quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília

Há 50 anos, o clima de ufanismo e esperança no progresso e desenvolvimento que marcou os anos do governo de Juscelino Kubitschek culminava com a inauguração de Brasília. Era 21 de abril de 1960.

O Brasil, havia pouco, iniciara o ciclo de desenvolvimento que hoje nos coloca como significativa potência econômica, uma das nações mais promissoras no cenário mundial.

Para isso, contaram a determinação ímpar de um governante e a vontade de inúmeros brasileiros e brasileiras, gente trabalhadora, filhos que não fogem à luta, como apregoa nosso
Hino Nacional.

Brasília foi a culminância da meta síntese, a representação do possível, do exequível, a concretização do sonho, da utopia.

Foram cinco anos de ufanismo, de aceleração, de trabalho intenso e em comunhão para mudar não só a Capital, mas para mudar irreversivelmente a cara do Brasil, como se meio século houvesse passado.

Década após década, o ufanismo deu lugar à certeza de que a construção da nova Capital mudou os rumos de um Brasil que dormitava nas trilhas empoeiradas do Centro-Oeste, à época sem maiores perspectivas. E mais: mudou os rumos do Brasil.

Hoje, passados 50 anos, Brasília descortina-se como magnífica obra de arte espraiada em um cerrado altamente produtivo, riscado de estradas, de redes de energia elétrica, de telecomunicações, sinais claros de que aqui o progresso se instalou, de modo irreversível, fazendo mudar a realidade de toda a Nação.

Como que para espelhar tudo isso, aí está Brasília, de beleza incontestável, fruto da imaginação de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, da decisão do obstinado empreendedor Juscelino Kubitschek e do labor determinado de milhares de homens e mulheres que afluíram de todos os cantos, para sonhar juntos, uns com os outros, e para dar forma e jeito ao sonho secular.

O que para muitos era utopia, sonho de visionários, projeto inexequível, desde a impetuosidade dos inconfidentes até a audácia de Toniquinho, o goiano de Jataí que cobrou de Juscelino o cumprimento de uma das disposições transitórias da Constituição brasileira, projetou-se no chão ermo do Planalto Central no traço forte e técnico de Lúcio Costa e ganhou forma no concreto armado de Oscar Niemeyer, que fez o poeta – e que nos faz – exclamar: Meu Deus, mas que cidade linda!

Parabéns, Brasília; parabéns, Brasil!

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