Antônio Gonçalves da Silva – seu nome de batismo – veio ao mundo em 1909, de uma família de pequenos agricultores da Serra de Santana, no sertão do Cariri cearense. Desde muito cedo precisou aprender a lutar contra as dificuldades da vida, a exemplo de tantos outros sertanejos daquela terra, que, conforme ele viria a dizer mais tarde, padecem, mas não esmorecem e procuram vencer.
Cego de um olho aos quatro anos, órfão do pai aos oito, não conseguiu freqüentar a escola por mais de quatro meses, dada a necessidade de trabalhar na lavoura, para ajudar no sustento da família. Apesar da lida, conheceu fome e miséria, triste sina contra a qual procurava refúgio nos folhetos de cordel e nas toadas dos cantadores regionais. Logo, começou a fazer as próprias quadrinhas, que acabaram por se tornar conhecidas entre os feirantes do Crato, aonde ia vender sua produção e encontrar os amigos.
Ao mesmo tempo em que cultivava a vocação poética sobre tradição popular tão rica, na qual ecoam melodias de trovadores europeus, cantos dos índios cariri e ritmos africanos de trabalho, lavrava na enxada o duro solo do sertão. Ao longo da quase totalidade dos 93 anos de existência, o artista Patativa do Assaré nunca deixou de ser o calejado agricultor Antônio Gonçalves da Silva.
Patativa do Assaré recebeu títulos de Doutor Honoris Causa de várias universidades brasileiras e tornou-se objeto de estudo até em algumas estrangeiras. Morreu em 8 de julho de 2002 e, ainda hoje inspira músicos, autores teatrais, escritores, poetas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário