mês, o ministério receberá mais 800 mil tratamentos, que estão sendo imediatamente entregues a estados e municípios. "O medicamento é gratuito para todas as pessoas que necessitam, disse. Avalio como irresponsável a banalização do uso do medicamento, afirmou ainda o ministro.
Temporão explicou por que o Brasil não está usando o outro medicamento, além do Tamiflu, no tratamento da gripe A - o zanamivir, de nome comercial Relenza. Segundo ele, na época em que os medicamentos foram comprados, o zanamivir não tinha registro no País e agora está sendo guardado de forma estratégica, caso o Tamiflu deixe de ser eficaz. Além disso, o zanamivir é menos prático, pois deve ser aspirado oralmente.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário