quarta-feira, 21 de março de 2007

“Vida e missão neste chão”

Artigo publicado na Editoria de Opinião - Jornal O Povo


A campanha da fraternidade lançada este ano pela CNBB - “Vida e missão neste chão” - não poderia ser mais apropriada na busca de soluções para a imensa gama de problemas que envolvem a Amazônia brasileira, um dos maiores tesouros naturais de todo o planeta.

Foco da atenção mundial, alvo de cobiça e exploração sem limites, a região está a exigir atenção prioritária e privilegiada, a ser traduzida, pelo governo, em políticas públicas de longo alcance; pela sociedade, em atitudes cívicas de vigilância, cobrança e participação.

Todos conhecemos, infelizmente, as cotidianas tragédias que se abatem sobre o mais rico e exuberante ecossistema do mundo, e o ameaçam tanto econômica quanto socialmente. Quilômetros de floresta são derrubados de forma desordenada e predatória, com prejuízo irreparável para o imenso patrimônio de biodiversidade. Ao mesmo tempo, a questão da sobrevivência das incontáveis comunidades indígenas é premente. Finalmente, padece a Amazônia de um problema comum às demais regiões brasileiras: ausência de infra-estrutura em educação e saúde, deficiência dos serviços públicos, índices de desemprego, degradação de costumes e o aumento sensível das práticas de violência urbana e rural.



A participação da Igreja Católica brasileira na história da ocupação da Amazônia é inquestionável. Combinando com grande sensibilidade a atividade crítica, as tarefas assistenciais e a missão evangelizadora, a Campanha da Fraternidade de 2007 elaborou seus objetivos, no sentido de promover uma nova atitude da sociedade brasileira em relação aos problemas da Amazônia.



A visão política dos processos em curso confere absoluta pertinência aos objetivos elencados; por outro lado, o embasamento na fé e nos ensinamentos do Evangelho apontam para a criação de novos paradigmas sociais, realmente compatíveis com o que seria de se esperar após três milênios de civilização cristã. Por todas essas razões, não poderia deixar de registrar meu apoio entusiástico à iniciativa da CNBB.

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